Nos últimos seis meses, variação no valor da cesta básica oscila entre 8,2% em Brasília e 16,2% em BH
A boa notícia: em junho, valor médio da cesta
básica cai em seis das oito cidades pesquisadas pela plataforma da Cesta de
Consumo Horus e FGV IBRE
- Depois de
sucessivos aumentos, legumes, óleo de soja e carne apresentam queda de
preços
Julho de 2022 - O valor médio da cesta de consumo básica
de alimentos de junho/22 reduziu em relação ao mês anterior em seis das oito capitais analisadas mensalmente pela plataforma Cesta de
Consumo HORUS & FGV IBRE. A queda no valor da cesta variou de -8,0% a -0,3%
e nas duas cidades onde houve aumento, as variações foram em níveis inferiores
aos verificados nos últimos meses, de 0,2% a 2,8%.
As maiores altas foram registradas em Belo Horizonte (2,8%) e Manaus (0,2%).
Já Curitiba e Brasília registraram as maiores quedas, com -8,0% e -2,6%, respectivamente.
A cesta mais cara, apesar de queda em relação ao mês anterior, continua a ser a do Rio de Janeiro (R$ 881,15), seguida pelas de São Paulo (R$ 876,99) e Fortaleza (R$ 768,88). Por outro lado, as capitais Belo Horizonte (R$ 632,08), Manaus (R$ 666,69) e Brasília (R$ 685,94) registraram os menores valores.
Dos 18 produtos
da cesta básica, cinco apresentaram aumento de preço em todas as capitais: leite UHT,
margarina, manteiga, frango e massas secas.
Produtos que tiveram altas expressivas em algumas capitais foram leite UHT, massas secas, margarina, feijão e pão francês, dentre outros listados nas tabelas abaixo.
Todos os produtos listados acima
apresentaram aumento de preços também no mês anterior em patamares mais altos,
de modo geral, indicando que a inflação continua presente na maior parte dos
produtos básicos, porém com leve desaceleração.
A exceção foi o leite UHT, que teve
níveis de aumento superiores aos registrados em maio, mantendo a tendência de
alta dos últimos cinco meses. Dentre as razões para sucessivos aumentos está a
alta do preço internacional das commodities, especialmente do milho e da soja
usados na alimentação das vacas, que têm elevado o custo de produção do leite e
de seus derivados, como é o caso da manteiga. Além disso, houve queda na
produção devido ao avanço do período de entressafra, que ocorre entre o outono
e o inverno, reduzindo a oferta no mercado.
O preço do frango também tem sido
afetado pela alta do preço do milho, usado na ração animal, elevando seu custo
de produção.
Já o preço das massas alimentícias tem
sido impactado devido ao aumento internacional do preço do trigo, decorrente da
guerra entre Ucrânia e Rússia, que são grandes exportadores do produto.
Os problemas climáticos têm sido o
principal motivo da alta de preço do feijão e do café, devido à quebra de
safras e consequente redução da oferta no mercado, além de valorização no
mercado internacional.
Dentre os produtos que registraram queda
de preço em todas as capitais, destacam-se os legumes, em especial a cenoura, a
cebola e a batata, que apresentaram redução expressiva de preço após vários
meses de altas sucessivas. Frutas e verduras também tiveram comportamento
semelhante de queda, na maior parte das cidades.
Além destes, os preços das carnes bovina
e suína também retraíram em algumas capitais, dando um alívio para o consumidor
de proteínas. O óleo de soja, que também foi um dos vilões da inflação nos
últimos meses, apresentou redução de preço em várias cidades.
A
variação acumulada no valor da cesta básica, nos últimos seis meses, ou seja,
no ano de 2022, foi diferente entre as capitais, oscilando entre 8,2% em
Brasília e
16,2%
em Belo Horizonte.
O
gráfico a seguir mostra a trajetória do valor da cesta básica, por capital.
Os
alimentos
que
mais subiram de preço nos últimos seis meses, em praticamente todas as
capitais, estão apresentados na tabela a seguir. Os legumes lideram a lista.
Quando se considera a cesta de consumo
ampliada, que inclui bebidas e produtos de higiene e limpeza, além
de alimentos, houve um aumento no valor médio em cinco das oito capitais
analisadas e queda em apenas três, diferentemente do registrado em relação à
cesta de consumo básica. As capitais que apresentaram valores mais elevados da
cesta ampliada foram São Paulo (R$ 1.853,36) e Rio de Janeiro (R$ 1.825,72). As maiores altas
no valor da cesta ampliada foram registradas em Manaus (2,1%) e em Belo
Horizonte e São Paulo (1,2%).
As capitais de Curitiba, Rio de Janeiro
e Fortaleza registraram queda no valor da cesta ampliada, de -3,3%, -0,3% e
-0,2%, respectivamente.
Na
cesta ampliada, destaca-se a elevação de preços de praticamente todos os
produtos nas oito capitais. Dos
33 produtos da cesta ampliada, 18 tiveram aumento de preço em todas as cidades, com destaque para derivados do leite e do
trigo.
Em suma, junho de 2022 se apresenta como um mês em que a inflação do supermercado continua alastrada na vida do brasileiro, porém alguns produtos que vinham sendo considerados como vilões da inflação começam a registrar retração nos preços, como é o caso dos legumes, frutas, carne bovina e óleo de soja.
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