Como fazer uma gestão de infraestrutura de TI eficiente para a Black Friday
Por Cleyton Leal e Gabriela Camano
Uma das mais
importantes datas para o varejo se aproxima, a Black Friday, e com ela as
preocupações com a gestão de infraestrutura de TI. Não ter uma loja virtual
tecnologicamente pronta é como receber o cliente em uma loja física sem
estrutura alguma, perante uma ampla gama de lojas que realizam ações para
atrair seus consumidores. Ou seja, quem não está pronto, é deixado para trás.
Neste
contexto, as empresas perdem muito em orçamento e produtividade, quando não
estão estruturadas corretamente. A pesquisa Hourly Cost of Downtime 2021, realizada
pela consultoria norte-americana ITIC, aponta que o custo do downtime,
tempo de inatividade de um sistema, de grandes companhias globais, pode chegar
de US$ 1 milhão a US$ 5 milhões por hora.
Portanto, para
estar preparado e alcançar resultados tangíveis, a empresa precisa pensar além
da venda e garantir uma boa experiência para o usuário durante todo o processo
de compra. Esse ciclo começa no momento em que o cliente entra no site, passa
pela navegação e efetivação da compra e só finaliza quando o item adquirido é
recebido com qualidade e rapidez.
A garantia
dessa experiência de compra, por sua vez, exige uma eficiente gestão de
infraestrutura de TI, que passa pela necessidade da modernização de aplicações,
a ser planejada desde a revisão orçamentária para esse fim.
As mudanças no comportamento do consumidor
É certo que a
pandemia acelerou o crescimento do e-commerce. Em um cenário em que tudo
precisava ser feito online, as compras não ficaram de fora. Um levantamento da SmartHint revelou que o faturamento do e-commerce
brasileiro em 2022, nos 5 primeiros meses do ano, obteve um impressionante
aumento de 785% em comparação com o mesmo período em 2019, antes da pandemia.
Esse processo fez com que o consumidor aprendesse a comprar online e se
sentisse cada vez mais confortável em fazer suas aquisições pela internet. Essa
mudança, porém, o tornou mais exigente.
O anuário CX Trends 2022, realizado pela Octadesk em parceria com a
Opinion Box, revelou que a cada três pessoas que decidiram fazer uma compra
online em 2021, duas desistiram por causa de uma experiência ruim. No total,
62% dos entrevistados optaram por não comprar um serviço ou produto por ter
passado maus momentos com a marca. Por isso, investir em tecnologia de ponta
para permitir uma boa experiência para o usuário é imprescindível para as
organizações manterem-se competitivas no mercado.
O que fazer depois de migrar para a nuvem
A migração
para a nuvem é, geralmente, o primeiro passo para uma efetiva gestão de
infraestrutura de TI. Embora a grande maioria das empresas já tenha passado por
esse processo, é importante avaliar como essa migração foi realizada, para
inibir possíveis brechas de segurança, além de garantir um custo eficiente.
Isso porque, a
migração para a nuvem exige um controle muito grande dos gastos e é comum
aumentar excessivamente a capacidade do servidor, o que amplia os custos. No
entanto, a mesma capacidade de memória, processamento e storage de um
computador não precisa ser a mesma da nuvem.
Por isso, fazer
uma avaliação do ambiente para rightsizing, uma readaptação para adequar
os espaços à necessidade com economia de custos, é essencial. Outro ponto
necessário, como citado, é a validação da segurança, para evitar adversidades
nas operações e perdas de dados.
Um estudo da Tanium, empresa
americana de segurança cibernética e gerenciamento de sistemas, apontou que 79%
das empresas do Reino Unido só investem em cibersegurança após uma violação de
dados. Esse cenário é muito similar ao do Brasil e precisa servir de alerta,
uma vez que este é o momento de focar em modernização por fluxo de negócio e
não apenas em modernização de aplicação. Com uma estratégia de governança de
custos, é possível manter o controle de custo-eficiência, para garantir uma TI
sustentável.
A infraestrutura de TI ideal para otimizar as vendas no e-commerce
Para mudar
esse cenário e estar preparado para datas como a Black Friday, o segredo é
fazer uma boa gestão de infraestrutura de TI, que começa pelo diagnóstico do
que é necessário, enquanto estrutura de tecnologia, para suportar a demanda.
