São Paulo registra safra recorde de 400 mil toneladas de trigo em 2022
Produção
histórica foi indicada durante reunião da Câmara Setorial do grão, realizada em
Capão Bonito (SP)
A produção de trigo em território paulista chegou às
400 mil toneladas em 2022, volume recorde para o estado. Esse dado foi apurado
durante a última reunião da Câmara Setorial do Trigo de São Paulo, realizada no
dia 14 de setembro na Cooperativa Agrícola de Capão Bonito, em Capão Bonito
(SP).
Na ocasião, o reporte das cooperativas e cerealistas
paulistas apontou o maior volume de safra que o estado já produziu nos últimos
anos, com o clima favorável em momentos cruciais para o desenvolvimento do
trigo como um dos fatores que permitiu este resultado.
“Conseguimos atingir às expectativas da safra paulista
de produção de 400 mil toneladas de trigo e ainda esperamos ampliar essa
quantidade, com alguns dados de produtores, cooperativas e cerealistas que
ainda não foram contabilizados. A qualidade do trigo Paulista vem se mantendo
nos últimos anos, mesmos com intempéries em seu ciclo de produção, o que indica
que estamos no caminho certo”, destaca o Presidente da Câmara Setorial do Trigo
de São Paulo, Ruy Zanardi.
Qualidade elevada do
trigo de SP
O volume recorde é uma notícia positiva para toda a
cadeia do trigo no estado, considerando que, dessa forma, aumenta-se a
disponibilidade de farinha de qualidade para setores como panificação, massas,
biscoitos, pizzas etc. O Presidente do Sampapão (sigla que congrega o
Sindicato, a Associação dos Industriais de Panificação e Confeitaria de São
Paulo e o Instituto do Desenvolvimento de Panificação e Confeitaria de São
Paulo), Rui Gonçalves, participou virtualmente da reunião e avaliou a condição
do cereal paulista para o segmento.
“Com o tempo, a qualidade do trigo e da farinha
cresceu consideravelmente no estado. Hoje, em São Paulo, temos boas farinhas e
bom trigo, o que faz com que a panificação tenha o poder de produzir pães de
excelente padrão, permitindo que os clientes observem a qualidade do cereal
utilizado”, reforça Gonçalves.
Conjuntura nacional e
internacional do trigo
A situação do cereal no Brasil e no mundo também foram
temas de discussão durante a reunião da Câmara Setorial. A analista comercial
de trigo, Karina Hofling, e o gestor da divisão trigo, Luciano Furlan, ambos
profissionais da ADM do Brasil, trouxeram aos participantes e espectadores do
evento um panorama dos cenários interno e externo da cultura.
“Estamos trabalhando com uma produção de 10 milhões de
toneladas de trigo no Brasil. Acreditamos que as importações chegarão a seis
milhões de toneladas, sendo que a maior parte deste volume vem da Argentina, e
as vendas externas podem atingir três milhões de toneladas, mesmo com a
limitação da janela de exportação”, explica Karina.
De acordo com Luciano Furlan, o clima tem sido um
importante fator para determinar o volume e a qualidade das safras pelo mundo.
“A Argentina chama a atenção pois se encontra em uma situação bastante
diferente em relação ao ano passado. Em 2022, devido à seca, apenas 17% da
produção apresenta condições boas ou excelentes. A Europa também enfrenta a
estiagem, com volume de cereal menor do que o esperado. Já o Paquistão
enfrentou inundações, afetando o trigo nos armazéns”, explica.
A reunião da Câmara Setorial do Trigo de São Paulo pode ser acompanhada na íntegra aqui.
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