Documentário expõe trabalho precário, invisibilidade e exploração dos entregadores e motoristas de aplicativos
Curta "Uberização do Trabalho e a
Invisibilidade da Exploração" foi produzido por jornalistas em parceria
com a escola social de comunicação Oboré
Frame do documentário "Uberização do
Trabalho e a Invisibilidade da Exploração"
Frame do filme
O documentário "Uberização do
Trabalho e a Invisibilidade da Exploração", disponibilizado hoje (8 de
setembro) no Youtube, revela o processo de uberização por meio das histórias
dos entregadores de delivery e motoristas de aplicativos, na cidade de São
Paulo. Em formato curta-metragem, o filme mostra as dificuldades do dia a dia,
o trabalho sem auxílios, garantias e direitos laborais no curto e no longo
prazo.
Os relatos expõem problemas como a falta
de segurança, os danos à saúde física e mental, a má alimentação e a até a
violência urbana. Especialistas explicam como esse fator precarizou o trabalho
autônomo e como poderíamos ter uma volta saudável da economia e da geração de
mais empregos no futuro.
"Existe uma exploração enorme com
relação aos aplicativos. Hoje a Uber paga um valor mínimo de 5 reais, existem
entregadores que fizeram entrega de 10 km por R$ 5,00. Cinco reais hoje não é
um litro de combustível". Afirmou o entregador de Delivery e ex-motorista
de aplicativo, George Luiz.
Em 2020, o número de trabalhadores
informais ultrapassou 24,4 milhões no Brasil. Os economistas entrevistados
apontam como a reforma trabalhista de 2017 contribuiu para esse processo na
geração de trabalhadores de aplicativos, ampliando a ocorrência das atividades
informais nas grandes cidades. Decorrente dessa situação encontra-se o aumento
do desemprego, um dos fatores que culminou na expansão das atividades
informais.
A médica, pesquisadora do Fundacentro e
da FESPSP explicou que a uberização é um fenômeno que se caracteriza pela
informalidade e a relação entre trabalhadores e as plataformas digitais.
"A uberização não se refere apenas a Uber, se refere a toda essa
plataformização do trabalho. Os trabalhadores chamados uberizados, em tese,
trabalhariam quando quisessem e seriam livres de patrão com a ilusão de que
seriam empreendedores. ‘Não tenho patrão, não tenho horário, portanto não tenho
regra’, mas de fato as pessoas que estudam esse fenômeno explicam que existem
sim uma questão de assalariamento, porque a pessoa tem que estar disponível
para trabalhar a hora que há demanda".
Os jornalistas Ariane Santana, Cleiton
Santos, Edilaine Tenório e Saadia Gama foram os responsáveis pela execução do
documentário, e com um olhar humanizado acompanharam de perto a rotina dos
entrevistados. A obra foi produzida em parceria com o projeto Cinema e
Jornalismo: Luzes sobre São Paulo, coordenado pela Oboré e está disponível no
Youtube da produtora, Silema Vídeos.
https://www.youtube.com/channel/UCWVuhEmxl6yAkLeceWTiRzg
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=i7b3aTgN-sE
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