Batalha de campeões: A saúde mental dos atletas de alto nível em grandes competições
A
história do esporte mostra como grandes atletas precisaram passar
por provações e enfrentar
batalhas mentais para se manter no topo
São Paulo, novembro de 2022 – Títulos, premiações, o êxtase dos fãs em
todo o mundo, uma vida que poucos têm e muita glória. É o que se imagina de
atletas como Neymar, Mbappe e Cristiano Ronaldo. Mas fica o questionamento:
quão bem preparados mentalmente estão esses profissionais para que possam
atingir sua máxima performance e entregar tudo aquilo que a “galera” espera?
De acordo com Laura
Castro, fundadora e psicóloga da Vigilantes do Sono, healthtech
referência no combate à insônia e que recentemente expandiu suas linhas de
cuidado para atuar também em outros aspectos relacionados à saúde mental e ao
bem-estar, o cuidado com a saúde de atletas até pouco tempo atrás não era algo
discutido com frequência e a barreira e estigma para falar sobre algo tão
importante, pode ter influenciado situações que ocorreram com ícones do
esporte.
Ao longo da história, reis e imperadores do esporte tiveram a maior disputa de todas
– o enfrentamento de distúrbios mentais e emocionais – e nem todos venceram.
Adriano Imperador, “cria” do Flamengo, por exemplo, vivia seu auge no futebol
italiano, quando o falecimento de seu pai o deixou com a saúde mental
fragilizada, fato compartilhado por ele em entrevista à imprensa, e
repercutido em outros portais especializados. Nunca mais voltou a ser o mesmo
Adriano com chutes literalmente bombásticos e a carreira meteórica acabou no
futebol estadunidense, em 2016.
Laura explica que, para um atleta de alto nível, conseguir manter o equilíbrio
de funções orgânicas é um fator extremamente sensível, pois uma questão de
segundos pode fazer muita diferença. “Questões pessoais e familiares são
importantes e, às vezes, é impossível conciliar a resolução delas com o nível
esperado de desempenho, e esse também é um treino fundamental, respeitar os
limites da saúde tanto física quanto emocional”, diz a especialista.
A torcida pesa…
Recentemente, alguns casos no futebol latino-americano chamaram atenção.
Williams Martinez, 38 anos, era um veterano zagueiro uruguaio que atuava pelo
Villa Teresa, com passagens pelo tradicional futebol inglês e o francês. Por
conta de um quadro de depressão, atentou contra a própria vida, e infelizmente
conseguiu. O caso ocorreu em 2021.
No Brasil, a situação do atleta Michael, que atuou pelo Flamengo em 2020,
também traz um alerta para o assunto. Por conta de uma má-fase, sofreu
represália e constante cobrança dos torcedores, o que desencadeou para ele um
forte quadro de depressão. A história poderia ser diferente, mas Michael contou
com uma rede de apoio de outros jogadores e staff do clube. Tchê Tchê, volante
do Botafogo, declarou no “The Players Tribune”, que sofreu de depressão no
período em que atuou pelo São Paulo. Mais uma vez, a situação se deu pela
represália de torcedores.
“Muito se fala sobre o lado bom da vida de jogador, mas ainda pouco sobre essa
questão extremamente importante: a saúde mental. Pode ser bastante
estressante para um atleta aguentar a pressão, ainda que não haja agressão ou
ofensas. Decepcionar a torcida já pode se constituir como um fator relevante e
que traz impacto emocional significativo”, aponta Laura.
A especialista destaca ainda que a solução pode estar também no ‘jogo em
equipe’. “Os atletas com seus treinadores e colegas devem conversar sobre esses
aspectos, sobre como se sentem e buscar apoiar uns aos outros, e quando
necessário buscar o apoio profissional”. Laura explica que não há uma regra
para isso, já que o que pode motivar um atleta, como o desafio da torcida, pode
afetar sensivelmente outro, portanto, nessa batalha é importante respeitar a
individualidade de cada um.
Por fim, a Copa do Mundo chegou e Laura Castro tem um recado para os
futebolistas: “trabalhar no desenvolvimento de uma certa resiliência para lidar
com as reações da torcida é um ponto fundamental, cuidar da própria mente é tão
importante quanto estar com o físico em dia e ganhar títulos e glórias. Afinal,
é com a saúde mental em dia que poderão usufruir também das conquistas”.
Sobre a Vigilantes do Sono
Com pouco mais de dois anos de atuação, a Vigilantes do Sono rompeu as
barreiras de acesso ao tratamento padrão ouro para a insônia e auxilia
pacientes e profissionais de saúde na condução da TCC-I (Terapia
Cognitivo-Comportamental para Insônia). É hoje o maior aplicativo de sono do
Brasil e foi eleita a melhor startup de saúde do maior programa de aceleração
da América Latina, a Inovativa. A empresa nasceu do sonho de seus fundadores,
Lucas Baraças, Guilherme Hashioka e Laura Castro de ajudar as pessoas a
dormirem melhor através de uma solução saudável, sustentável e acessível. Mais
informações no site.
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