Esports: Mercado de apostas é entretenimento, mas é necessário investir na conscientização do público, diz especialista
Especialista em Esports comenta o boom no
mercado gamer brasileiro e os papéis de investidor e apostador
Nos últimos anos temos
visto o boom do mercado gamer, que vem arregimentando um público cada vez mais
fiel e engajado e que – movido a premiações estratosféricas – vem atraindo um
crescente número de competições e eventos. O advogado e especialista em games e
Esports Marcelo Mattoso
Ferreira, sócio do Barcellos Tucunduva Advogados, comenta o
crescimento deste mercado no Brasil
“Há algumas explicações
para o crescimento do público consumidor de jogos eletrônicos e Esports ao
longo dos últimos anos – como difusão e massificação da tecnologia digital, por
meio principalmente de dispositivos móveis; a facilitação do acesso à internet,
de forma global; as novas gerações cada vez mais focadas no consumo de
entretenimento digital; e a quarentena gerada pela pandemia”, diz Mattoso. Ele
observa que “este crescimento acabou por atrair investidores e patrocinadores
que não costumavam olhar para esse mercado e que, hoje, possuem interesse real
e legítimo, levando em conta a grande possibilidade de retorno e divulgação”.
Para o advogado, é
interessante observar que o mercado de Esports se tornou relevante ao ponto de
o mercado de apostas esportivas integrá-lo em seu catálogo de produtos. “A meu
ver isso se deu por conta da audiência e da qualidade das competições, já que
as desenvolvedoras são muito criteriosas e zelam pelo bem-estar desse
ambiente”, diz.
Mas quais são as
garantias de segurança e os riscos para quem almeja investir nesse mercado na
condição de apostador? “Quando falamos sobre investimentos
no mercado de apostas esportivas, devemos nos referir a business, ou seja, à
operação em si – a sites e casas de apostas –, a pessoas jurídicas interessadas
em explorar essa operação ou investir em empresas que exploram esse mercado. O
usuário – o espectador que gosta de eventos esportivos e aposta dinheiro neles
– não pode nem deve ser visto como investidor, nem considerar a aposta como um
investimento ou profissão. As apostas esportivas, do ponto de vista do usuário,
devem ser vistas como uma recreação, um instrumento de entretenimento e lazer,
não como um investimento objetivando retorno. Esse é um ponto que precisa ficar
muito claro para todo o mercado e que deve ser trazido dentro das políticas de
conscientização e divulgação.”
Neste cenário, Mattoso
observa que jogadores e desenvolvedoras de jogos têm benefícios e direitos
específicos no mercado de Esports. “Mas é preciso separar as duas questões: o
desenvolvimento de jogos eletrônicos e as apostas esportivas envolvendo
competições em jogos eletrônicos – o Esport. Cada uma possui o seu mercado e
público-alvo específicos, com regulações, direitos e deveres distintos.”
Quanto à popularização
das apostas e à regulamentação, Mattoso faz uma última ressalva: “A palavra
aqui é conscientização: o mercado de apostas deve ser visto como entretenimento
– mas, para isso, é necessário que haja investimentos em políticas de
conscientização do próprio público-alvo”.
Fonte:
Marcelo Mattoso Ferreira, graduado em Direito pela
Universidade Estácio de Sá – 2011. LL.M. em Direito – Inovação e Tecnologia –
na Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas, RJ. Sócio da área de Games e
Esports do Barcellos Tucunduva Advogados.
Sobre
a M2 Comunicação Jurídica:
A M2 Comunicação Jurídica é
uma agência especializada nos segmentos econômico e do Direito. Contamos com
diversas fontes que atuam em âmbito nacional e internacional, com ampla
vivência nos mais diversos assuntos que afetam a economia, sociedade e as
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