Setembro em Flor: 30 mil brasileiras são diagnosticadas com cânceres ginecológicos a cada ano
Durante o mês de conscientização, é fundamental
ir além do câncer do colo do útero e abordar também outros tumores que atingem
o aparelho reprodutor feminino; Oncologista comenta como identificar, prevenir
e tratar
Ao longo do mês, a campanha Setembro em
Flor vem para alertar sobre a prevenção e conscientização dos cânceres que
atingem o aparelho reprodutor feminino (útero, ovário e endométrio). Indo além
do câncer do colo do útero, doença que atinge 16.590 mulheres por ano, segundo
o Instituto Nacional de Câncer (INCA), é fundamental também abrir os olhos para
os tumores ginecológicos como um todo.
Ainda de acordo com o INCA, cerca de 30
mil brasileiras são diagnosticadas com cânceres ginecológicos por ano, sendo
mais comum o câncer do colo do útero em mulheres mais jovens e os tumores
ovarianos e de corpo uterino naquelas acima de 50 anos.
A oncologista Angélica Nogueira, do
Grupo Oncoclínicas, comenta ainda que a vacinação é um fator importante e que
não pode ser deixada de lado. “Mais de 90% dos casos do câncer do colo do útero
estão ligados ao HPV. O câncer do colo do útero é uma das poucas
neoplasias malignas que pode ser considerada uma doença amplamente evitável
através da vacinação anti-HPV e/ou triagem adequada e tratamento das lesões
precursoras, como preventivo de Papanicolau. No entanto, principalmente nas
regiões do planeta de maior vulnerabilidade socioeconômica, milhares de
mulheres morrem, desnecessariamente, vítimas da doença”
Desde 2014, a vacina contra o HPV é
oferecida gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde no Brasil para meninas de
9 a 14 anos e também para meninos de 11 a 14 anos. "A imunização pode
ajudar não só a prevenir o câncer do colo do útero, como também o de vulva,
vagina, ânus, orofaringe e pênis". Além disso, vale lembrar que a vacina
também é indicada e está disponível gratuitamente para pacientes
imunossuprimidos, como pacientes com câncer, HIV e transplantados (até os 45
anos de idade). “Contudo, apesar de disponível gratuitamente para as populações
citadas, a cobertura vacinal no país está significativamente abaixo do
necessário para entrar em um estrato compatível com a eliminação do câncer do
colo do útero nas próximas décadas", comenta a oncologista.
Como identificar tumores ginecológicos
Os sinais e sintomas dos cânceres
ginecológicos variam entre os subtipos, sendo sangramento vaginal e corrimentos
anormais os achados mais comuns em cânceres do útero, corpo e colo. Considerado
grave e silencioso, o câncer de ovário é infelizmente descoberto em 75% dos
casos em estágios avançados, segundo o INCA. Contudo, alguns sintomas podem
indicar que algo está errado com o corpo, por isso, fique de olho se houver
persistência dos seguintes achados:
- Sangramento vaginal anormal
- Inchaço abdominal
- Sensação de empanzinamento
- Dor pélvica ou pressão abaixo
do umbigo
- Dor de estômago
- Alterações intestinais
- Dor durante a relação sexual
Fadiga
- Vulva e vagina com feridas,
alteração da cor ou bolhas
- Perda de peso sem motivo (10kg
ou mais)
Quanto ao rastreamento dos cânceres
ginecológicos, Angelica Nogueira comenta que o Papanicolau é uma maneira de
identificar as lesões pré-malignas antecipadamente. “O Papnicolaou é um exame
que pode detectar lesões pré cancerosas que, uma vez tratadas, podem não
evoluir para câncer, além disso, o exame pode ajudar a diagnosticar
precocemente o câncer do colo do útero e evitar que o tumor seja encontrado em
estágios mais avançados, quando o tratamento é usualmente mais complexo e as
chances de cura menores”.
