Ginga Mirim: conheça projeto de capoeira que difunde a cultura afro nas escolas do DF
Além de formar uma nova turma de crianças, seguindo as tradições ancestrais, outro objetivo da ação também é tornar público o trabalho do Bando como mais uma forma de contribuição para a educação antirracista nas escolas.
“O projeto traz sempre novas descobertas sobre o universo das crianças da quebrada, da periferia, uma vez que esse é um trabalho que permite escutá-las com mais amplitude. Elas mergulharam na proposta, na metodologia proposta para as práticas, assim como nós entendemos melhor suas questões. Essa troca é fundamental, porque a capoeira não é a representação de um contra o outro, mas sim de um com o outro. Eliminamos de nossas práticas essa ideia de competição e promovemos a coletividade. Esse tipo de ensinamento incentiva a camaradagem, a amizade, a lealdade, enfim, o compartilhar. As questões técnicas da jogabilidade vêm com o tempo, então, o foco nessa parte inicial do projeto é promover, sobretudo, a união, para fortalecer a aprendizagem sobre a cultura afro-brasileira e a luta contra a discriminação racial”, comenta, Thalisson Marinho, professor e fundador do grupo.
Saberes e fazeres antirracistas
Uma roda de capoeira tem um poder inestimável. Propicia, além de práticas físicas evidentemente saudáveis para o corpo, o aprendizado de cantos, toques, histórias e trocas que podem contribuir significativamente para o enfrentamento da sistemática criminalização das tradições afro-brasileiras. Em se tratando do público infantil, esse trabalho ganha ainda mais força, por transmitir conhecimentos essenciais sobre a história afrodescendente no Brasil, que não constam dos livros utilizados pelo sistema educacional padrão.
Com propostas pedagógicas como a do Ginga Mirim, o protagonismo negro que foi anulado dos registros históricos, retoma seu lugar, por meio de uma vivência singular que reúne conhecimento, entretenimento, luta, dança, música, teatro e esporte, em um único encontro.
“Esse trabalho de difusão da capoeira entre os pequenos – como ferramenta de transformação social e histórica – não é promovido apenas no mês da consciência negra. Trata-se de uma série de ações contínuas durante todo o calendário letivo, promovido pelo Bando Matilha Capoeira. As aulas gratuitas oferecidas a essas crianças cumprem, ainda, um importante papel institucional, ao aplicar a lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que determina a obrigatoriedade de ensino de História e Cultura Afro-Brasileira nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares”, comenta Stéffanie Oliveira, presidente do Instituto Rosa dos Ventos, que realiza o projeto, juntamente com o Bando Matilha Capoeira.
Serviço: Ginga Mirim – Batizado Tradicional Infantil
do Bando Matilha.
Programação:
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Sexta - 05/08 - Roda Aberta de Capoeira, 19h, no
Cine Itapuã – Praça Lourival Bandeira, St. Leste - Gama, Brasília-DF.
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Sábado - 06/08 - Batizado Tradicional Infantil - Jardim 03
do Gama - 14h -St. Leste EQ 3/5 AE Oeste - Gama, Brasília-DF.
Redes sociais:
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