A inteligência artificial e suas valiosas contribuições no diagnóstico de patologias
*por Richerland Medeiros
De acordo com o Global Artificial Intelligence Study,
da PWC, a estimativa é de que a inteligência artificial incremente o PIB global
em 15,7 trilhões de dólares, até 2030. A tecnologia tem auxiliado em diversas
áreas no mundo todo, com destaque para a saúde – contribuindo com tratamentos,
pesquisas e desenvolvimento de novos produtos, além de dar suporte no
diagnóstico de patologias mais complexas.
Para se ter uma ideia, a IA auxilia o
médico a laudar mais rapidamente os exames de imagens, chegando a um
diagnóstico mais preciso, principalmente em casos de tumores complexos, como os
cerebrais, ou mesmo na detecção de casos mais raros e riscos de doenças mais
difíceis de serem diagnosticadas.
Na radiologia, por exemplo, a aplicação
da inteligência artificial tem se tornado cada vez mais comum nos Centros de
Diagnóstico por Imagens, que buscam oferecer um serviço cada vez mais moderno e
menos invasivo a seus pacientes.
Dessa forma, o radiologista ganha uma
importante ferramenta para aprimorar sua atuação, já que um laudo radiológico
jamais é emitido apenas utilizando análises automatizadas com base em imagens.
É preciso que o médico leve em conta todo o histórico do paciente, como as patologias
existentes, seus sintomas, a saúde mental, as pré-disposições genéticas e
familiares e, ainda, questões socioeconômicas e ambientais.
Diagnósticos mais complexos em regiões e
tecidos com maior dificuldade de interpretação, como cérebro, mamas ou pulmões
– em especialidades como a mastologia e a oncologia – além dos exames mais
minuciosos, como a ressonância magnética (RM), a tomografia computadorizada
(TC) e os imagens nucleares, são os que mais podem se beneficiar ao lançarem
mão dos avanços de IA – que podem substituir ações de alto risco e mais
invasivas, a exemplo das biópsias cerebrais.
A tecnologia também pode ajudar a
detectar casos raros e riscos de doenças difíceis de diagnosticar, assim como o
risco de uma pessoa desenvolver determinada patologia. Por meio de alguns
recursos, a IA ajuda os médicos na detecção de casos raros e específicos que
podem não ser visíveis a olho nu. Também auxilia o especialista quando os
possíveis diagnósticos apresentam imagens muito similares ou bastante diferentes
entre elas, dando mais segurança no momento de fechar um laudo, além de dar
suporte na identificação da possibilidade de um paciente desenvolver uma
enfermidade.
As ferramentas com IA não poderão nunca
assinar ou fornecer diagnósticos, mas dar suporte aos profissionais no momento
de reconhecer e diferenciar as imagens capturadas. Dessa forma, o radiologista
precisa assumir a responsabilidade ética e profissional pelo laudo, ainda que
utilize o auxílio de um computador para chegar até ele.
* Richerland Medeiros é mestre em Mídia e Tecnologia, com ênfase em Inteligência Artificial e Data Analytics, pela UNESP, e, atualmente, Diretor de Produto e Tecnologia da Pixeon, empresa de sistemas de gestão para negócios da saúde
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