SBOC alerta para prevenção da monkeypox em pacientes oncológicos
Apesar da baixa letalidade, pessoas com
imunidade reduzida podem apresentar quadro grave da doença
São Paulo, agosto de 2022 – O primeiro óbito no Brasil, em
decorrência da monkeypox, ocorreu no final de julho em um paciente
imunossuprimido em tratamento oncológico. No mesmo período, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou
que o surto da doença é uma ‘Emergência de Saúde Pública de Importância
Internacional’. Diante desse cenário, a Sociedade Brasileira de Oncologia
Clínica (SBOC) ressalta a importância da prevenção, especialmente para
pacientes oncológicos.
De acordo com dados da OMS, estão no
grupo de pessoas vulneráveis a desenvolverem formas mais graves de monkeypox os
recém-nascidos e aquelas com imunossupressão – condição em que ocorre baixa
resposta imune do organismo devido ao tratamento de doenças autoimunes ou
câncer e em pacientes transplantados.
Caso esses pacientes sejam infectados,
eles podem vir a desenvolver quadros mais graves da doença como infecções da
pele, pneumonia, confusão mental, cegueira e sepse. “Por isso, é muito
importante manter medidas de prevenção semelhantes às do coronavírus, como o
uso de máscara, higienização das mãos e distanciamento físico”, enfatiza o
presidente da SBOC, Prof. Dr. Paulo M. Hoff.
Vale ressaltar que a monkeypox – apesar
de também ser conhecida como “varíola dos macacos” devido ao fato de ter sido
identificada inicialmente em macacos em um laboratório dinamarquês em 1958, os
primatas não a transmitem. Segundo a OMS, a maioria dos animais suscetíveis a
este tipo de varíola atualmente são roedores, como ratos e cão-da-pradaria.
O primeiro caso humano foi identificado
em uma criança na República Democrática do Congo em 1970 e sua transmissão
ocorre por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas
respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama.
Entre seus principais sintomas estão:
febre; dor de cabeça e no corpo; fraqueza; inchaço dos gânglios linfáticos e
erupções ou lesões cutâneas, que podem acometer rosto, mãos, pés, genitais,
boca e olhos.
“Geralmente, os sintomas da doença duram
de duas a quatro semanas e desaparecem sem a necessidade de tratamento. No
entanto, o medicamento antiviral tecovirimat,
inicialmente desenvolvido para a varíola comum, tem apresentado bons resultados
no combate à monkeypox e há expectativa de que em breve esteja disponível no
Brasil, junto com a vacina, que deverá ser aplicada a princípio em grupos
prioritários. Apesar da baixa letalidade, em um primeiro momento, devemos ficar
atentos ao avanço da monkeypox, pois tem sido algo muito dinâmico”, complementa
o oncologista clínico.
No mais recente episódio do Podcast
SBOC, o Prof. Dr. Paulo M. Hoff entrevista o médico infectologista e professor
titular do departamento de moléstias infecciosas e parasitárias da Faculdade de
Medicina da USP, Dr. Esper Kallás, sobre o impacto da monkeypox em pacientes
oncológicos. Confira no link.
SOBRE A SBOC – SOCIEDADE
BRASILEIRA DE ONCOLOGIA CLÍNICA
A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) é a entidade nacional que representa mais de 2,6 mil especialistas em oncologia clínica distribuídos pelos 26 estados brasileiros e o Distrito Federal. Fundada em 1981, a SBOC tem como objetivo fortalecer a prática médica da oncologia clínica no Brasil, de modo a contribuir afirmativamente para a saúde da população brasileira. É presidida pelo médico oncologista Prof. Dr. Paulo M. Hoff.
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