Segurança cibernética nos meios de pagamento
Por
*Claudio Dias - CEO da Pagolivre
A
segurança cibernética é pauta prioritária no setor financeiro, que com suas
boas práticas de proteção de dados e investimentos em segurança, acompanha a
agenda de inovação e transformação digital.
Segundo
pesquisa conduzida pelo Deloitte para a Febraban – Federação Brasileira de
Bancos – “Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2022”, a segurança
cibernética é pauta importantíssima no setor, incluindo meios de pagamentos. Em
serviços financeiros, 42% dos bancos estão investindo em tecnologias de prevenção
e ameaças cibernéticas e, em relação à adequação à Lei de Proteção Geral de
Dados (LGPD), a adoção de ferramentas e tecnologias é considerada o principal
tema para 83% dos respondentes.
Nos
últimos cinco anos, as modalidades de ataques têm se sofisticado. Às fraudes e
roubos, somam-se o sequestro de dados, cada vez mais bem sucedido e lucrativo,
em um amadurecimento da cadeia de fornecimento global desses crimes.
A
segurança é uma das grandes questões sobre pagamentos online, pois muitos
usuários têm receio ao preencher formulários, compartilhar dados e deixar que
pessoas e empresas saibam mais sobre os indivíduos. Esse medo acontece
principalmente em razão das fraudes nos meios de pagamento. É preciso destacar
que essa preocupação acontece tanto do lado do lojista, quanto dos
consumidores, causando prejuízo a todos os envolvidos.
Como os
meios de prevenção estão cada vez mais avançados, nem todas as tentativas são
efetivadas. Mas é preciso estar sempre atento quando o assunto for fraude em
meios de pagamento, pois ainda há muito o que se combater.
Para
proteger seu negócio e seus clientes, os lojistas devem encontrar maneiras de
se proteger. Ao ter meios de pagamentos seguros, o consumidor se sente mais
confiante e incentivado a fazer compras online, por exemplo, reduzindo os
custos de chargeback.
Estamos
em um momento em que várias tecnologias que já falávamos há alguns anos,
começam a ser usadas em grande escala. Elas trazem uma revolução na forma como
nós atendemos o cliente. Quando falamos de inteligência artificial, a
ressaltamos em vários pontos do atendimento, seja no chatbot, que conseguimos
ter uma interface para ele conversar inicialmente com o robô, seja na
aceleração dos processos internos na abertura de conta e a pesquisa de um dos
números que ela traz.
Além
disso, vemos o crescimento de abertura de contas no digital, que acelera muito
esse processo com inteligência artificial. Você imagina aquela quantidade de
papéis que usávamos antes, hoje, com inteligência artificial, todo esse
processamento é feito de maneira automatizada, acelerando processos e sua
segurança.
A
pesquisa da Febraban traz, inclusive, o número de investimento no setor em
cibersegurança, que é de 10%. São investidos anualmente 3,1 bilhões em
tecnologia bancária. Em 2022 a projeção é de 35,5 bilhões de investimentos em
tecnologia, sendo 3,5 bilhões em segurança. Somos o segundo segmento no mercado
que mais utiliza e mais investe em tecnologia, e só perdemos para o governo.
Hoje, os aplicativos bancários brasileiros são os mais evoluídos do mundo,
tanto em quantidade de transações, quanto na usabilidade e segurança, sendo
algo confiável. A pesquisa traz, por exemplo, que o usuário médio entra 40
vezes no aplicativo por mês, e um usuário heavy user, que utiliza só o mobile,
acessa 60 vezes por mês. Então se os meios de pagamento são confiáveis e as
transações muito importantes, temos uma possibilidade de oferta de serviços
muito grande dentro dos nossos aplicativos.
Um ponto
importante é que fazemos tudo em um lugar só, com a segurança do segmento
bancário, que faz a gestão única das suas compras e permite ao banco,
inclusive, fazer uma oferta. Se sabemos que uma pessoa é uma consumidora de
teatro, e há uma peça importante na cidade nos próximos dias, porque não
antever essa oferta a partir dos hábitos de consumo e preferência de uma
pessoa? Existe inteligência embutida nesse processo, que é muito interessante,
conseguindo oferecer uma experiência cada vez mais agradável e mais completa
para esse cliente.
Portanto,
a cibersegurança é levada muito a sério em toda a cadeia bancária, fazendo com
que os clientes tenham segurança e conduzam suas atividades online cada vez com
mais tranquilidade.
* Claudio Dias, formado em Matemática na FMU e Gestão Empresarial na FGV, acumula mais de 30 anos de experiência na área de tecnologia e inovação. Foi fundador da Gopay e é CEO da Pagolivre, especializada em meios de pagamento e recorrência.
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