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A verdade sobre o desejo e as formas de explorar a vida sexual são temas de lançamento da Primavera Editorial

"Não existem muitas áreas da ciência em que nossa compreensão tenha sido tão errônea por tanto tempo a ponto de a total inexatidão ter se infiltrado em nossa psiquê coletiva, mas sexo é, sem dúvida, uma delas. O que entendemos sobre sexo vem tanto da cultura, do folclore, da religião, do 'disse me disse', de revistas que acabamos perdendo a noção dos fatos. Estamos cegas demais por causa do impacto dominante e universal desta história cultural e social para enxergarmos com clareza." | Dra. Karen Gurney, autora da obra Se toca: descubra a verdade sobre o desejo e saiba como melhorar sua vida sexual.

SÃO PAULO | A ciência sexual fez surpreendentes descobertas nas últimas décadas, trazendo à tona novas ideias sobre o funcionamento do desejo humano. Em contrapartida, interpretações errôneas – mediadas por tabus e preconceitos sociais – continuam moldando o entendimento, aumentando as lacunas de compreensão sobre o real e o imaginário. Segundo a doutora Karen Gurney, a incompatibilidade entre as ideias sobre sexo difundidas pela sociedade e o que a ciência diz sobre a temática apresenta uma desconexão que é a raiz de muitos dos problemas sexuais, especialmente os femininos. Para endereçar o desafio de disseminar os conhecimentos corretos, a psicossexóloga britânica se dedicou a derrubar tabus na obra Se toca: descubra a verdade sobre o desejo e saiba como melhorar sua vida sexual, que está sendo lançada no Brasil pela Primavera Editorial.

O livro combina ciência e estudos de casos tratados no consultório da autora – uma especialista reconhecida e experimentada na teoria e na prática – para abordar, com desenvoltura, todos os aspectos do bem-estar e da função sexual. Na obra, exercícios práticos e dicas direcionados sobretudo para pessoas que querem entender melhor a mecânica do desejo e têm interesse em melhorar a vida sexual por meio da informação. “As velhas ideias permanecem e pairam sobre as nossas vidas sexuais como se fossem uma espada de Dâmocles de padrões impossíveis. As evidências históricas mostram que fatos ‘verídicos’ relacionados ao sexo e à sexualidade, com frequência, estão envoltos na densa neblina da opinião moral, social e cultural. Ideias sobre masturbação que leva à cegueira, que prevaleciam no século XIX, até hoje são trazidas à sala de terapia”, afirma a autora, acrescentando que o livro aborda, em nove capítulos, questões como os equívocos comuns sobre o sexo (e como eles nos restringem); estatísticas sobre sexo e desejo; as lacunas sobre a temática em nossa base de conhecimento; o triângulo de condições para se fazer um bom sexo; a verdade sobre sexo e desejo; percepções sociais sobre a temática, entre outros recortes.

Combinando dados, informações científicas e noções populares sobre sexo e desejo, Se toca: descubra a verdade sobre o desejo e saiba como melhorar sua vida sexual dedica um capítulo a dicas sobre como blindar a vida sexual para o futuro. Ou seja, aponta como podemos lidar com as necessidades de fazer mudanças ao longo da vida. “Nossa sexualidade não permanece estática; nossa confiança sexual, nossos gostos, desgostos e nossas preferências também não, assim como o que consideramos erótico mudam constantemente. Como sociedade, faríamos bem manter isso em mente quando pensamos sobre sexo”, afirma a autora, acrescentando que espera que o livro dê aos leitores uma nova noção do que é “normal”, derrubando tabus do que se espera da vida sexual – que, muitas vezes, é baseada em padrões impossíveis.

Trajetória do sexo ao longo dos capítulos

Na primeira parte da obra, a autora apresenta uma visão da história social, cultural e política – e de onde nos encontramos, contemporaneamente, em termos das questões sexuais. O primeiro capítulo aborda como as instituições (ciência, religião, psicologia, psiquiatria e mídia) criaram diferentes partes dessa história a partir dos próprios objetivos e preconceitos. No capítulo dois, a autora traz informações sobre o que está acontecendo na vida sexual das pessoas em todo o mundo: quanto sexo as pessoas realmente estão fazendo; que tipos de sexo; quantas dessas pessoas estão insatisfeitas ou preocupadas com o desejo são alguns dos tópicos analisados. No capítulo três, a base é a anatomia: orgasmos, educação sexual e entender quais são as condições individuais “para fazer um bom sexo”. A primeira parte da obra gira em torno de como compreender as forças que levaram a humanidade a pensar e a sentir a sexualidade.

Na segunda parte do livro, o leque se abre e a autora passa a explorar alguns dos aspectos essenciais de como o sexo e o desejo funcionam – incluindo o impacto da sociedade sobre a forma como entendemos e agimos sexualmente; como o contexto dos relacionamentos ajuda (ou atrapalha) a vida sexual e como nosso cérebro processa e facilita o sexo e o desejo. Aqui, a especialista apresenta ao leitor uma nova compreensão das mudanças que podemos fazer nos próprios relacionamentos para fazer um sexo melhor e nutrir o desejo.

