2023 será um ano desafiador para o comércio exterior brasileiro
Em 2021, Brasil ocupou o 25º lugar como
exportador mundial, somando US$ 281 bilhões exportados (1,3% do comércio de
exportações)
2023 será um ano desafiador para o comércio
exterior
Cláudio Neves - Reprodução - Internet
Estamos vivendo um momento muito
delicado e incerto no contexto internacional, com efeitos da Covid 19 e
principalmente pela Guerra da Ucrânia. As perspectivas são incertas e os rumos
cada vez mais difíceis de se analisar. No Brasil são inúmeros os desafios
internos e externos, apresentando vulnerabilidades e oportunidades para 2023.
Foi assim que sintetizou o cenário do comércio exterior no Brasil, o
diretor-presidente do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior
(IRICE), o embaixador Rubens Barbosa.
Em 2021, o Brasil ocupou o 25º lugar
como exportador no mundo, com o montante de US$ 281 bilhões exportados, o que
corresponde a 1,3% do comércio de exportações. Na outra mão, o País foi o 27º
maior importador, com 1% do total das importações, correspondentes a US$ 235
bilhões. Considerando que o Brasil é um país continental, os números são
considerados pequenos.
Na análise de Fábio Pizzamiglio, diretor
da Efficienza, empresa especializada
na assessoria do comércio exterior, existem inúmeros desafios que precisam ser
enfrentados internos e externos. “Quando falamos do comércio exterior, o Brasil
poderia ter apresentado um resultado mais efetivo se não fossem as greves
internas, principalmente quando tratamos da paralisação dos auditores fiscais”,
explica.
A meta de fazer o Brasil subir no
ranking confronta com os inúmeros desafios internos e externos. A perspectiva
da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) para o comércio
exterior brasileiro no próximo ano é entender o efeito “preço” que afetou tanto
as exportações como as importações. A instituição ainda mostra uma perspectiva
para a economia mundial nos próximos dois, três anos, não promissora.
O novo governo brasileiro vai coincidir
com um cenário internacional bastante desaquecido, mesmo que internamente os
números sejam otimistas e crescentes. Além disso, também estão postos outros
desafios: como o refino e o fortalecimento da indústria nacional.
“Por mais que o cenário apresente
incertezas, partirá do próximo governo a análise de todo o processo logístico e
de comércio entre os países no próximo ano. Lembrando que conflitos como a
Guerra da Ucrânia, além da relação com a Rússia e China, são peças chaves para
a próxima gestão”, declara.
Três em cada cinco empresas que exportam
ou importam foram altamente afetadas pelas condições do mercado marítimo
internacional nos últimos meses. Ao todo, 83% das exportadoras e 71% das
importadoras precisaram suspender ou postergar algum embarque.
Dentre as empresas que tiveram de
suspender ou postergar o transporte de produtos, muitas não conseguiram cumprir
contratos com clientes. Isso ocorreu para 90% em exportações e 80% em
importações, devido às dificuldades ocasionadas por problemas na logística
mundial, segundo dados da CNI (Confederação Nacional das Indústrias).
Dentre os desafios a serem enfrentados
em 2023, a elevação dos fretes é o que exige um olhar mais atencioso. O custo
elevado foi o principal problema enfrentado pelas empresas, segundo a pesquisa,
com 92% das exportadoras impactadas. O percentual sobe para 95% entre as
importadoras.
Outro ponto importante é o adiamento e a
suspensão de embarques. Entre as importadoras, 73% recorreram às medidas,
enquanto nas exportadoras esse percentual sobe para 81%.
Das exportadoras que precisaram
suspender ou postergar, 90% relataram descumprimento dos contratos, 91%
mencionaram alteração da modalidade de embarque e 94% registaram cobrança
adicional sobre o uso do contêiner.
E ainda terá que lidar com a melhora do
relacionamento com os mercados mais importantes, como os Estados Unidos,
Canadá, Europa e China.
“O
Brasil poderá enfrentar os seus desafios por meio da ampliação das relações e
do comércio, aproveitando o valor dos produtos no comércio exterior e
expandindo a oferta de produtos para outros países”, completa
Pizzamiglio.
Sobre a Efficienza
A Efficienza é uma empresa fundada em 1996 com o intuito de prestar serviços de assessoria em comércio internacional. A empresa se destaca como solução integral na área de despacho aduaneiro, logística internacional e assessoria em comércio internacional. A empresa é detentora de 4% do market share de Drawback e isenção no Brasil.
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