Motivação é uma das chaves para liderança corporativa
Por Alberto Vargas
O cenário de liderança corporativa está
em constante mudança, tanto no Brasil quanto no mundo, e cada vez mais
motivação e soft skills são fatores chave para o sucesso. Essa transformação
gera uma reflexão sobre como os líderes devem conduzir os times, da mesma forma
que as empresas podem incentivar uma liderança saudável.
Fundamental não apenas no ambiente
corporativo, a motivação faz com que seja possível atingir o potencial de cada
colaborador na equipe de maneira mais eficaz e saudável. Já as soft skills,
como são conhecidas as habilidades comportamentais, ganharam mais relevância
especialmente porque, durante a pandemia, as empresas precisaram repensar os
modelos de negócios para sobreviver ao período.
Durante o meu tempo profissional
liderando equipes, descobri que bons líderes são mestres e alunos também porque
para liderar é preciso manter a mente aberta. Pode-se fazer melhor
identificando a paixão dos indivíduos desde o início, contratando e treinando
continuamente líderes com uma compreensão profunda de si mesmos, permitindo
autonomia e flexibilidade compartilhando uma mesma visão.
A liderança começa com a capacidade de
envolver e orientar os outros para alcançar uma visão compartilhada. Os líderes
trazem o melhor da equipe e também os influenciam. Enquanto, a autoliderança é
sobre liderar a nós mesmos e ter autoconsciência da importância dos diferentes
pilares da liderança total de nossas vidas, como família, trabalho, comunidade
e até nós mesmos. Uma pesquisa realizada pela consultoria Right Management, em
15 países no ano de 2022, constatou que pessoas motivadas no trabalho podem ter
um rendimento 50% superior.
De acordo com um levantamento feito pelo
LinkedIn em 2020, as soft skills se tornaram tão importantes quanto as hard
skills para empregadores. Dentre as dez competências mais valorizadas, listadas
pelo LinkedIn, estão a capacidade de liderança e a aprendizagem e
desenvolvimento de funcionários.
Pensando em liderança, uma das
referências mais populares do tema é a obra “O Príncipe” de Nicolau Maquiavel,
na qual o pensador reflete sobre qual seria a melhor forma de liderar, sendo
pelo amor ou pelo medo.
Amado ou temido?
Para compreender a liderança do futuro,
é preciso entender o efeito do amor e do medo em quem é liderado. Por exemplo,
quando o medo ataca, a fisiologia da sobrevivência prepara os indivíduos para
lutar, fugir ou congelar. Tal reação pode corroer a capacidade de tomada de
decisão dos colaboradores.
Além disso, o cenário do medo mina a
tolerância das pessoas para a ambiguidade e complexidade, um fator crucial de
sucesso no ambiente corporativo. A liderança coercitiva pode causar
insatisfação com o trabalho e, consequentemente, desmotivação.
Dessa forma, bons líderes não são
temidos e colocam o bem-estar dos outros em primeiro lugar, têm seguidores que
também protegerão e promoverão o bem-estar dos outros junto com a organização.
Quando as emoções negativas são reconhecidas, percebi que os
colaboradores aprendem a antecipar e interpretar as reações de seus colegas a
circunstâncias difíceis.
Além disso, podemos elencar algumas
práticas que podem fazer parte do cenário de uma empresa que busca a liderança
de maior sucesso:
- A presença de líderes
multiculturais, afinal, eles constroem uma equipe e gerenciam de maneira
culturalmente flexível. Também compreendem as barreiras e têm habilidade
com resolução de conflitos;
- Valorização da comunicação
entusiasta com uma atitude positiva, abraçando o estilo de cada um,
respeitando as diferenças e sem julgamentos;
- Relacionamentos fortes que
constroem confiança e estabelecem bases para uma equipe, buscando aprender
sobre interesses de carreira, educação, origens culturais, hobbies e vida
social;
- Treinamento direcionado para
promover diversidade/inclusão/equidade/pertencimento, trabalhar na
resolução de conflitos e oferecer oportunidades de aprendizado contínuo;
- Definição de objetivos,
estratégias, visão, missão, metas, expectativas de desempenho e processos
para que possa se alinhar e se comprometer com a equipe;
- Feedbacks frequentes,
respeitando as ideias, trazendo críticas construtivas e em busca de um
desempenho mais produtivo.
No futuro, a liderança será, cada vez
mais, exercida de forma inspiradora que permita aos colaboradores a
motivar-se pela criatividade, engajamento e alegria. Inspirando as pessoas
dentro das organizações.
Sobre Alberto Vargas
Jorge Alberto Vargas é formado em Master Business Administration pela Universidade de Warwick na Inglaterra. Possui experiência em gerência de finanças, planejamento, contabilidade, compliance e no desenvolvimento de equipes de alta performance. Já ajudou diversas empresas de diferentes tamanhos a atingir objetivos de inovação, custos e crescimento. Antes de morar no Brasil, trabalhou em mercados do México, Colômbia, Venezuela e Peru, sempre buscando entender a necessidade das empresas e a realidade econômica de cada país.
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