Já nos casos de câncer de ovário e
endométrio, ainda não existem bons exames de rastreamento. Em casos como esse,
o médico pode solicitar exames clínicos ginecológicos, laboratoriais e também
de imagem que ajudam a identificar a presença de ascite ou acúmulo de líquidos,
além da extensão da doença em mulheres com suspeita de disseminação intra-abdominal.
Nos casos de síndromes de câncer hereditário, programas de rastreamento
específicos são montados para os membros da família portadores de mutações
patogênicas. Isto é especialmente importante em cânceres ginecológicos uma vez
que em 20-25% dos cânceres de ovário há mutações hereditárias; em relação ao
câncer do endométrio, corpo do útero, em portadores de síndrome de Lynch, o
risco vital de câncer de endométrio chega a 70%, de acordo com o American
Cancer Society.
Fatores de risco
- Câncer do colo do útero: infecção
por HPV de alto risco, AIDS, tabagismo e constante troca de parceiros
- Câncer de ovário: menarca
precoce (antes dos 12 anos) ou menopausa após os 52 anos, mulheres que
nunca tiveram filhos ou que possuam histórico da doença na família.
- Câncer de endométrio: menarca
precoce (antes dos 12 anos) ou menopausa após os 52 anos, mulheres que
nunca tiveram filhos, idade acima dos 50 anos, obesidade, diabetes, ou que
realizaram terapia de reposição hormonal de à base de estrogênio após a
menopausa.
Prevenção
De acordo com a oncologista do Grupo
Oncoclínicas, no caso do câncer do colo do útero, a prevenção deve ser
realizada através do Papanicolau (a partir dos 25 anos), sendo repetido uma vez
por ano por duas vezes e, se não houver alterações, uma vez a cada três anos
após esse período, vacinação contra o HPV e uso de preservativos durante a
relação sexual.
"No caso dos cânceres de útero e
endométrio, por não existirem exames específicos de rastreamento, é fundamental
praticar regularmente exercícios físicos, manter uma dieta equilibrada e, caso
haja suspeita de síndrome familial de câncer, procurar um oncologista ou
oncogeneticista ", comenta a especialista.
Tratamento
O tratamento adequado irá depender do
subtipo da doença, estadiamento das neoplasias e também da condição clínica da
paciente. "Podem ser recomendadas radioterapia, cirurgia, quimioterapia,
braquiterapia, ou ainda a combinação de dois ou mais tratamentos".
“Não podemos esquecer que quando falamos
de prevenção e tratamento, é muito importante buscar por fontes de informação
seguras. Na internet, por exemplo, existem diversos boatos que podem impactar
de maneira negativa na saúde da população. Por isso, sempre tire as principais
dúvidas com um especialista e confirme quaisquer informações recebidas pelas
redes sociais antes de compartilhar ou iniciar tratamentos milagrosos. Isso
pode trazer consequências graves para os pacientes oncológicos e até mesmo
dificultar e agravar o quadro de saúde", finaliza.
Sobre a Oncoclínicas
Fundada em 2010, a Oncoclínicas (ONCO3)
é o maior provedor de tratamento oncológico do Brasil e da América Latina. O grupo
conta com 129 unidades, entre clínicas de especialidades, diagnóstico e
prevenção do câncer, centros ambulatoriais de tratamento infusional e
radioterapia, laboratórios de genômica, anatomia patológica e centros de alta
complexidade (cancer centers), estrategicamente localizados em 35 cidades
brasileiras. Desde sua fundação, a Oncoclínicas tem passado por um rápido
processo de expansão, com o propósito de elevar e democratizar o acesso ao
melhor tratamento oncológico.
O corpo clínico da Companhia é composto
por mais de 1.900 médicos especialistas com ênfase em oncologia, além das
equipes multidisciplinares de apoio, que são responsáveis pela linha de cuidado
integral no combate ao câncer. A Oncoclínicas tem parceria exclusiva no Brasil
como o Dana-Farber Cancer Institute, um dos mais renomados centros de pesquisa
e tratamento do câncer no mundo, afiliado à Harvard Medical School, em Boston,
EUA.
Para obter mais informações, clique aqui para acessar o site.
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