Na terceira parte, o destaque é uma visão mais aprofundada em relação ao contexto apresentado. Como podemos colocar em prática o que aprendemos e realizar as mudanças? Que outros aspectos dos relacionamentos devemos trabalhar se quisermos manter a chama do sexo acesa? Como podemos manter uma vida sexual nos eixos, apesar dos ataques repentinos de novos desafios da vida, ou ao longo do tempo? Simplificando, o conteúdo aponta como podemos garantir a blindagem da vida sexual futura para a vida toda. “Escrevi este livro por dois motivos: o primeiro é divulgar informações sobre o sexo – que acho que todas as mulheres deveriam saber. O segundo é porque vi em primeira mão a diferença que esse tipo de perspectiva pode fazer para as vidas sexuais das pessoas e a satisfação que obtêm em seus relacionamentos”, afirma.

TRECHOS DA OBRA |

 Página 14

“[...]  Contudo, quando me refiro a sexo, o que tenho em mente agora não é uma definição limitada de um ato sexual, como o sexo com penetração vaginal – a frequente definição de ‘sexo’ na nossa sociedade. Na verdade, não estou de forma alguma presumindo o que significa sexo para vocês; isso faz parte da jornada, um fluxo constante, compreender de que se trata o ‘sexo’ para nós e, então, formar os fundamentos de nossas vidas sexuais atuais com base nessa compreensão, e não baseados na ‘planta da casa’ de uma outra pessoa. Eu também não vejo o ‘bom sexo’ meramente como a ausência de um problema sexual. Vamos aspirar a mais do que isso, não?”

 Página 23

“[...]  O sexo, então, deixou de ser algo policiado pela religião – seus desejos são um pecado – para ser policiado pela ciência médica (na época, a psiquiatria) – seus desejos são um sinal de loucura. A histeria foi definida como uma doença ligada à sexualidade nas mulheres, e um de seus sintomas era a masturbação, ao passo que se usava o termo ninfomania, cunhado no século XVIII e rapidamente popularizado para descrever mulheres que se masturbavam, desejavam sexo mais do que seus maridos, fantasiavam sobre sexo ou faziam sexo com outras mulheres. O uso desses termos como explicações para uma série de experiências femininas nitidamente alinhava os impulsos sexuais das mulheres com a loucura. Curiosamente, na virada do século XIX, a quantidade de mulheres internadas em instituições psiquiátricas foi muito maior que a dos homens, devido às preocupações com seus comportamentos sexuais, um padrão e uma narrativa da sexualidade feminina vista como mais perigosa do que a dos homens, a qual não víamos replicadas desde então. Mulheres eram trancafiadas em instituições psiquiátricas, forçadas a histerectomias ou lobotomias, sanguessugas eram aplicadas em seus genitais, elas eram forçadas a tomar banhos congelantes, tinham seus clitóris removidos ou produtos químicos cáusticos inseridos em suas vaginas. Conjeturava-se que esses diagnósticos e tratamentos eram uma forma de controle social sobre as mulheres, sendo o desejo sexual o fator mobilizador.” 

 Página 130

“[...]  Vivemos em uma sociedade em que lutamos constantemente por direitos iguais para as mulheres em todos os tipos de áreas, mas estamos muito atrasados no que diz respeito ao sexo. As mulheres heterossexuais costumam fazer tipos de sexo inadequados para sua anatomia e, então, ficam com vergonha e culpa por não sentirem a ‘quantidade certa’ de prazer ou por não chegarem ao orgasmo com essas experiências, ou vivenciam um efeito indireto em seu desejo de fazer sexo com seu parceiro, mesmo sem perceber que são esses roteiros limitantes e insatisfatórios os culpados por isso tudo.”

FICHA TÉCNICA |

Título:  Se toca: descubra a verdade sobre o desejo e saiba

como melhorar sua vida sexual

ISBN: 9788555781124

Autora:  Dra. Karen Gurney

Categoria: Não ficção

Páginas:  280

Preço sugerido: R$ 64,90

SOBRE A AUTORA | Dra. Karen Gurney é uma psicóloga clínica e psicossexologista, além de ser uma especialista reconhecida em terapia que abarca todos os aspectos do bem-estar e da função sexual. Atualmente atende como terapeuta psicossexual-líder e é diretora da Clínica Havelock – que provê serviços independentes relacionados a problemas sexuais, cuja sede é na cidade de Londres. Dra. Gurney escreveu para publicações como Marie Claire, Cosmopolitan e Refinery29; é embaixadora de www.thepornconversation.org – uma iniciativa sem fins lucrativos criada por Erika Lust para ajudar pais e responsáveis a conversarem com jovens sobre o uso de pornografia. 

SOBRE A EDITORA | A Primavera Editorial é uma editora que procura apresentar obras inteligentes, instigantes e acalentadoras para a mulher que busca emancipação social e poder sobre suas escolhas. www.primaveraeditorial.com

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