Mulheres que venceram o câncer de mama adotam a prática de canoagem como aliada em sua reabilitaçã
A prática de canoagem passou a fazer
parte da rotina de várias mulheres em fase de recuperação do câncer de mama. A
partir de um estudo realizado na década de 1990, pelo médico Don McKenzie, o
impacto positivo das remadas foi comprovado em mulheres sobreviventes de câncer
de mama, promovendo resultados como a prevenção e o controle de inchaços
causados por obstruções no sistema linfático, conhecidos como linfodemas.
A canoagem também se mostrou eficiente
na manutenção do peso corporal, no fortalecimento e aumento da elasticidade dos
músculos do corpo e na melhora da resistência física e da autoestima dessas
mulheres. O estudo contribuiu para o surgimento de diversas equipes de
remadoras ao redor do mundo. No Brasil, o movimento foi trazido por Cleusa
Alonso, que, na época, estava em fase de recuperação de um câncer de mama e
residia em Buenos Aires, onde conheceu a iniciativa e passou a fazer parte de
uma equipe de canoagem.
Com o movimento ganhando força em nosso
país, a Associação Lua Rosa, a convite de Cleusa, passou a integrar o grupo de
Remadoras Rosa do Brasil. A atividade faz parte do ‘Eixo Movimenta Lua’ da
associação cearense, que estimula as voluntárias a terem uma vida saudável e
uma rotina de exercícios. Os benefícios da prática são avaliados pelas 50
participantes do projeto cearense, que destacam melhorias notáveis na saúde
física e mental.
“Começar a remar foi um divisor de águas
na minha vida. Estar lá é algo muito além da prática física. A energia
contagiante das mulheres, a disciplina, o mergulho no mar, tudo isso nos motiva
e nos faz enxergar todo o nosso potencial”, ressalta Aline Vasconcellos, que se
recupera de um câncer de mama.
Além de viver a prática como hobby e
aliada à saúde, muitas dessas mulheres tomam gosto pelo esporte e passam a
participar de competições na categoria. Uma equipe de 14 remadoras vai
representar o estado do Ceará no I Festival Internacional de Dragon Boats de
Mulheres Sobreviventes do Câncer de Mama, entre os dias 26 e 29 de outubro, no
Lago Paranoá, em Brasília.
Sobre a Lua Rosa
Criada em Fortaleza em 2020 por três amigas que se conheceram em um grupo de apoio para mulheres diagnosticadas com câncer de mama, a Associação Lua Rosa visa amparar e auxiliar mulheres durante e após o tratamento da doença. A associação imprime um olhar mais atento ao momento posterior ao tratamento, engajando mulheres em atividades que as ajudem na reestruturação social, emocional e financeira.
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