Como entender melhor e liderar a Geração Z?
*Por Rubiana Cruz
O futuro do mercado de
trabalho está mais ligado ao presente do que as organizações imaginam. As
tecnologias avançam na mesma proporção que as gerações mais conectadas ganham
oportunidades no mercado de trabalho, fazendo com que essa velocidade nas
transformações gerem um choque geracional.
Quem não se lembra do
termo “cringe”? Trata-se de uma das discussões geracionais mais comentadas do
ano passado, quando a Geração Z passou a usar o termo para se referir ao
constrangimento alheio em relação a atitudes e expressões da Geração Y
(Millennials).
Seja socialmente ou no
ambiente de trabalho, as diferenças comportamentais e de visões de mundo
precisam ser consideradas. Enquanto os Millennials buscam mais flexibilidade,
aprendizado constante e equilíbrio entre vida pessoal e profissional, a Geração
Z é mais aberta e apta a novas tecnologias, valoriza a diversidade e causas
sociais, além do feedback rápido e o desenvolvimento constante de competências.
Segundo dados da
Organização das Nações Unidas (ONU), a geração Z atualmente representa a maior
geração do planeta, com 32% da população mundial. Portanto, em breve, ela
também representará a maior fatia de pessoas no mercado de trabalho.
Com o crescimento desta
população geracional e os primeiros passos na carreira, os principais desafios
para liderá-los estão ligados ao conflito, seja de valores, comportamento,
cultura familiar (criação) ou experiências.
Como é liderar a
Geração Z?
Essa diferença acaba
por envolver os Millennials, que hoje lideram os mais jovens. A maior parte das
lideranças vivem hoje desafios como: tentar conciliar as necessidades da
empresa com as desse público; gerar propósito e engajamento a todo o tempo para
uma geração que vive de experiências e ainda conseguir alinhamento constante em
meio a infinitas prioridades.
Frequentemente são
levantados questionamentos sobre a melhor forma de agir quando esses desafios
surgem e, também em relação ao caminho para o êxito de uma convivência saudável
entre pessoas de faixas etárias tão distintas.
O fato é que não
existem respostas “certas” para esses tipos de questionamentos, mas, sim,
atitudes baseadas em tentativas e erros. É necessário entender o padrão de
comportamento e, ao mesmo tempo, ter um olhar bem individual. Talvez, esse seja
o caminho mais próximo daquele que as lideranças devem seguir.
Assim, algumas ações
devem ser aplicadas, por exemplo, entender os motivadores individuais
(carreira, estabilidade, financeiro), o contexto de vida e qual a prioridade
para a realidade daquele momento da pessoa.
Além disso, é
importante proporcionar feedbacks constantes e formais. Cada vez mais
percebemos a avidez pelos feedbacks e, quando pontuais, eles não são entendidos
como feedbacks. Nascidos na Geração Z precisam ver sentido nas coisas, ou seja,
é necessário contextualizar que é um alinhamento de expectativas para que,
então, eles absorvam as informações e vejam sentido naquilo que é proposto ou
está sendo alinhado.
Dicas às lideranças
As pessoas mais jovens
que entram no mercado de trabalho querem viver novas experiências. Portanto, as
lideranças não devem deixar o tédio e as rotinas operacionais serem frequentes,
pois a chance de perder esses talentos é alta. Eles precisam entender que estão
sendo desafiados e que o trabalho que entregam tem utilidade, além de sentir
que contribuem com algo importante. Tem que ter propósito!
Além disso, eles
valorizam trabalhar com pessoas de referência, boas tecnicamente e que
inspiram. Então, é imprescindível ter um bom plano de treinamento e associá-lo
a essas pessoas para ajudá-las e a contribuir com o seu desenvolvimento.
*Rubiana Cruz é formada em Psicologia com MBA em Gestão Estratégica de Pessoas e Coach pela SBC. Atua como Consultora da área de Gestão de Pessoas da Guiando
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