O papel de entidades públicas para as Cidades Inteligentes
*Por Eduardo Camargo
Foi divulgado ontem (4/10), no Centro de
Convenções Frei Caneca, na capital paulista, as vencedoras do Ranking Connected
Smart Cities 2022, estudo que está em sua oitava edição. A burocracia
brasileira ainda é um entrave para o empreendedorismo. Segundo levantamento do
Banco Mundial, são necessários 79 dias para abrir um negócio no Brasil. Em uma
lista com um conjunto de 167 países, o Brasil ocupa a 161° posição. Em
comparação com a Nova Zelândia, a primeira colocada nesse quesito, o processo
de abertura leva menos de um dia, ou seja, há uma evidente discrepância.
No entanto, essa realidade de burocracia
tem mudado, com uma boa relação de parceria entre empresas e governos para o
desenvolvimento de Cidades Inteligentes, mas ainda precisa avançar.
O conceito, neste caso, é o seguinte:
cidades inteligentes, são aquelas que otimizam a utilização de recursos para
melhor servir a sua população. Por meio do auxílio de tecnologias digitais
alinhadas ao progresso social e ambiental, esses locais conseguem aperfeiçoar
os serviços públicos e, consequentemente, melhoram a qualidade de vida dos seus
cidadãos.
No Brasil, as cidades que ano após ano
disputam a ponta como cidades mais inteligentes são São Paulo (SP), Curitiba
(PR), Florianópolis (SC) e Brasília (DF), de acordo com o ranking geral do
Connected Smart Cities.
O foco de atuação geralmente está no
âmbito da infraestrutura, melhorando a mobilidade, infraestrutura urbana,
saneamento e gestão governamental.
A ideia central é descomplicar, otimizar
e até prover novas soluções por meio da tecnologia. Desde uma ação simples,
como o agendamento on-line de consulta na rede pública de saúde, até processos
mais complexos como identificação de problemas de saneamento básico.
Todos estes avanços possuem grande
impacto na sociedade, mais diretamente aos cidadãos. Todavia, é perceptível
avanços de facilitadores com foco em empresas, como: cadastro imobiliário
informatizado, facilidade de documentação digital e emissão de notas fiscais
on-line.
Este último merece destaque: estima-se
que menos de 20% dos municípios do país tem alguma API de conexão para
consultas de notas fiscais emitidas. Não existem dados que comprovem essa
visão, mas a realidade de mercado nos mostra isso. Nos últimos anos, inclusive,
houve uma evolução significativa nos processos automatizados para emissão de
notas fiscais, porém, ainda muito distante de serem soluções escaláveis
digitalmente - e isso deve mudar.
Assim, surge como oportunidade para a
iniciativa privada criar soluções que apoiem os municípios e acelerem a
evolução digital. Empresas e soluções como Bright Cities, Tembici, nexinvoice,
Apepê, entre outras, surgem como catalisadoras ao conceito em suas devidas
verticais.
*Eduardo Camargo é CMO da Guiando
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