Caso Kim Kardashian e criptomoedas: ações de influenciadores entram cada vez mais no radar dos órgãos fiscalizadores; tema também está no radar da CVM
Condenação de Kim Kardashian demonstra urgência
de regulação do tema no Brasil
Reprodução Instagram
A modelo, influenciadora e empresária
Kim Kardashian foi condenada nesta segunda-feira (3/10), pela SEC (a CVM dos
Estados Unidos) por quebrar regras americanas de divulgação de token de
criptomoeda. Como resultado terá de pagar US$ 1,26 milhão (R$ 6,64 milhões)
para encerrar o processo e reparar os danos segundo nota oficial do
órgão regulador.
Na semana passada, a SEC já havia
processado uma empresa por realizar um esquema manipulação de mercado com
criptomoedas, sendo mais um dos tantos que a agência americana revisitou
recentemente.
Aqui no Brasil, a CVM segue mirando
inluenciadores digitais que atuam com investimentos e trabalhando para regular
os criptoativos que pertencem ao mercado de capitais, mas não há nada ainda
nada que limite a atuação em campanhas de divulgação de tokens. A conversa, por
enquanto, tem ido no sentido de criar regras aplicáveis a influenciadores que
conversam com investidores em renda variável.
Três passos já foram dados nesse
sentido: CVM
e ANBIMA criaram um convênio para monitorar as atividades de
influenciadores digitais que atuem com recomendações de investimentos nas redes
sociais; a CVM
emitiu um Ofício Circular com orientações sobre o tema; e a CVM
incluiu em sua agenda regulatória para 2022 estudos sobre este
assunto.
A preocupação do órgão regulador se
justifica se olharmos com atenção para os números, como por exemplo o
crescimento de seguidores nas redes sociais de influenciadores digitais do
segmento de investimento. Segundo pesquisa divulgada pela ANBIMA,
influenciadores de investimentos ganharam 36 seguidores por minuto só no ano de
2021. São, ainda de acordo com o mesmo material, 406 mil publicações sobre o
tema nos perfis estudados, ou seja: um post a cada dois minutos.
“Os dados nacionais e internacionais,
bem como manifestações do mercado e dos órgãos reguladores mostram o quanto
este tema tem ganhado relevância no Brasil e no mundo”, afirma Jonathan Mazon,
advogado sócio do Junqueira Ie Advogados, e que atua com mercado de capitais e
governança.
De acordo com Mazon, os influenciadores atendem uma demanda de interesse por investimento e por informações que acessíveis para quem não atua no mercado financeiro. Ainda assim, é sempre recomendável ter o respaldo de especialistas que conheçam as normas e leis de cada país, como forma de evitar dores de cabeça futuras – para o influenciador e para o seguidor.
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