Segurança cibernética: um pilar fundamental da Indústria 4.0
Toda revolução decorre de rupturas e inovações. Com a Quarta Revolução Industrial isso não seria diferente. Marcada pela incorporação de novas tecnologias na produção industrial, tecnologias como a inteligência artificial, virtualização, descentralização, robótica, metaverso, realidade aumentada, impressão 3D e internet das coisas ganham cada vez mais espaço no setor industrial.
A nomenclatura
Indústria 4.0 decorre desse atual período de transformação que a industrial se
encontra e que não tem volta. Ignorar essa realidade é uma passagem (só de ida)
para a obsolescência. Aliar novas tecnologias na produção industrial é destino
obrigatório (e sem volta) para uma indústria nacional forte e competitiva.
O foco da Quarta
Revolução Industrial é a melhoria da eficiência e produtividade dos processos
através da automação e integração entre equipamentos, transferências de dados,
máquinas e softwares.
No entanto, o
desenvolvimento tecnológico precisa ser sustentado pela segurança cibernética.
Ouso dizer: sem segurança cibernética, não existe indústria 4.0.
De acordo com estudo
realizado pela FortiGuard Labs, no primeiro semestre de 2022 o Brasil sofreu
31,5 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos de janeiro a junho deste ano
– um aumento de 94% com relação ao mesmo período do ano passado (com 16,2 bi) –
sendo o segundo país mais atacado na América Latina, atrás de México, com 85
bilhões, e seguido por Colômbia (com 6,3 bilhões) e Peru (com 5,2 bilhões).
O Relatório do custo de
uma violação de dados de 2022 da IBM Security reforçam a necessidade de atenção
para o assunto: o custo de uma violação de dados foi em média de US$ 4,35
milhões em 2022.
Mas não é só: 83% das
organizações estudadas sofreram mais de uma violação de dados e apenas 17%
disseram que esta foi sua primeira violação de dados. Sessenta por cento das organizações
estudadas afirmaram que aumentaram o preço de seus serviços ou produtos por
causa das violações de dados, o que, inegavelmente, impacta fortemente a sua
competitividade.
Na era da Economia
Digital as empresas precisam encarar a cibersegurança como um risco empresarial
e não como uma questão restrita ao Departamento de TI. Isso porque, as
consequências de um ataque cibernético podem implicar na paralisação da
produção, descumprimento de contratos, vazamentos de propriedade intelectual,
informações estratégias, violação à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais
(LGPD), prejuízos financeiros, perda de trabalhos, danos à reputação e tantas
outras consequências desastrosas.
Para empresas que
desejam implementar um ambiente cibernético mais seguro faz-se necessário,
entre outras medidas: o mapeamento da estrutura digital, pois aquilo que não é
conhecido, não pode ser protegido, a gestão das vulnerabilidades encontradas, a
formação de uma equipe de respostas à incidentes, treinamento constante da equipe
sobre educação digital, a utilização de ferramentas que protejam e monitorem os
terminais remotos e adoção de criptografias.
*Juliana Callado Gonçales é sócia do Silveira Advogados e especialista em Direito Tributário e em Proteção de Dados (www.silveiralaw.com.br)
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