4 previsões de supply chain para ficar de olho em 2023
*Por Waldir Bertolino
Guerra no Leste Europeu, alta dos
preços, instabilidade econômica e social mundial. Todos esses assuntos têm
colaborado para um cenário de grandes incertezas e agitação para o ambiente de
negócios. As equipes que lideram a gestão da cadeia de suprimentos são
altamente prejudicadas neste contexto, porque precisam lidar com desafios que
muitas vezes são imprevisíveis. E se não bastassem todas as dificuldades que
enfrentamos até aqui, é improvável que 2023 seja diferente.
Por isso, é fundamental montar um plano
de ação estratégico para responder às oscilações do mercado e, principalmente,
manter a resiliência de sua rede logística para impulsionar o sucesso de sua
empresa. Ficar à frente das tendências de gestão do supply chain é essencial
para alcançar esse objetivo.
Um estudo recente do Gartner
indica que nos próximos anos, as tecnologias digitais serão fortemente adotadas
pelas equipes de supply chain, com o propósito de melhorar a tomada de decisão
dos líderes e a gestão de armazéns e centros de distribuição. Listo abaixo
algumas das previsões que devem guiar os investimentos de TI nessa área no
próximo ano.
Robôs autônomos na logística
Logística e inovação caminham juntas. Em
um setor no qual a agilidade e eficiência significam lucro, adotar processos
automatizados se torna cada vez mais necessário. Não à toa, a implementação de
robôs autônomos tem sido mais frequente e deve se manter em crescimento nos
próximos anos. Até 2026, segundo o Gartner, 75% das grandes empresas terão
adotado alguma forma de robôs inteligentes para automação dos processos
logísticos.
Esses robôs atendem à necessidade de
automatizar os processos para complementar a força de trabalho humana.
Normalmente, os robôs autônomos estão configurados para transportar cargas mais
leves, como caixas. No entanto, a expectativa é a entrada massiva, no curto
prazo, de alguns modelos capazes de atender grandes volumes, sobretudo pallets.
Eficiência no compartilhamento e
tratamento dos dados
O gerenciamento de ativos na área de
logística é um dos grandes desafios do setor. Compartilhar informações de forma
eficiente entre todos os envolvidos do ecossistema logístico pode fazer a diferença
entre entregar os produtos no lugar certo, dentro do prazo, no menor custo
possível, ou colocar toda a operação em risco.
Portanto, investir em tecnologias como
big data e inteligência artificial (IA) são fundamentais para aprimorar a
gestão do supply chain. É o que estima o Gartner, ao apontar que mais de 75%
das empresas devem incorporar essas tecnologias para obter maiores ganhos de
visibilidade dos processos logísticos, além de impulsionar a tomada de
decisão.
Microsserviços como alavanca de produtividade
À medida que a complexidade e a
volatilidade da cadeia de suprimentos aumentam, as organizações devem se tornar
mais ágeis. Isso significa que os aplicativos tradicionais, construídos em
torno de arquiteturas antigas, não são mais adequados para a atualidade. Uma
maneira de preparar a base tecnológica da cadeia de suprimentos para o futuro é
mudar para arquiteturas de aplicativos compostas e baseadas em
microsserviços.
Acredito no crescimento da abordagem de
microsserviços, já que esse sistema de arquitetura digital consegue simplificar
as tarefas de negócios e, com isso, deve tornar as cadeias de suprimentos mais
ágeis e eficientes para lidar com cenários complexos e adversos.
Nas nuvens
O Gartner
também prevê um crescimento exponencial da tecnologia cloud para gestão de
negócios. De acordo com a consultoria, os gastos globais com armazenamento em
nuvem devem atingir 500 bilhões de dólares neste ano e continuará norteando os
investimentos dos líderes empresariais em 2023. O resultado traduz aquilo que
entrega a solução: descentralizar a gestão dos dados, reduzir custos,
otimizar a operação, além de facilitar a jornada do usuário. Tudo isso é
vantajoso para qualquer organização se manter competitiva no mercado, e
não é diferente com as empresas da cadeia logística.
Com a utilização de um ERP na nuvem, os
processos de roteirização, recebimento e separação de mercadorias, expedição de
pedidos, armazenagem e controle dos contratos de frete serão realizados por
meio de plataformas virtuais, oferecendo ganhos de agilidade e produtividade
para as equipes.
Por fim, o Brasil vem acompanhando,
ainda que tímidamente, o crescimento da economia global. Isso obrigará as
empresas a modernizarem seus processos para que o supply chain não seja um
obstáculo para atingir melhores resultados e essas tecnologias são parte dessa
mudança radical. Resiliência e agilidade continuarão sendo os principais ativos
de uma cadeia de suprimentos realmente eficiente.
*Waldir Bertolino é Country Manager da
Infor
Sobre a Infor
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