Dor frequente e sensação de peso nas pernas podem ser sintomas da insuficiência venosa crônica
Cirurgião vascular explica que a doença pode
ter graves complicações quando não diagnosticada e tratada precocemente
São Paulo, setembro de 2022 - Aquela sensação de pernas inchadas,
que parecem estar carregando um peso amarrado em cada calcanhar, pode estar
escondendo mais do que um corpo cansado. Muito prevalente em toda população
brasileira, a insuficiência venosa crônica é uma doença que atinge a capacidade
do sistema vascular de fazer o retorno venoso adequadamente.
O que acontece é que as válvulas presentes
dentro das veias, que são responsáveis por fazer o sangue circular em uma só
direção, sem retornar ou acumular, não funcionam corretamente. Isso faz com o
que o sangue acumule e a pressão nas paredes das veias aumente, gerando
consequências para o organismo como o surgimento de varizes.
De acordo com a Organização Mundial da
Saúde as varizes são tão comuns que estão presentes na vida de 30% da população
mundial. Para o Dr. Márcio Steinbruch, cirurgião vascular e membro da Sociedade
Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, as varizes já são bem conhecidas
por todos e, por isso, acabam não sendo consideradas um sinal de risco para à
saúde.
“O que os pacientes precisam entender é
que as varizes são apenas uma fase da insuficiência venosa crônica, uma doença
complexa e com graves consequências. Isso porque quando não é tratada, a
pressão no interior das veias faz com que elas se dilatem e suas paredes fiquem
mais finas. Podem gerar manchas e fibroses na pele e no tecido subcutâneo por
conta das hemácias que extravasam das veias, o que aumenta o risco de úlceras
varicosas. Além de possíveis complicações como trombose venosa profunda,
embolia pulmonar e infecções”, explicou.
Entre os sintomas mais mencionados, é
comum que a pessoa com insuficiência venosa crônica sinta dor frequente e a
sensação de peso e cansaço nas pernas. Mesmo aquelas que não ficam por longas
horas sentadas ou em pé. Geralmente, quando a pessoa começa a perceber que
surgiram varizes, isso significa um agravamento da doença que começou nos
primeiros sinais de dor e desconforto.
Outro sintoma relacionado à
insuficiência venosa e facilmente perceptível é o edema ou inchaço, como
popularmente é chamado. Pela manhã as pernas permanecem normais, mas quando o
fim do dia chega elas incham e começam a incomodar. Isso ocorre por conta da
ação da gravidade, que aliada à doença dificulta o retorno do sangue. Durante a
noite de sono, enquanto a pessoa fica na posição horizontal, o sangue consegue
circular normalmente e o edema desaparece.
“É importante mencionar alguns outros
sintomas, que dificilmente o paciente associa a algum problema vascular, mas
que fazem parte dos sinais de insuficiência venosa. A congestão das veias por
acúmulo de sangue, por exemplo, potencializa o surgimento de câimbras, sensação
de formigamento e, até, coceira nas pernas”, alertou.
Os sintomas aliados ao histórico e ao
estilo de vida da pessoa, vão orientar o médico no diagnóstico. Isso porque
alguns fatores aumentam o risco de incidência e de agravamento da doença como:
obesidade, sedentarismo, tabagismo, herança genética, profissões que precisam
ficar muitas horas em pé e o uso frequente do salto alto. A prevalência é maior
em mulheres devido à ação dos hormônios femininos no organismo, principalmente
durante a gestação ou uso da pílula anticoncepcional. A proporção é de 3
mulheres com varizes para cada homem com a doença.
O tratamento é simples na maioria dos
casos, mas exige disciplina do paciente que precisa fazer uso das meias
compressivas para evitar o avanço da doença e dos medicamentos para aliviar os
sintomas, rigorosamente. Em casos mais sérios a cirurgia é indicada. Para o Dr.
Márcio Steinbruch a prevenção ainda continua sendo a melhor alternativa.
“Eu sempre oriento que o paciente deve
fazer tudo o que está ao seu alcance para retardar o surgimento e o avanço da
doença. O que significa manter hábitos saudáveis como uma boa alimentação,
evitando excesso de sal, gordura e bebidas alcoólicas, além de ter uma rotina
ativa de exercícios físicos. O sedentarismo e a má alimentação influenciam
diretamente a saúde vascular, e são pontos que podem ser controlados pelo
paciente”, finalizou o especialista.
Sobre o especialista: Dr. Márcio Steinbruch – formado pela Universidade de São Paulo (USP), é médico com especialização em cirurgia vascular pelo Hospital das Clínicas da FMUSP, além disso, possui título de especialista pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular e é membro efetivo da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. Curta as redes sociais do médico: Instagram: @livredevarizes e Facebook.com/marcio.steinbruch e acesse o site: www.livredevarizes.com.br/.
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