Opção de investimento: Joias e relógios de segunda mão são alternativas seguras
Em momentos de crise, investidores buscam
ativos alternativos que podem proteger seu patrimônio e peças usadas em ouro e
pedras preciosas pode ser um caminho
Quando se fala em investir, o pensamento
vai logo relacionar o termo à compra de ações, alocar posições em fundos de
investimentos, adquirir títulos de renda fixa, criptomoedas, comprar imóveis ou
até mesmo guardar dinheiro na velha poupança. No entanto, nos últimos anos,
muitos investidores abriram o leque de opções, passando a olhar com atenção
alternativas que saem do espectro do mercado financeiro, considerando outros
tipos de ativos, como é o caso das joias e dos relógios de luxo usados.
O aquecimento do mercado de itens de
segunda mão – ou secondhand – é um dos impulsionadores dessa nova tendência,
que vem sendo puxada, em grande parte por consumidores mais jovens –
principalmente da geração Z – que têm uma relação diferente com o consumo de
produtos e serviços se comparado à geração Y, por exemplo.
O foco desses novos investidores está
baseado em não somente fazer dinheiro, mas também contribuir para a
movimentação de um ecossistema circular, o que está impulsionando a compra de
joias e relógios de segunda mão não somente para uso, mas com foco em
investimentos.
O conceito de economia circular
baseia-se na adoção de um novo olhar sobre a forma de produzir e comercializar
produtos. O objetivo é alcançar a produção e o consumo responsáveis por meio do
prolongamento da vida útil dos resíduos de matéria-prima produzida pela
indústria, seja por meio de reciclagem, reutilização, transformação ou
reparação.
De acordo com Giovanna Landi, Gerente de
Produtos da Orit, empresa que está há mais de 60 anos no mercado de joias e
relógios de luxo usados, essas peças nunca se perdem, podendo ser transformadas
em dinheiro a qualquer momento. “São itens que deixaram de ser vistos apenas
como acessórios e estão cada vez mais sendo vistos como alternativas para
diversificação da carteira de investimentos de muitos de nossos clientes”.
Reserva de valor
A compra de joias como investimento está
ligada ao fato de que o ouro sempre foi considerado uma reserva de valor, ou seja,
uma alternativa de investimento seguro em momentos de crise. Segundo Giovanna,
com a crise econômica que vem deixando o bolso do consumidor brasileiro mais
vazio, joias e relógios usados passaram a ser considerados, principalmente após
os cuidados que a peça usada recebe para voltar a ser vendida. “Nós temos uma
equipe que não só avalia a veracidade da peça, mas também que cuida para que
ela volte ao mercado em perfeito estado e, sempre que possível, com suas
características originais”, diz a especialista.
Algumas dessas joias, entre brincos,
anéis, pulseiras e colares podem sair até 60% mais baratas e serem vendidas
mais tarde por um preço mais elevado, a depender da demanda e oferta para
aquelas peças. “Se a joia ou o relógio forem vendidos em um momento de forte
demanda pela peça e/ou em um momento de alta do ouro, o investidor pode colocar
um bom lucro no bolso”, aponta.
Mercado em crescimento
O mercado de secondhand, no qual o
consumo de itens de luxo tem uma forte participação, não para de crescer. De
acordo com dados da GlobalData, o valor movimentado por esse segmento deverá
dar um salto de US$ 24 milhões, em 2019, para US$ 51 milhões de 2025, o que
representa uma alta de 112,5%.
A consultoria norte-americana Boston
Consulting Group fez um levantamento que apontou que o mercado de joias e
relógios de segunda mão deve crescer até 20% ao ano até 2027.
A compra de joias com foco em investir
deve ser um grande impulsionador da expansão dessa atividade, principalmente em
um momento no qual o mundo vive uma crise econômica acentuada, com inflação e
taxa de juros nas alturas, o que traz volatilidade para o mercado financeiro
tradicional, principalmente para a renda variável.
Segundo especialistas, é um cenário que deve perdurar pelo menos até o próximo ano, o que deve impulsionar a atitude de investidores em buscar ativos para proteger seu patrimônio. E joias e relógios usados, na categoria de ativos alternativos, podem ser uma opção interessante.
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