Medida decretada pela ANS aumentará em 30% os custos com a utilização de terapias por colaboradores com planos de saúde
Esse levantamento
foi feito pela Howden Harmonia Corretora de Seguros, como consequência do
impacto da liberação de terapias pela ANS nos pacotes de Benefícios
Corporativos
A partir
de 1º de agosto, pacientes podem realizar sessões com psicólogos,
fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas sem um limite
determinado, de acordo com a indicação médica. A medida decretada pela Agência
Nacional de Saúde Suplementar (ANS) determina que os planos de saúde são
obrigados a cobrir quantas consultas e terapias forem necessárias para tratar o
paciente.
A medida,
que beneficiará 44,9 milhões de usuários de planos de saúde, de acordo com o
último dado disponível pela ANS, no mês de abril, trará um alivio aos
beneficiários dos planos de saúde que utilizam as diversas terapias
contempladas pela medida. Por outro lado, se não houver uma utilização
consciente, obedecendo à pertinência técnica, haverá um incremento
significativo nos custos dessas terapias, sem um resultado clínico
satisfatório.
“Não há
dúvidas de que essa medida beneficia também as empresas, já que a atenção à
saúde mental minimiza custos com absenteísmo, aumenta o presenteísmo e a
produtividade, evitando a judicialização de casos mais graves onde as terapias
têm indicação de tratamento contínuo. Durante a pandemia, com a necessidade de
isolamento e distanciamento social houve uma procura elevada para as
psicoterapias, fazendo com que o segmento de Saúde Suplementar, por determinação
da ANS, disponibilizasse ferramentas para teleatendimento, assim como outras
iniciativas para atender a população que não tem plano de saúde como, por
exemplo, os Conselhos Regionais de Psicologia, que disponibilizaram
atendimentos gratuitos para tratar a saúde mental”, comenta Claudia Machado, VP
de Benefícios da Howden Harmonia Corretora de Seguros.
E qual é
a consequência para os planos de saúde corporativos e pessoa física? De acordo
com Claudia Machado, o impacto financeiro pra todos os planos de saúde é
inevitável. “Nos clientes da corretora notamos que, de 2021 para 2022, houve um
aumento de 50% nas teleconsultas, incluindo médicas e psicoterapias. Isso
representa um impacto financeiro considerável de, em média, 30% no custo das
terapias, o que acarretará um aumento na sinistralidade geral e,
consequentemente, nos reajustes das apólices de saúde”, explica.
Segundo
Celiano Amorim, diretor médico da Howden Harmonia Corretora de Seguros, um
levantamento realizado junto a um cliente do setor farmacêutico, com 15.000
vidas, revelou que a taxa de utilização de terapias simples no período de um
ano (de junho de 2021 a junho de 2022) teve um aumento de 48,29% na frequência.
“Já a sinistralidade anual regular para psicoterapias impactava em 14,49%, e,
com a nova medida, pode ultrapassar 20%, o que representa um custo anual de R$
120 mil apenas para essa modalidade terapêutica. Entre as terapias, o
atendimento psicológico representa o maior custo por sessão, por isso pesa mais
nas despesas médicas da apólice. De acordo com as nossas projeções poderá haver
aumentos em outras terapias, como Fonoaudiologia (com acréscimo de 163,87%),
seguida de Acupuntura (+140,32%), Fisioterapia (+123,67%) e Nutricionista
(+50,54%;)”, exemplifica o médico.
Ele ainda
complementa: “com a liberação dos referidos procedimentos, ocorrerá uma reação
em cascata, ou seja, haverá um incremento na sinistralidade, já que esses
procedimentos somam aos valores maiores nas utilizações gerais. Esse fato
representará um aumento no valor de coparticipação nos planos de saúde que são
pagos pelos colaboradores, mas esses procedimentos não são os vilões. Precisamos
criar estratégias para que as terapias possam realmente trazer benefícios e
soluções aos pacientes e, ao mesmo tempo, acompanhar e fazer com que a apólice
também tenha a sua saúde financeira da apólice”.
Para as
corretoras e seguradoras, a vigilância é fundamental para que a liberação das
terapias não abram precedentes ao uso indiscriminado. Segundo Claudia Machado,
os programas de prevenção e promoção de saúde fazem toda a diferença para que
os colaboradores evitem consultas desnecessárias. “A Howden fez um alinhamento
de fluxo com as principais seguradoras parceiras para construir os processos de
auditoria daqui pra frente, pois o que se espera é que haja um olhar mais
crítico e uma orientação aos pacientes sobre o uso consciente”.
Ainda de acordo com ela, “os programas de saúde personalizados e a gestão médica disponibilizada aos clientes são fundamentais para essa conscientização, por isso contamos com uma equipe multidisciplinar própria, formada por profissionais de psicologia, enfermagem, assistente social, educador físico, odontólogo e outros parceiros de saúde para fomentar a utilização consciente e assertiva, com foco na promoção e prevenção, cuidando do nosso bem maior, a Vida. Esse é um formato que sempre adotamos e que é essencial para o monitoramento e controle da saúde financeira dos planos, fazendo com que os nossos clientes tenham melhores resultados”, finaliza.
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