Intestino - O segundo cérebro e a relação com as nossas emoções
Psicanalista explica conexão cérebro - aparelho
digestivo e sua relação com o bem estar psíquico do ser humano
Não é de hoje que a ciência estuda a
conexão do cérebro com nosso aparelho digestivo e qual a relação deste órgão
com o bem estar psíquico do ser humano. Ansiedade, raiva, nervosismo, ira e
tristeza podem ter origem no intestino, classificado como segundo cérebro pelos
especialistas. Fato, explicado inclusive, pelo termo “fulano está muito
ENFEZADO hoje”, já que, ter preocupação excessiva diminui a circulação do QI do
pulmão para o intestino, o que retém as fezes e altera o humor gerando ainda
mais raiva.
Nosso corpo é mágico e as sensações
emocionais, sem sombra de dúvidas, se refletem diretamente no sistema
biológico. Visto que, um corpo só funciona 100% se o intestino estiver bem
cuidado. Quando este órgão está com seu funcionamento em desequilibro ou
inflamado, são percebidos diversos transtornos emocionais, como desajuste de
humor e até mesmo o tão famoso déficit de atenção. E em casos mais graves, são
detectados sintomas intensos de depressão.
O intestino humano abriga, de forma
natural, microbitas, micróbios que exercem influência no cérebro, modulando
emoções e comportamentos. A explicação para a interferência está relacionada às
substâncias químicas que estes liberam. Eles possuem a capacidade de atravessar
a barreira de defesa do cérebro, modificando o funcionamento das células
nervosas. Fazendo com que o sistema emocional entre em desequilíbrio. Mas, essa
ação química não é a única responsável por essas alterações.
Já se sabe que, os micróbios intestinais
conseguem modificar a atividade da inervação do sistema gastrointestinal e,
desse modo, levam informações por via elétrica ao cérebro. As consequências são
possíveis ataques de fúria, tristeza profunda, alterações de humor, apatia,
desânimo, dores de cabeça e depressão.
Algumas terapias foram desenvolvidas
para mudar essa biota, através de probióticos que reduzem os sintomas de
depressão e provocam alteração emocional. Os probióticos são as bactérias do
bem que atuam diretamente no sistema nervoso central e são responsáveis pela
produção de neurotransmissores, como serotonina e dopamina.
Hormônios benéficos que atuam nas
emoções, no comportamento e na imunidade, proporcionando ao indivíduo uma
rotina mais saudável, estabilizando a regulação intestinal e evitando o
surgimento de transtornos mentais.
Porém, os probióticos não atuam
sozinhos, a associação destes à uma mudança alimentar e a frequência na
terapia, pode promover o autoconhecimento e um melhor gerenciamento das
emoções, que é fundamental para o sucesso do tratamento. Além disso, a ação
anti-inflamatória favorece a digestão, reduz o estresse, melhora a qualidade do
sono, reduz a ansiedade, diminui a tristeza e elimina a raiva.
Enfim, mais que um órgão de digestão,
absorção e transporte de nutrientes, o intestino é considerado um órgão
pensante com cerca de 500 milhões de células nervosas, sendo responsável pela
regulação de várias funções em nosso organismo.
A importante relação entre os dois
órgãos, cérebro e intestino, só reforça a necessidades de se manter hábitos de
vida saudáveis, terapia e uma alimentação diversificada e equilibrada, como
forma de manter o bom funcionamento do nosso organismo, bem como prevenir
diversas doenças. Cuidar das emoções e ter ferramentas para o
gerenciamento da ansiedade e do estresse é fundamental para a melhora do
intestino e promoção do equilíbrio emocional.
Dra. Andréa Ladislau / Psicanalista
Nenhum comentário