Eleições 2022: especialista considera improvável uma ruptura das políticas econômicas, independente do candidato eleito
São Paulo, setembro de 2022 – Durante a terceira edição do Credit Talk, evento promovido pela Allianz Trade para discutir perspectivas econômicas, o economista Rodolfo Margato, da empresa XP, analisou o cenário pós-eleições. Na live, ao lado do Superintendente de Risco da Allianz Trade, Rafael Guarento, o especialista traçou algumas possibilidades, após o resultado das eleições que acontecem nos próximos dias.
Durante a conversa,
Margato afirmou que a grande dúvida do mercado é sobre a condução de política
econômica do próximo governo, seja ele reeleito ou um novo entrante. Para o
economista, se tivermos no Brasil um governo comprometido com a agenda fiscal,
seja a manutenção da regra do teto de gastos ou alguma âncora fiscal crível na
avaliação do mercado, a tendência é continuidade da recuperação econômica,
crescimento de PIB, redução na taxa de desemprego e continuidade da melhoria
macroeconômica.
Na conversa, os
especialistas avaliaram também o cenário adverso. “Não vemos como o mais
provável, mas temos que considerar e discutir como sendo uma possibilidade”,
afirma Margato. “Um governo sem controle fiscal, que aumenta a despesas, que
não segue com agenda de reformas, com avanços microeconômicos, pode levar a uma
reação negativa do mercado. Isso abriria uma taxa de câmbio depreciada, aumento
do custo de financiamento da dívida pública e, naturalmente, um menor
crescimento econômico”, explica.
Ao analisar as
propostas dos dois principais candidatos, o atual presidente Jair Bolsonaro e o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o economista da XP avalia que, “em uma
eventual reeleição, não se espera uma grande mudança nas diretrizes que foram
observadas ao longo dos últimos anos do governo Bolsonaro”. Já em relação à
eleição do ex-presidente Lula, o especialista vê duas possibilidades. “A grande
dúvida é se teremos um governo do PT mais pragmático e alinhado a uma política
econômica - que o mercado avalia como solida e sustentável. Ou se haveria uma
intervenção maior no ambiente econômico, com a utilização mais massiva de bancos
públicos na concessão de crédito”. Margato explica, no entanto, que não é
esperado que haja esta grande ruptura.
O link com a gravação completa do Credit Talk está disponível aqui.
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