Conheça alguns alimentos e bebidas que pioram as crises de enxaqueca
Especialista alerta que café e chocolate, por
exemplo, são gatilhos para a dor
São Paulo, setembro de 2022 - A enxaqueca é um dos tipos de dores de
cabeça mais comuns entre os brasileiros. Ela possui características como a
intensidade da dor ser de moderada a grave, a sua localização ser geralmente
unilateral e a dor ser associada a náuseas e/ou fotofobia (aversão à luz) e
fonofobia (aversão ao som). A enxaqueca, geralmente, possui quatro fases:
pródromo, aura, dor e pósdromo, mas nem sempre o paciente passa por todas elas
e às vezes a aura pode ocorrer junto com a dor.
A primeira é classificada como a fase
que antecede a dor. Já a aura são sintomas focais neurológicos, de curta
duração (até 60 minutos), como pontos brilhantes ou pretos na visão, dormência
em alguma parte do corpo (ao redor da boca, mãos ou braços) e outros. A crise é
marcada pela dor que acontece, geralmente, de forma unilateral e latejante.
Passando a dor, o paciente entra na fase do pósdromo, comparada por algumas
pessoas com a sensação de ressaca, marcada por sonolência, fraqueza e
dificuldade de concentração.
Algumas situações podem desencadear a
enxaqueca, como estresse, ansiedade, jejum prolongado e consumo de alguns
alimentos e bebidas, como explica a Dra. Natália Longo, neurologista pela Santa
Casa de São Paulo e neurofisiologista pelo HCFMUSP.
“A alimentação adequada exerce um papel
importante no tratamento preventivo da enxaqueca, pois o jejum e alguns
alimentos são desencadeadores das crises, como as frutas cítricas, conservas de
coloração avermelhadas, bebidas que contém cafeína e alimentos ricos em
gorduras. Alguns exemplos são frutas como o limão, linguiças, café, chocolate e
alguns refrigerantes”, contou a especialista.
A ciência ainda não conseguiu descobrir
o motivo desses alimentos causarem a enxaqueca, mas algumas hipóteses são
aventadas, mostrando que estas substâncias servem de gatilho para desencadear
as crises de dores de cabeça. A neurologista explica que o paciente só percebe
que o alimento ou a bebida vão causar a dor, após consumi-lo, mas quando
evidenciada esta correlação, estas pessoas devem evitar estes alimentos.
“Não existe uma dieta específica para
diminuir a dor de cabeça. O que existe é evitar os alimentos que são um gatilho
para dor. O chocolate, por exemplo, se for consumido de forma moderada, não vai
fazer mal. Agora, se o paciente já está com enxaqueca, pode piorar o quadro”,
completou a Dra. Natália Longo.
A especialista lembra que a enxaqueca é
uma dor muito comum e que as pessoas acabam não dando a devida importância,
porém existem tratamentos preventivos muito eficazes para que as pessoas que
convivem com esta doença tenham uma qualidade de vida melhor e até mesmo sem
dor. Em caso de crises frequentes, é importante que o paciente procure um
especialista que vai indicar o melhor tratamento. Cuidado com o uso excessivo
de analgésicos, pois pode mascarar e agravar as crises.
Dra. Natália Longo – médica neurologista e
neurofisiologista graduada em medicina pela Universidade Federal do Pará.
Residência médica de neurologia clínica na Santa Casa de São Paulo. Título de
especialista em Neurofisiologia pela Sociedade Brasileira de Neurofisiologia
Clínica (SBNC). Fellowship no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (HCFMUSP) em neurofisiologia com ênfase em epilepsia,
eletroencefalograma e videoeletroencefalograma.
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