Endometriose em adolescentes, saiba mais sobre diagnóstico e tratamento
Doença acomete em média de 10 a 15% das
brasileiras em idade fértil
São Paulo, outubro de 2022 - A endometriose se desenvolve lentamente
e pode afetar de maneira drástica a fertilidade e qualidade de vida da mulher.
Segundo a Associação Brasileira de Endometriose, a doença acomete em média
entre 10 e 15% das brasileiras em idade fértil, ou seja, 7 milhões de mulheres.
Seu diagnóstico costuma ser feito entre os 25 e 35 anos, porém, muitas
adolescentes apresentam os sintomas nas primeiras menstruações, mas acabam
sendo confundidos com fortes cólicas ou problemas intestinais.
A endometriose atinge o aparelho
reprodutivo feminino antes mesmo da idade adulta, causando sofrimento desde a
transição da infância para a fase adulta. A doença se caracteriza pela presença
de tecido do endométrio, camada que reveste o útero e que é expelido durante a
menstruação, para fora da cavidade uterina, podendo atingir o intestino,
causando fortes dores abdominais.
Atenção às adolescentes
com dores crônicas
A maioria das adolescentes com dores
pélvicas crônicas causadas pela menstruação e que não respondem a tratamentos
medicamentosos podem estar com endometriose. Um forte indício para a doença é a
cólica que exige repouso e impede a adolescente de exercer atividades do dia a
dia.
Essas fortes cólicas representam ainda
grandes chances da adolescente ter uma endometriose mais agressiva no futuro.
"Muitas meninas que têm a doença ainda não iniciaram sua vida sexual,
portanto, não apresentam os sintomas mais comentados que se manifestam como:
dor durante as relações sexuais e dificuldade para engravidar”, explica o Dr.
Marcos Tcherniakovsky, ginecologista e diretor de comunicação da Sociedade
Brasileira de Endometriose (SBE).
Conheça os sintomas
O médico alerta para sintomas como dores
intestinais, dor para urinar durante a menstruação e dores em geral durante uma
menstruação e outra. “Embora a endometriose não apresente ainda causas claras,
o histórico familiar, a menarca precoce e fluxos menstruais abundantes, de
longa duração ou de maior frequência, são considerados fatores de risco para o
seu desenvolvimento”, relata o médico.
Segundo o médico, cada vez mais as
possibilidades de um diagnóstico preciso aumentam. “Hoje, se a paciente não
iniciou uma vida sexual, por exemplo, podemos fazer um ultrassom ou uma
ressonância magnética sensível que pode suspeitar qual é o quadro dela. Para
aquelas que já iniciaram a vida sexual, um exame de toque vaginal pode
confirmar o diagnóstico com 70% de certeza, podendo me auxiliar sobre a
necessidade de uma cirurgia”, finaliza Tcherniakovsky.
O ideal no tratamento de adolescentes é
iniciar o bloqueio dos estímulos dos hormônios ovarianos sobre os focos da
doença, recorrendo aos anticoncepcionais adequados para cada caso. O tratamento
tem como objetivo controlar a doença, garantir a qualidade de vida das mulheres
e preservar a sua fertilidade.
Outro fator importante é agendar a
primeira consulta com um ginecologista a partir da menarca, mesmo que a menina
não tenha iniciado uma vida sexual. No caso específico de endometriose, este é
o profissional que fará o diagnóstico e tratamento. E independentemente disso,
é o ginecologista quem poderá ajudar e orientar outras situações relacionadas à
saúde da mulher.
SOBRE O MÉDICO
Dr. Marcos Tcherniakovsky – Ginecologista e Obstetra – Alto conhecimento em Endometriose e Vídeo-endoscopia Ginecológica (Histeroscopia e Laparoscopia). É Diretor de Comunicação da Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE). Médico Responsável pelo Setor de Vídeo-endoscopia Ginecológica e Endometriose da Faculdade de Medicina da Fundação do ABC. Membro da comissão de especialidades na área de Endometriose pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Médico Responsável da Clínica Ginelife. Instagram: @dr.marcostcher
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