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Inflação e juros em alta? Como aproveitar e ganhar dinheiro neste momento

Por André Souza*

Em setembro, o Copom (Comitê de Política Monetária) manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano, interrompendo o maior ciclo de alta de juros em 23 anos. A taxa, ainda assim, é a maior desde janeiro de 2017. Foram 12 altas consecutivas neste processo de aperto monetário do Banco Central, com um aumento acumulado de 11,75 pontos porcentuais, o maior choque de juros desde 1999. O ciclo foi iniciado em março de 2021, quando os juros básicos estavam na mínima histórica de 2% ao ano. Se, por um lado, o aperto da política monetária impacta diretamente o bolso da população que precisa lidar com juros mais altos, por outro apresenta boas oportunidades para quem é investidor. 

O grande motivador por trás dos aumentos da Selic é o controle da inflação. A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira e é com base nela que os juros de diversas operações no país são definidos. Com o aumento da taxa, os custos do crédito, como os empréstimos pessoais, financiamentos e juros de cartão de crédito, também sobem. Trata-se de uma estratégia do Banco Central para diminuir o consumo de produtos e serviços. Com o maior custo do crédito, as pessoas tendem a comprar menos, o que provoca redução no nível geral de preços dos produtos e serviços diminuindo, também, a inflação. 

Bancos centrais de outros países, como dos Estados Unidos e de nações europeias, estão fazendo movimentos similares em uma tentativa de conter a alta inflacionária provocada pelos efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia que elevou os preços dos combustíveis e dos insumos em todo o mundo. 

Contudo, não são somente as taxas de empréstimos e financiamentos que sobem com o aumento da Selic. A taxa básica de juros também impacta a rentabilidade de alguns investimentos de renda fixa, que, consequentemente, ficam mais atrativos em tempos de Selic alta. 

Logo, se a taxa aumenta, a rentabilidade dessas aplicações aumenta junto. Um exemplo é o Tesouro Selic, que possui rendimento indexado à taxa básica de juros. Por ser um investimento pós-fixado, só é possível saber qual será o ganho da aplicação após o vencimento do título ou ao solicitar o resgate antecipado do dinheiro. No entanto, é possível acompanhar a rentabilidade a partir da variação da Selic. 

Outra opção é o CDB (Certificado de Depósito Bancário), um tipo de aplicação financeira que funciona como um empréstimo cedido pelo investidor ao banco. Entre os CDBs, há alternativas pós-fixadas atreladas ao CDI, outra taxa que acompanha as variações da Selic. Portanto, este investimento segue a mesma lógica do Tesouro Selic: se a taxa sobe, a rentabilidade também. Atualmente, existe uma grande variedade de CDBs disponíveis no mercado. Cada instituição financeira determina a rentabilidade e as regras de resgate dos valores aplicados. Cabe ao investidor analisar as opções disponíveis e escolher a melhor para seu perfil. 

Aos que procuram um investimento para se proteger da inflação uma alternativa é aplicar no Tesouro IPCA+. Este é um título com rentabilidade híbrida, que une uma taxa de juros pré-fixada somada a uma taxa pós-fixada, que é o IPCA. Desta forma, o dinheiro investido dificilmente perderá valor, pois sempre será acrescido do IPCA. Esta aplicação pode ser uma boa opção, tendo em vista que a inflação e os juros a curto prazo devem continuar elevados no próximo ano. 

Para concluir, de forma geral, o investimento em títulos de renda fixa podem ser uma boa opção nesse cenário de alta da Selic. Na hora de aportar seu dinheiro, o investidor deve estar atento às datas de vencimento dos títulos, pois só é garantida a rentabilidade total caso o dinheiro seja resgatado no vencimento. Se o resgate ocorrer antes do prazo, poderá ter variação para mais ou para menos de rentabilidade ou até mesmo a possibilidade de resgatar um valor inferior ao investido. 

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(*) André Souza é diretor de Investimentos do PagBank PagSeguro

 

Este material tem como única intenção fornecer um panorama sobre as diferentes categorias de produtos de investimentos disponíveis no mercado. Os conteúdos não têm o objetivo de oferecer análise de valores mobiliários ou recomendações de investimento, considerando que os produtos apresentados podem não ser adequados aos objetivos, situação financeira ou necessidades individuais de cada usuário. O PagBank PagSeguro se exime de qualquer responsabilidade por quaisquer prejuízos, diretos ou indiretos, que decorram da utilização de seu conteúdo, bem como por eventuais informações fornecidas por terceiros, que não expressam a opinião do PagBank PagSeguro. As projeções e preços apresentados estão sujeitos a variações e podem impactar os portfolios de investimento, causando perdas aos investidores. Antes de tomar qualquer decisão, é recomendado que o leitor busque orientação financeira independente e leia atentamente os materiais técnicos relativos a cada produto.

 

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