Mexeram na minha Black Friday, e agora?
*Por Carolina Moreno
Com a Copa do Mundo entre novembro e
dezembro, o calendário do varejo eletrônico no último trimestre deste ano
tornou-se singular. Afinal, somam-se ao campeonato mundial a Black Friday, a
Cyber Monday e o Natal, além do novo momento de reabertura das lojas físicas
passado o período mais grave da pandemia. Entre tantos eventos, a última
sexta-feira de novembro continua sendo uma data importante para o
e-commerce.
Há quatro anos, a preferência de compra
na Black Friday eram as lojas físicas, mas a pandemia levou ao desenvolvimento
de novos hábitos de consumo, impulsionando o e-commerce, que continuará sendo
um canal relevante. A frequência de compra pela internet, no Brasil, aumentou
71% no último ano, de acordo com dados da Bornlogic/Opinion Box de setembro de
2021. Ou seja, a Black Friday 2022, deve nos surpreender mesmo com os eventos
inéditos.
Aliás, acredita-se que a Copa do Mundo
será o grande tema da Black Friday. Dados do Google apontam que 66% das pessoas
entrevistadas pretendem comprar algum produto ou serviço de olho no torneio
mundial. Por isso, setores como o de eletrônicos (televisão, som, smartphones,
etc.) devem ser muito procurados.
Porém, como as marcas podem traçar
estratégias de vendas online bem-sucedidas para a data diante desse cenário
complexo? Para além do óbvio, como descontos reais, frete grátis e outras
vantagens, são as boas experiências que vão proporcionar o maior engajamento
dos clientes e mais conversões em vendas. Promoções e benefícios diferenciados
são o mínimo que se espera desse período de compras.
A união entre o canal físico e online
Como tanto o e-commerce quanto as lojas
físicas são canais fortes, uma das principais estratégias de negócios é adotar
o omnichannel. É
muito mais do que apenas uma integração entre loja física, online e
compradores. É o que, de fato, favorece para que o consumidor não sinta
diferenças entre o online e o offline, tendo, assim, boas experiências de
compra em todos os seus pontos de contato com a marca, independentemente de
onde inicie ou termine sua jornada.
Para isso, a tecnologia robusta é
indispensável. Por meio de ferramentas como a Real Time CDP, da Adobe, por
exemplo, se torna viável unificar os dados das lojas físicas com o online e ter
um cadastro único do cliente, que mostre em tempo real o seu consumo, já
prevendo quais são suas tendências de compra, baseadas nas informações
coletadas.
É necessário também pensar em
treinamento para o time de vendas da loja física, considerando a mesma
comunicação do digital. Nesse escopo, torna-se importante uma curadoria de
conteúdo das promoções, para que não haja discrepâncias entre as ofertas do
site e as da loja física.
Planejamento é a alma do sucesso
Na fase de preparação para o período de
compras toda a infraestrutura tecnológica é um fator-chave. O servidor, por
exemplo, precisa ser dedicado e elástico para comportar altos picos, até os que
não estão ainda plenamente definidos. Isso fará toda a diferença para garantir
estabilidade. Uma forte cibersegurança com soluções antifraude e ataques
cibernéticos também é outro pilar que deve ter atenção redobrada nesse
período.
Nessa etapa de planejamento entra também
o desenvolvimento de boas experiências de marca e, somente com ferramentas martech é possível criá-las.
Entre as técnicas que podem ser adotadas
para uma jornada do consumidor sem atrito estão: o plano de long tail dos produtos, que
possibilita as mudanças de páginas instantâneas quando um produto esgotar. É
importante já ter uma nova página de promoção pronta e personalizada para
substituir a anterior.
Simplificar as opções de método de
pagamento, direcionando o consumidor para os de maior e mais rápida aprovação
de venda também é útil no oferecimento de boas experiências.
Dimensionar a meta de vendas para prever
o funil, assim como estruturar toda a comunicação nos respectivos canais são
outras preocupações que as empresas devem ter no período de planejamento. Tudo
deve ser pensado na régua de relacionamento com os clientes, para escalar
conteúdos e anúncios em tempo real nas redes sociais, site, e-mails, landing pages, etc.
Durante e depois também merecem extrema
atenção
Sem dados não há como medir o sucesso ou
não da estratégia, assim como propor ajustes. É somente com um analytics baseado em
inteligência artificial que as empresas vão conseguir acompanhar em tempo real
as falhas e os acertos. Essa jornada de compra inclui também o pós-venda e,
portanto, demanda bom atendimento para trocas e devoluções, além de abrir uma
oportunidade para a expansão do relacionamento com os clientes pelos canais de
comunicação da empresa.
Como exemplo, cito o caso
de sucesso da L’Occitane, que usou as tecnologias da Adobe Experience Cloud
para integrar a personalização e a narrativa das campanhas nos seus e-mails,
visando fortalecer o relacionamento com o cliente, gerar negócios recorrentes e
diferenciar-se da concorrência. Os resultados foram surpreendentes: a marca
registrou 14% de taxa de resposta de Black Friday, aumentando o
tráfego de site e gerando vendas, 99% de taxa de sucesso na entrega
de mais de 4 milhões de e-mails enviados para os clientes mais leais e ganhou agilidade
no desenvolvimento e na entrega de e-mails, permitindo que
os profissionais de marketing dedicassem mais tempo à estratégia.
Por fim, é preciso pensar que a Black
Friday é uma ocasião, não apenas de queima de estoque, como também um
evento para gerar insights baseados em consumos específicos, que vão ajudar nos
meses seguintes de planejamento da marca. Por isso, captar dados dos clientes
com o consentimento é fundamental, mesmo na loja física. Afinal, dados dão
vantagens competitivas às empresas e podem guiar a operação do próximo
ano.
*Carolina Moreno, E-commerce Specialist na Adobe Experience Cloud
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