Nova legislação sobre rotulagem de alimentos acaba de entrar em vigor
A medida, publicada em 09/10, visa combater os riscos de consumo exagerado de substâncias como o açúcar, que podem provocar efeitos à saúde similares aos da cocaína e do álcool.
“Substâncias como nicotina, álcool e cocaína induzem a respostas em uma região do cérebro conhecida como centro de recompensa. O açúcar induz às mesmas respostas”, afirma a psiquiatra Maíra Parente, da rede de profissionais da Lévi Saúde Integrada.
Para evitar os danos à saúde da população provocados por uma dieta desequilibrada, é fundamental promover o fácil acesso à informação nutricional daquilo que consomem. Visando esse propósito, novas regras para rotulagem de alimentos entram em vigor em outubro, segundo a Anvisa.
Além de mudanças na tabela de informação e nas alegações nutricionais, a Resolução da Diretoria Colegiada, RDC nº 429, de 8 de outubro de 2020, determina alterações sensíveis nas embalagens dos produtos alimentícios. Uma das mais importantes refere-se à rotulagem nutricional frontal, que passará a apresentar selos de informação sobre alto teor de determinados nutrientes no painel principal.
Rotulagem nutricional frontal: a principal novidade trata-se de um símbolo informativo, que deverá constar obrigatoriamente na face frontal da embalagem, na parte superior, cujo propósito é informar sobre o alto conteúdo de três nutrientes que têm relevância para a saúde: com design de lupa, o elemento alerta sobre açúcares adicionados, gorduras saturadas e sódio.
Tabela Nutricional: a conhecida Tabela de Informação Nutricional, normalmente presente nos contra-rótulos das embalagens, passa por mudanças significativas de posicionamento, legibilidade e comunicação de dados específicos. Isso tudo, para facilitar ainda mais a compreensão daquilo a que se destina a informar.
Alegações Nutricionais: referem-se à relação entre um alimento e suas propriedades nutricionais benéficas, segundo seu valor calórico e seus nutrientes. Essas permanecem como informações voluntárias, entretanto, a respeito dos critérios para seu uso, houve alterações com o fim de evitar contradições com a rotulagem nutricional frontal.
Açúcar em excesso
Segundo especialistas, a ingestão de açúcar de qualidade, como a frutose, contida nas frutas, pode trazer inúmeros benefícios à saúde, se consumido com moderação. Seu consumo pode contribuir para o ganho energético, para alcançar maior concentração, entre outras vantagens. Porém, a utilização do nutriente processado ou até o consumo de açúcares mais saudáveis, em excesso, pode provocar importantes prejuízos neurológicos. “A absorção de quantidades exageradas tende a provocar danos sensíveis. O sistema nervoso pode sofrer um tipo de cristalização e ficar quebradiço, impedindo o indivíduo de raciocinar bem. Isso acontece tanto com adultos quanto com crianças. Entretanto, quando nos referimos ao público infantil, é necessário considerar que trata-se de uma pessoa com o sistema nervoso ainda em formação. Portanto, se esse ser em desenvolvimento recebe grandes quantidades de açúcar durante seu crescimento, terá sérios problemas no funcionamento de seu cérebro, podendo tornar-se dependente quimicamente dessa substância”, afirma Luana Lemos, especialista do Método Padovan, pela Lévi Saúde Integrada
Vários são os tipos de enfermidades que podem ser provocadas pela ingestão desequilibrada da substância. Muitos estudos demonstram relação entre o excesso de consumo desses alimentos e danos à saúde mental, por exemplo. “Tem-se descoberto mais relações entre processos cerebrais e alimentação. Alguns nutrientes, como glúten, gorduras trans e açúcar, são considerados inflamatórios, e podem piorar quadros de ansiedade ou favorecer o desenvolvimento de depressão. Isso acontece, porque, quando consumidos exageradamente, não são totalmente processados pelo corpo, o que provoca a liberação de mensageiros pró-inflamatórios, chamados de citocinas. O resultado são danos ao sistema imunológico e ao humor“, explica Maíra Parente.
Cuidados com a saúde alimentar
“A nova medida é benéfica para a população, porque, quanto mais as pessoas puderem se informar sobre o que consomem, mais fácil será a tomada de boas decisões”, complementa, Luana Lemos. Isto é, ao ter mais conhecimento sobre aquilo que constitui sua dieta, a comunidade pode cuidar de sua própria saúde com mais eficácia. Essa vantagem, porém, não descarta a necessidade de contar com ajuda profissional.
Entre as diversas especialidades existentes, uma delas é o Método Padovan, que promove uma reorganização neurofuncional, isto é, um reajuste do sistema nervoso que sofre com alguma disfunção. Nos casos de dependência química, como pode acontecer com cafeína e açúcar, por exemplo, sua ação, aliada a uma dieta enfocada na redução do consumo da substância, os resultados podem ser sensíveis.
O método pode ser aplicado em pessoas de qualquer idade, inclusive em bebês. Em linhas gerais, com o público infantil, normalmente, a meta é habilitar seu sistema neural. Já com os adultos, a ideia é reabilitar.
Serviço: Nova legislação sobre rotulagem de alimentos entra em vigor em outubro Lévi Saúde Integrada.
Legislação: http://antigo.anvisa.gov.br/documents/10181/3882585/RDC_429_2020_.pdf/9dc15f3a-db4c-4d3f-90d8-ef4b80537380
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