Manual orienta sobre impacto da fadiga e do sono no trânsito
Guia completo, com cinco capítulos, retrata o problema do sono no trânsito, desde seu conceito até as contramedidas de sonolência que serão usadas nas próximas gerações de veículos
Desmistificar a sonolência e mergulhar nos processos humanos que a regulam, explorando como essa condição pode ser medida e mitigada quando ela ocorre em momentos inoportunos e perigosos, como ao volante, por exemplo. É essa a intenção do manual ‘Minisséries Sonolência’.
Como o guia explica, a sonolência é uma das principais causas de deficiência de motoristas e é um dos principais condutores de acidentes fatais em rodovias. Estudos independentes na Europa mostraram que aproximadamente 1 em cada 5 acidentes de trânsito são causados por sonolência ao dirigir.
Nos EUA, a National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA) estima que a cada ano cerca de 100 mil acidentes de trânsito relatados pela polícia resultam em quase 800 mortes e cerca de 50 mil feridos. A estatística é subestimada já que os especialistas acreditam que, muitas vezes, o acidentado não está ciente quando isso acontece.
Portanto, não é surpresa que a Comissão Europeia decidiu incluir a detecção de sonolência do motorista como uma das exigências de segurança em carros vendidos dentro dos 27 países que compõem o bloco. O Euro NCAP (programa europeu de segurança em automóveis), também incorporou a detecção de sonolência como parte de seu protocolo de avaliação ao analisar as classificações de segurança de um veículo.
A cartilha visa a esclarecer sobre os impactos da sonolência na segurança dos motoristas e explica como é possível implantar soluções que permitam gerar dados e alertas que promovam uma viagem mais segura. A seguir um resumo de cada capítulo:
Capítulo 1: raio X da sonolência
A sonolência é descrita como a transição entre os estados comportamentais de vigília e sono. Pode ser dividida em duas categorias: sonolência intencional e não intencional. Sentimos a intencional quando vamos para a cama à noite, muitas vezes em condições adequadas como quente, escuro, silencioso e deitado confortavelmente na cama. No entanto, a sonolência também pode ocorrer de forma não intencional, levando às microdormidas e a consequentes fatalidades, a depender da atividade que a pessoa está exercendo.
Capítulo 2: como é regulada a sonolência
Do ponto de vista do motorista, a sonolência é perigosa porque somos deficientes cognitivos e não estamos tão atentos quanto normalmente estaríamos. Nossos tempos de pensamento e reação diminuem, nos tornando um risco maior na estrada. Em pessoas saudáveis, a sonolência aumenta à medida em que ela fica acordada. Tem a ver com o acúmulo de uma substância química indutora do sono no cérebro chamada adenosina. Se uma pessoa está sonolenta, em períodos de inatividade (como sentar no trânsito) a adenosina acelera a fadiga no indivíduo.
Capítulo 3: como é medida a sonolência
Existem duas classes de métodos: subjetivos e objetivos. As medidas subjetivas são dependentes da percepção, opinião e sensação do observador de uma condição de sonolência. Já as objetivas são independentes do observador e normalmente envolvem o uso de equipamentos como câmera e/ou um técnico qualificado para coletar as medições e analisar os resultados. Por exemplo, a sonolência pode ser avaliada medindo os movimentos das pálpebras. Já as piscadas são caracterizadas por sua duração e número de ocorrência, as quais mudam quando uma pessoa está sonolenta. Essas medições são escalonadas com precisão e graduação, fornecendo uma reflexão precisa dos níveis de sono.
Capítulo 4: sistema objetivo de medição do sono
Nesse tópico é apresentado um estudo de caso envolvendo um negócio de frota comercial para descrever como funciona um sistema objetivo de monitoramento de sonolência em campo.
Um dos mais avançados sistemas de detecção de sono e fadiga é baseado nos movimentos das pálpebras, ou blefarometria - uma técnica bem estabelecida - que foi cientificamente desenvolvida e validada, de forma independente, para quantificar a sonolência. Essas medições são coletadas e enviadas para um dispositivo no caminhão (um tablet ou telefone), que analisa os dados para identificar os níveis de sonolência de um motorista.
Capítulo 5: contramedidas
Também conhecidas como Intervenções (Euro NCAP), as contramedidas são ações que podem ser realizadas por uma pessoa ou programadas nos Sistemas Avançados de Assistência ao Condutor (ADAS) de um carro para evitar mais danos nas estradas. Elas são classificadas com base em sua intensidade. Os estágios iniciais podem aliviar os níveis de sonolência de uma pessoa, fornecendo indicadores audiovisuais de que uma pessoa está sonolenta, enquanto os estágios finais são destinados a motoristas que não respondem, onde uma manobra de segurança automatizada (também conhecida como Manobra de Risco Mínimo ou MRM) é executada para garantir a segurança de todos os utentes da estrada.
Pesquisas independentes mostraram que diferentes tipos de contramedidas podem ser aplicadas para aliviar brevemente os níveis de sonolência de uma pessoa, estendendo assim seu tempo de condução segura.
O manual ‘Minisséries Sonolência’ foi desenvolvido pela Optalert, empresa australiana, cujo fundador é o doutor Murray Johns. Ele é o criador da Epworth Sleepiness Scale (ESS), Escala do Sono, que se tornou a principal referência entre pesquisadores dos mais respeitados institutos e universidades do mundo. Para baixá-lo gratuitamente, acesse o link: https://www.optalert.com/
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