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Cresce número de brasileiros sem água potável no Brasil

O número alarmante saltou de 5 milhões de pessoas em 2021 para 35 milhões neste ano

Criador: DFID/Vicki Francis | Crédito: DFID/Vicki Francis

O número de brasileiros sem acesso à água potável no Brasil aumentou catastroficamente neste ano. Saltou de 5 milhões de pessoas em 2021 para 35 milhões neste ano. Os dados são do Instituto Trata Brasil. Quando lançamos um olhar sobre a coleta de esgoto, os números são ainda maiores, passaram de 21,7 milhões para 100 milhões de brasileiros no mesmo período.

No Brasil, o saneamento básico é um direito assegurado pela Constituição e definido pela Lei nº. 11.445/2007 como o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza e drenagem urbana, manejos de resíduos sólidos e águas pluviais. 

Recortando este cenário, uma em cada quatro mulheres no país não têm acesso a água tratada ou não é abastecida com regularidade, na região norte e nordeste o número dobra, uma a cada duas mulheres não recebe água tratada. Entre as crianças e adolescentes, mais de 3,6 milhões não têm água dentro de casa e mais de 8 mil escolas sofrem com a escassez no fornecimento. 

Em resposta a números tão negativos, a busca por iniciativas pública-privadas têm crescido no Brasil. Projetos e soluções apresentados por startups nacionais ganham relevância e são alternativas sustentáveis para um avanço significativo, principalmente nas cidades mais críticas.

PWTech - Fundada em 2019, a startup tem como proposta uma solução inovadora que possibilite levar água potável para as regiões mais remotas e carentes do Brasil. Graças a uma tecnologia eficiente, de baixo custo, fácil instalação e portátil, a PWTech garante 100% de purificação da água contaminada com turbidez até 15 NTUs. 

Apesar de ser uma empresa nova, a PWTech acumula inúmeras premiações, entre elas: 1º lugar no DemoDay, do BrazilLAB; 1º lugar no InovAtiva Brasil; 1º lugar na categoria Água e Saneamento do Ranking 100 Open Startups 2021; é vencedora do Prêmio Startup do 13º Fórum de Inovação e Tecnologia da Câmara de Comércio Internacional França-Brasil de São Paulo (CCIFB-SP)

Estes equipamentos podem ser usados de forma concentrada, em um único ponto de tratamento de água, ou distribuídos em pontos estratégicos. Os purificadores possuem tecnologia plug and play e podem começar a operar imediatamente”, afirma Fernando Silva, sócio-diretor da PWTech.

Safe Drinking Water for All. A startup de Salvador (BA) desenvolveu uma tecnologia que usa energia solar e filtro de sisal para tratamento e potabilização de água proveniente de cisternas ou de outros reservatórios de pequeno porte. A empresa é liderada por Anna Luísa Bezerra, formada em Lideranças de Novos Empreendimentos pelo MIT e estudante de Biotecnologia.

Projeto Mudas - Criado pelo técnico em agronomia Kevin Brasil, trata-se de um sistema que combina irrigação de baixo custo e alta eficiência aliada a um sensor de umidade do solo. A ideia surgiu em Iguatu (CE) e foi testada com 15 famílias de produtores que vivem no semiárido brasileiro.  

Mas se o país tem tantos problemas no setor e soluções (baratas) para melhorar a qualidade de vida de milhões de brasileiros, porque os projetos não avançam? Segundo especialistas, porque enfrentam burocracias com processos licitatórios, desinteresse dos fundos de investimento e quase ausência de programas de incentivo. Sem falar de dores específicas do setor, como as dificuldades técnicas e financeiras para desenvolver as soluções ou vendê-las de forma escalável.

Atualmente, São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, tem o melhor indicador de água potável no estado, com 100% da população com acesso ao recurso. Santos também tem o menor índice de perda de água durante a distribuição aos moradores: 14%. Só perde para Nova Iguaçu (RJ), que tem 6,05%; logo atrás está Limeira, com 18,88%. 

As cidades mais prejudicadas com a falta de água potável e saneamento básico no Brasil são Macapá (AP) onde apenas 37% da população possui acesso a água e 10,78% ao saneamento básico, seguido de Porto Velho (RO), Santarém (PA), Rio Branco (AC) e Belém (PA). 

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