Como as cafeterias podem escolher a melhor categoria de qualidade do produto? Especialista dá dicas na SIC 2022
Em um universo de tipos e formas de preparo,
Karine Sousa, da 3Corações, reforça que o barista é essencial para direcionar o
consumidor
Minas Gerais, outubro 2022 – Definir os produtos de uma cafeteria
não é tarefa das mais fáceis. Afinal, entre arábica e canéfora, os dois tipos
de cafés mais produzidos no Brasil, existe um universo de variações. Como uma
das principais dúvidas dos empreendedores é sobre a escolha da categoria de
qualidade mais adequada, a Semana Internacional do Café convidou a especialista
Karine Sousa, da 3Corações, para dicas sobre como acertar.
A apresentação de Karine começou com um
lembrete de que estamos na chamada terceira onda de consumo do café. A
primeira, que começou na década de 1960, foi marcada pelo esforço da indústria
em tornar o produto parte do cotidiano das pessoas. A segunda, já com o hábito
bem estabelecido, foi sobre a expansão do consumo para as cafeterias, com novos
produtos e atração de diferentes públicos. Finalmente a terceira, e mais
recente, é marcada por maior interesse e procura dos cafés especiais e
experiências.
Neste contexto, onde o público está no
centro, qualidade é a guia fundamental. São três grandes categorias:
Tradicional – Composto por grãos das espécies
arábica e robusta, sabor intenso, encorpado e prolongado; o Superior,
predominantemente arábica, mas que pode ter toques de robusta, cafés com notas
sensoriais de alta qualidade, aroma intenso e que não apresentam amargor
acentuado; Gourmet,
bebida 100% arábica e de regiões nobres, cultivados com critérios de seleção
especiais, nota sensorial de alta qualidade, característica adocicada e de
acidez presente.
Escolher entre as variedades para
composição do cardápio da cafeteria é algo que passa direto pela experiência.
“Não existe um método específico ou de maior sucesso. Café envolve gosto,
aroma, sensações. Por isso, talvez o mais indicado seja mesmo fazer com que o
consumidor prove e compartilhe com você suas impressões e opiniões.”, explicou.
Perguntada sobre como aplicar isso na
prática, ela sugeriu: “que tal marcar um horário para degustações na sua
cafeteria? Para escolher, primeiro o cliente precisa conhecer. Informação é
fundamental. Separe alguns tipos de cafés e explique sobre suas qualidades e
diferenças. Precisamos lembrar que o barista tem esse papel de orientar e
direcionar, que é essencial para o desenvolvimento de uma cultura do café
naquela determinada localidade”, completou.
Outro ponto destacado pela especialista foi o tempo de maturidade desses movimentos. “Imagine sempre que as pessoas, em sua maioria, tomam café da mesma forma há muitos anos. Adquirir novos hábitos, treinar o paladar é algo que acontece aos poucos e isso é normal. Por isso, a experiência é tão importante, mas na sua plenitude. Tem a questão da degustação, claro, mas é preciso entender que fazem parte a apresentação, o atendimento, a qualidade, a decoração da loja, a música ambiente, absolutamente tudo impacta na jornada”, finaliza.
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