Nesse sentido, o primeiro pilar é garantir uma infraestrutura elástica, que
sustente um aumento significativo de acessos ao site e atenda aos usuários com
a mesma agilidade.
O segundo
ponto é contar com uma esteira de desenvolvimento ágil, explorando o conceito
de DevSecOps (Desenvolvimento, Segurança e Operação). Esse passo
consiste no desenvolvimento de soluções, aliado a uma série de testes para
garantir a segurança e a qualidade. As empresas precisam lançar alterações no
site ou fazer qualquer correção de forma rápida e segura, com a maior qualidade
possível, para evitar que o usuário final seja afetado.
Em um terceiro
momento, a preocupação deve ser com a telemetria. Ela compila dados de
navegação do usuário, como onde clica, quanto tempo gasta e o tempo de
processamento de suas ações no site, além de medir se a experiência está sendo
boa. Essas informações ajudam a nortear importantes ajustes no site que
impactam diretamente nas vendas, como o tempo de espera para ser redirecionado
para o carrinho de compras, por exemplo.
Desta forma,
uma infraestrutura altamente escalada, uma esteira de DevSecOps e a
telemetria exigem a aplicação de dashboards e inteligência de dados, ou
seja, tempo e recursos financeiros.
Em menos de
dois meses, para conseguir fazer uma básica gestão de infraestrutura de TI e
alcançar bons resultados na Black Friday deste ano, é preciso se preocupar com
ações táticas para suportar as demandas. Outra dica é separar uma
infraestrutura maior do que a capacidade que se espera, para evitar falhas. Ou
seja, avaliar a capacidade dos servidores, a existência de um plano B, em caso
de queda, e checar toda a ponta de pagamento é um bom começo.
Os desafios da gestão de infraestrutura de TI nas empresas
Um dos maiores
desafios para as empresas é ter o orçamento e a equipe necessários para
executar os projetos de modernização, extremamente necessários. Quando se fala
em Black Friday, por exemplo, a preocupação vem à tona agora, pouco tempo antes
da data. Isso faz com que muitas adaptações não sejam realizadas por falta de
tempo ou ainda implementadas de maneira equivocada, aplicando um orçamento
muito maior, comparado à um planejamento realizado com antecedência.
Por isso, é
preciso dimensionar projetos de modernização no budget da empresa, para
que o processo seja desenhado em conjunto com o planejamento de outros setores,
como vendas e marketing. Sem esse trabalho interligado, certamente a
experiência do cliente estará comprometida.
É preciso
alinhar as transformações tecnológicas e as necessidades do negócio, para sair
da execução de projetos táticos para projetos estratégicos, que realmente
impactam a empresa. O segredo é olhar para o negócio e pensar em tecnologia, e
olhar para a tecnologia e pensar no negócio.
Ou seja, a
tecnologia de modernização é a inovação que vai garantir competitividade de
mercado, agregando valores de serviço com agilidade, qualidade e flexibilidade.
A arquitetura tem que ser observada do ponto de vista de negócio, para que seja
possível atender a demanda nas dimensões: recurso, complexidade, risco,
agilidade, valor e fit de negócio.
Todo esse
planejamento depende de expertise, mão de obra e análise minuciosa de cada
aplicação, para ponderar o melhor caminho a seguir. Atualmente, o mercado conta
com empresas
especializadas na prestação de consultoria e modernização desse tipo de serviço, para
permitir que as empresas se preocupem com questões estratégicas do negócio,
enquanto elas se dedicam à uma gestão
de infraestrutura de TI eficiente.
A tecnologia
não pode mais ser vista como um apoio aos setores, mas como um habilitador de
negócio. Esse processo, muitas vezes, é disruptivo demais para as empresas, que
têm dificuldade de provisionar budget para a tecnologia, mas chegou o
momento de virar o jogo e garantir uma infraestrutura adequada para garantir
uma excelente experiência do cliente.
Cleyton Leal é Líder de Serviços de Aplicativos e Gabriela Camano é Diretora de ITAM & FINOPS, ambos da SoftwareONE, provedora global e líder em soluções de ponta-a-ponta para softwares e tecnologia de nuvem.
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