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Como promover um ambiente democrático dentro da sala de aula

Pedagoga explica métodos de escuta ativa na formação dos pequenos

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A escola possui o poder de formar caráter, construir valores, crenças pedagógicas e estabelecer convivências interpessoais. Desde pequenas, as crianças aprendem a enxergar a si mesmas como donas de certas características quando são comparadas com as outras, e interpretam o mundo – se é seguro ou perigoso, amigável ou agressivo, opressor ou democrático – baseadas no cenário educacional e em como são tratadas neste ambiente.

De acordo com Marizane Piergentile, diretora de educação da Rede Adventista do ABCDM e Baixada Santista, um ambiente democrático com as crianças parte do pressuposto de que elas são ouvidas. “Na hora de conversar com os pequenos é necessário colocar toda atenção na conversa, mantendo contato visual e se abaixando na altura deles para evitar qualquer tom de superioridade e mostrar entendimento e acolhimento”, explica a diretora. É por isso que a linguagem do professor tem um papel de suma importância no desenvolvimento das crianças: a forma como dialogamos com os pequenos é determinante não só na formação de sua personalidade, mas também em sua autoestima, compreensão de si mesmo e na relação com o próximo.

Não é apenas o clima do ambiente escolar que molda essas características nas crianças, mas também a qualidade das relações estipuladas pelo educador dentro do seu papel de formador. Se o adulto age de forma agressiva com a criança, ela passa a resolver seus problemas com hostilidade. Não é por meio de críticas e julgamentos que a criança vai aprender. Para ocorrer uma boa comunicação é fundamental utilizar a escuta ativa, onde o professor não apenas ouve, mas também comunica que entendeu o que a criança disse.

A escuta democrática e o desenvolvimento do pensamento crítico são trabalhados na rede de educação Adventista por meio de projetos que possuem o socioemocional como eixo norteador. Principalmente após a pandemia, os pais também têm sido alvo deste aconselhamento.

Fora da escola, os alunos colocam em prática tudo o que foi ensinado em sala de aula, não apenas na parte acadêmica, mas também na parte social. Aos pais, Marizane aconselha a sempre questionar a criança com perguntas como “O que você quer dizer com isso?”, “Por que precisa disso?”, “Precisa ser agora?”, “Quanto tempo pode esperar?” “Você quer ajuda para preparar?”.

Espaço democrático pressupõe escolha, entretanto, existem situações em que a escolha da criança não lhe fará bem, e é neste momento que os pais devem abrir o espaço para alternativas, pois mostra que elas têm o poder de preferência, mas com limites. “A democracia com as crianças não significa que elas podem ter tudo o que desejam, mas elas saberão o porquê das respostas dos pais”, esclarece a diretora.

Não é fácil. Uma criança em torno de quatro anos, por exemplo, pode fazer até 300 perguntas por dia. Responder faz parte do processo de formação de uma mente juvenil com um turbilhão de coisas para descobrir e formar sua própria autonomia e identidade.

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