Foi-se o tempo em que as mulheres mandavam só lá na sua casa.
ESG está sendo colocado em prática nas empresas
listadas em Bolsa. Estamos vivendo o início de uma nova era.
Daniela Robledo Claudio Gatti |
Por muito tempo foram difundidas ideias,
por meio de piadas e outras formas de revelar preconceitos, de que o lugar das
mulheres seria em casa, fazendo trabalhos domésticos. E como forma de disfarçar
uma estrutura que historicamente relegou às mulheres os serviços que não eram
feitos pelos homens, ouvia-se dizer que “quem manda lá em casa é a minha
mulher”.
Tais ideias, é claro, explicitam aquilo
que sempre aconteceu, e hoje podemos dizer que este tempo se foi – mulher pode
mandar em todo lugar, já que os espaços de poder têm, finalmente, se aberto
para elas.
Toda essa movimentação de mudanças que
ocorrem com a grande força do ESG é um marco imenso de mudanças para mulheres,
pretos, pardos, deficientes, LGBTs e demais grupos minoritários.
Ontem tivemos um marco do avanço nesse
sentido. No dia 17 de agosto de 2022 foram colocadas pela B3 (Bolsa de valores
de São Paulo), em audiência pública, as novas determinações para que toda
empresa brasileira tenha em seu conselho ou diretoria estatutária a eleição de
pelo menos uma mulher e um integrante de minorias. O prazo para os players
confirmarem a eleição deste primeiro membro é até 2025, ou seja, dois anos após
o início da vigência da nova norma. O segundo membro deve ser eleito até 2026.
Atualmente, das 423 companhias listadas,
aproximadamente 60% não têm nenhuma mulher entre seus diretores estatutários, e
37% não possuem participação feminina no conselho de administração, segundo
levantamento feito pela própria B3.
A pesquisa também mostrou que 79% das
respondentes têm apenas entre 0 e 11% de pessoas negras em cargos de diretoria.
Além disso, 78% declararam ter entre 0 e 11% de pessoas negras em cargos de
C-level.
E vocês sabiam que, das 89 empresas do
Ibovespa, só duas são lideradas por mulheres?
A proposta de ontem não se refere apenas
ao S do ESG, mas inclui indicadores de desempenhos de todos os três temas ESG
(boas práticas ambientais, sociais e de governança nas empresas) na remuneração
variável da administração da companhia. Caso as empresas optem por programas de
remuneração variável sem indicadores ESG, precisarão explicar os fundamentos da
decisão ao mercado e aos investidores. Pratique ou explique-se. Essa é uma
grande mudança que podemos estar vivendo em nossa história.
A proposta, além de contemplar critérios
de diversidade (S – Social), também trata da prática de indicação para conselho
administrativo e diretoria. As empresas deverão divulgar um documento com
diretrizes de mecanismos de governança e de compliance, que se referem ao G.
Essa iniciativa de transparência ao
mercado sobre as ações adotadas em direção à diversidade social, ao meio
ambiente e à governança, que está sendo aplicada aqui no Brasil, é inspirada em
iniciativas já iniciadas no cenário internacional. A União Europeia já iniciou
o projeto "pratique ou explique" em junho deste ano.
Esse é um grande marco e um avanço para
o Brasil, e mostra que o ESG está longe de ser uma ação de modismo ou de estar
ligado a ações alternativas, mas sim, é o comando de uma nova era, em que
começamos a organizar com lógica, igualdade e transparência tudo aquilo que
vivemos.
Assinado por: Daniela Robledo
Daniela Robledo, gestora de destaque no mercado
publicitário brasileiro, com ampla experiência no mercado cooperativo,
trabalha atualmente com aquilo que se tornou uma missão não só profissional,
mas também pessoal: tornar o ESG – Environmental, Social and Corporate
Governance – um lugar comum na mentalidade empresarial do Brasil, país que é um
dos principais players do mundo no que se refere à geração de energia
sustentável. Trabalha atualmente como Diretora de Marketing e Comunicação da
SOL Energia, empresa de sustentabilidade e energia que tem por trás um grande
conglomerado financeiro, para a qual criou e estruturou a marca. É formada em
Publicidade e Propaganda; tem MBA em Gerenciamento de Projetos; pós-graduação
em Finanças; e mestrado em Gestão Empresarial. Hoje Daniela tem sua carreira
voltada aos temas mais importantes da atualidade, Stakeholders e ESG, tendo se
especializado pela FIA Business School, e busca viver verdadeiramente esses
conceitos para a implementação de uma nova jornada mundial.
Linkedin:
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Instagram:
@danielamrobledo
Sobre a SOL Energia
www.solcopernico.com.br
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