Setembro amarelo levanta discussões sobre a escuta ativa na educação
Os novos desafios do setor transformam
estudantes em principais orientadores quando o assunto é saúde mental
Terminou na segunda-feira a Cúpula de
Educação Transformadora, que mobilizou jovens, educadores, organizações
não-governamentais e líderes de estado para debater sobre o futuro do setor. O
secretário-geral da ONU, António Guterres, apresentou um dado da UNICEF, no
qual expõe que 70% das crianças de 10 anos não são alfabetizadas, seja por não
estarem matriculadas em escolas ou por falhas no sistema educacional.
Guterres também ressaltou as
consequências da pandemia na aprendizagem ao redor do mundo, que impediu a
progressão do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 4, que procura entregar
educação de qualidade para todos.
O principal objetivo neste momento é a
aplicação da escuta ativa nas escolas, que visa a criação de um espaço de
valorização e acolhimento para as demandas questionadoras que os jovens e as
crianças possuem atualmente, além de exigir um preparo pedagógico para lidar
com a realidade de cada estudante. “Ao refletir sobre o setembro amarelo e a
importância da conscientização nas escolas, precisamos sempre levar em
consideração a vivência de cada aluno e quais são seus principais
desconfortos”, afirma Marizane Piergentille, diretora de educação da Rede
Adventista do ABCDM e Litoral. “Nesta missão, é necessário investir na
capacitação dos professores e funcionários para que eles possam lidar com
respeito perante as diferenças, valorizando as vivências e as interações,
criando um espaço de afeto e empatia para os alunos”.
O Colégio Adventista de Santo André
organizou o projeto Eu Ouço
Você, que consiste em rodas de conversas durante a semana, além de
podcasts internos que levantam discussões como a relação entre escola e
família, valorização da vida, autoestima, autoaceitação, entre outros. “Durante
o projeto observamos o entusiasmo dos estudantes ao compartilhar suas histórias
e experiências, e principalmente como suas atitudes mudam quando sentem que estão
sendo escutados”, aponta Marizane. “Além disso, percebemos também que a troca
entre os alunos e professores muitas vezes inverte os papéis, e coloca o jovem
como orientador em certas pautas”.
No final da Cúpula de Educação Transformação, Guterres destacou que a partir deste momento, a educação é a principal ferramenta para impedir a disseminação da desinformação, a irresponsabilidade com o meio ambiente e das agressões aos direitos humanos. “Todos esses fatores afetam diretamente no psicológico das crianças e dos jovens, que estão diariamente conectados com as notícias. Quando chega o mês de setembro e discutimos sobre a conscientização de saúde mental e prevenção contra o suicídio, é necessário entender como este tópico deve ser conduzido dentro das salas de aula”, finaliza a diretora.
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