Copom mantém taxa básica de juros em 13,75% ao ano
Por Beatriz Nunes, Elizabeth Farias e Fabrício
Silvestre, economistas do TC
O Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil manteve por unanimidade a taxa básica de juros brasileira em 13,75% ao ano.
Em comunicado após a
decisão, o Copom reiterou que segue vigilante no combate à inflação,
sinalizando postura mais cautelosa para avaliar os impactos acumulados do ciclo
de aperto monetário corrente.
A decisão do Copom
reforça a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por um período
suficientemente prolongado, na intenção de perseverar até que o processo de
desinflação se consolide e a ancoragem das expectativas seja alcançada. Sem
grandes novidades, o comunicado manteve o tom firme, sem pistas sobre o
movimento de corte de juros.
A dinâmica recente de
inflação e das projeções no horizonte relevante sugerem que o início da redução
de juros deve acontecer em meados do segundo trimestre de 2023. O balanço de
riscos ao redor do nosso cenário-base para a redução da Selic considera o nível
de ociosidade da atividade econômica, o futuro do arcabouço fiscal e a
deterioração do cenário externo.
Em nossa leitura, o
início e a magnitude desse ajuste irão depender, principalmente, do que vai ser
proposto como âncora fiscal. A definição da política fiscal deve ser a
prioridade do próximo governo, porém, a incerteza quanto à execução de uma
regra fiscal crível afasta a possibilidade de antecipação do movimento de baixa
da Selic para o primeiro trimestre de 2023.
Desde o último
comunicado do Copom, em setembro, o cenário de referência do BC para inflação
permaneceu em 5,80% para 2022, e aumentou de 4,60% para 4,80% em 2023, e de
2,80% para 2,90% em 2024.
Em seus cenários para a
inflação, a autarquia adicionou riscos em ambas as direções.
Do lado altista,
destacam-se: a maior persistência de pressões inflacionárias globais; a
incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal; um hiato do produto mais
estreito.
Já pelo lado baixista, os principais pontos abordam: a queda adicional nos preços das commodities; a desaceleração mais acentuada da atividade econômica global; e a manutenção de cortes de impostos federais em 2023.
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