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A capacidade e eficiência dos recursos pesqueiros da Amazônia

Recurso ainda não totalmente otimizado e organizado em termos de cadeia produtiva, de forma a atender os interesses da população amazônica e do país enquanto exportador

 

O Instituto Fórum do Futuro, grupo voltado para o debate de questões estruturantes do Brasil a partir das perspectivas de desenvolvimentos sustentáveis, dá sequência à série “10 Minutos no Futuro”. Divulgado através do canal do Youtube do Instituto, profissionais falarão sobre os desafios e os novos métodos e técnicas de produção e de consumo que, auxiliados pela ciência e tecnologia, ajudarão na preservação ambiental do planeta.

 

Recebendo a Dra Jucilene Cavali, pesquisadora da Universidade de Rondônia (UNIR); e a bióloga Ilce Oliveira, o capítulo O incrível potencial da piscicultura Amazônica abordou os gargalos existentes e as gigantescas potencialidades dentro desta importante cadeia produtiva.

 

Na entrevista, os especialistas discorreram sobre o tema do artigo desenvolvido por elas, que estará publicado no livro produzido pelo Fórum do Futuro “As Tecnologias Sustentáveis que vem dos Trópicos”, a ser lançado no mês de outubro, no Sebrae, em Brasília.

 

De acordo com Fernando Barros, diretor de comunicação estratégica do Fórum do Futuro, o peixe deverá ser a proteína animal mais consumida no mundo a partir de 2028 e Rondônia pode ter um papel fantástico nesse espaço.

 

Reforçando o número apresentado por Fernando, Ilce afirmou que a região norte é responsável por cerca de 48% do peixe nativo produzido no mundo. “Desses 48% da produção mundial, pelo menos 80% está em Rondônia. Então nosso potencial de produção de peixes nativos é muito grande e ainda temos espaço para aumentar essa produção”.

 

Apesar de usar um nível de tecnificação interessante, principalmente no que diz respeito ao manejo produtivo, ainda existe margem para evolução. “Ainda praticamos a piscicultura 3.0 e precisamos escalar para a piscicultura 4.0. Estamos iniciando esse processo, e a chegada de pessoas que possam contribuir com isso é de extrema importância”, concluiu Ilce, antes de ressaltar a importância também de investimentos na industrialização do produto, principalmente no que diz respeito ao aproveitamento integral do pescado.

“Temos dificuldade de descartar produtos de alto valor e precisamos aproveitar esse produto”, finalizou.

 

Questionada por Fernando Barros sobre os gargalos existentes no processo, a Dra. Jucilene diz que eles partem do sistema de produção. “Temos uma variação muito grande desse sistema de produção. Apesar de tecnificados, a grande maioria ainda precisa evoluir e aplicar muitas tecnologias para obter uma produção mais eficiente.”

 

Desenvolver a tecnologia do melhoramento genético para os peixes nativos é um ponto-chave para o desenvolvimento local. Além disso, as tecnologias envolvidas na alimentação alternativa ajudarão a reduzir o custo da alimentação dessas espécies na região amazônica.

 

“Tudo isso repercute em um sistema mais eficiente e menos oneroso ao produtor. Esses são pontos importantes a serem trabalhados para obtermos uma qualidade de pescado melhor para a indústria”, reforçou a Dra. Jucilene Cavali.

 

Ressaltando a preocupação das indústrias com a qualidade e rendimento desse produto, a doutora faz uma observação que essa constância tem esbarrado no sistema de produção eficiente da maioria das pisciculturas. “Dentro desse sistema de produção temos desde a dificuldade da assistência técnica capacitada para os piscicultores e o problema de gestão informatizado”.

 

Para o diretor de comunicação do Fórum do Futuro, existe a dificuldade para uma organização eficaz da cadeia produtiva, “Temos a comercialização e um mercado amplamente favorável de uma proteína super demandada que tem uma possibilidade de oferecer um volume expressivo desses produtos no mercado nacional e internacional”.

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