Pós-graduação no exterior turbina carreira de profissionais sênior
Intercâmbio para estudar em universidades
estrangeiras não é mais privilégio de jovens e pode impulsionar empregabilidade
e salários
Alessandra Queiroz Russel no dia da formatura em
International Dispute Resolution LLM na University of Westminster, em Londres. Créditos: divulgação |
Eram meados de setembro quando Regina
Chau, 58 anos, pisou pela primeira vez na University of Greenwich, em Londres,
como estudante regular do Master’s in Landscape and Architecture. Formada em
Arquitetura desde 2015, ela já atuava no ramo da construção civil desde 1996,
mas decidiu cursar um programa de pós-graduação no exterior para turbinar o
currículo e descobrir novas possibilidades para a carreira. Assim como Regina,
brasileiros com mais de 50 anos têm buscado, cada vez mais, oportunidades em
instituições de ensino estrangeiras, um movimento que não puderam fazer na
juventude.
Nos últimos anos, há uma avalanche de
brasileiros indo para o exterior. De acordo com dados mais recentes do Itamaraty,
de 2020, o número de cidadãos brasileiros vivendo fora do país nunca foi tão
alto: 4,2 milhões. O volume representa um aumento de 35% em dez anos. Os
motivos são diversos e vão da descoberta de mercados em que a qualificação
profissional ou acadêmica é mais valorizada à realização de projetos e
objetivos pessoais. É o caso de Regina. “Eu decidi que precisava ter essa
experiência porque adiei algumas etapas da minha vida em prol da família e do
trabalho, mas agora sinto que ainda sou capaz de dar continuidade ao que deixei
de fazer lá atrás. Então, abri a gaveta e tirei de lá muitos papéis amarelados
pelo tempo: diplomas, históricos e sonhos que eu já havia arquivado”, conta.
Em termos de salário e empregabilidade,
a decisão que ela tomou parece ter sido acertada. No Brasil, o número de
desempregados com mais de 50 anos chegou a 1,4 milhão em 2021, segundo pesquisa
da consultoria Idados. O mercado de trabalho nacional demonstra dificuldade em
absorver essa mão-de-obra. Enquanto isso, estudos realizados em todo o mundo
demonstram que ter uma vivência acadêmica no exterior aumenta de forma
significativa as chances de contratação. Para Leonardo Trench, diretor da
Gradeup Education Consultancy, especializada na preparação e orientação de
estudantes e profissionais de todo o Brasil para programas acadêmicos no
exterior, “cursar uma graduação ou uma pós-graduação no exterior é uma decisão
que vale como aprimoramento pessoal, não importa qual é o objetivo. Quem volta
de um período como esse tem muito mais chances de se inserir no mercado de
trabalho seja aqui, seja em qualquer parte do mundo”.
Empregabilidade e novas oportunidades
Não é apenas uma questão de melhorar o
currículo para ganhar mais ou ter mais chances de ser contratado no Brasil.
Muitas dessas pessoas que saem daqui para estudar acabam não retornando porque
encontram, lá fora, oportunidades imperdíveis. Alessandra Queiroz Russel, 57
anos, tinha 20 anos de carreira no Direito quando saiu de Fortaleza para cursar
International Dispute Resolution LLM na University of Westminster, também em
Londres, em 2016. Depois de finalizar o programa, ela acabou sendo convidada a
lecionar na mesma instituição e na Universidade de Bournemouth, onde está até
hoje. “A ideia era fazer o mestrado e voltar para o Brasil. Eu sempre quis
trabalhar na área acadêmica, mas ter vindo para a Inglaterra foi o que permitiu
que esse objetivo se concretizasse. Não esperava ter a oportunidade de lecionar
aqui mesmo, na Europa”, explica.
“Atualmente o intercâmbio acadêmico está
deixando de ser exclusividade dos mais jovens, daqueles que estão terminando o
Ensino Médio, porque as pessoas estão percebendo que podem ter todo um universo
de experiências pessoais e profissionais quando se propõem a desbravar novas
culturas”, diz Trench. Toda essa procura fez desse mercado uma super potência
econômica. A Brazilian Educational & Language Travel Association (Belta)
estima que o setor movimente mais de US$ 1,3 bilhão todos os anos.
Sobre a GradeUP
A GradeUP é uma consultoria especializada na preparação e orientação de estudantes e profissionais de todo o Brasil a ingressar em programas acadêmicos das universidades mais prestigiadas do mundo. Com mais de dez anos de experiência em consultoria educacional internacional, a empresa tem parceria com as principais instituições de ensino superior de países como o Reino Unido, Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia, Itália, Alemanha, entre outros. Para isso, conta com consultores treinados e qualificados em aconselhamento educacional. Além disso, todo o staff tem experiência acadêmica e profissional no exterior.
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