Como escolher a melhor escola para crianças?
Infraestrutura adequada e plano pedagógico bem
estruturado são alguns pontos que os pais devem se atentar na hora de escolher
a instituição de ensino ideal
Por Ana Paula Yazbek: pedagoga, formada pela Faculdade de Educação da USP, com
especialização em Educação de Crianças de zero a três anos pelo Instituto
Singularidades, com mestrado em Educação pela Faculdade de Educação da USP. É
Diretora Pedagógica do espaço
ekoa, casada com Marcos Mourão
com quem tem dois filhos, Marina e Pedro.
Se janeiro é conhecido
pelas famílias, como o período dos materiais escolares, a partir da segunda
quinzena de outubro é a hora de escolherem onde seus pequenos e pequenas vão
estudar no ano seguinte. É o período que vão decidir se as crianças continuam
nas mesmas escolas, ou se mudam de instituição. E ainda: no caso de crianças
bem pequenas, onde será a primeira instituição de ensino que elas vão
frequentar?
É natural que essa
preocupação chegue na cabeça dos pais e mães com meses de antecedência, uma vez
que a escolha errada pode causar insatisfações. Alguns pontos são básicos, como
questionar o histórico da instituição, quais os critérios de contratação de
professores/as e pedagogos/as, como funciona a segurança da escola, o que está
incluído na mensalidade etc. Importante ainda verificar alguns pontos que não
são diretamente relacionados aos alunos/as, mas às famílias, como por exemplo,
a comunicação da Direção com elas ou a frequência de reuniões de famílias.
Porém, é necessário ir
mais a fundo para fazer a opção correta. É essencial, por exemplo, fazer uma
análise minuciosa do Projeto Pedagógico. É importante que a instituição tenha
um projeto bem estruturado em que estejam claros os caminhos utilizados para a
boa aprendizagem dos/as alunos/as, como a metodologia, abordagens pedagógicas e
finalidades das atividades práticas a que as crianças são submetidas.
A
infraestrutura também deve ser vista de perto pelos pais e mães, já que a ideia
de uma escola voltada apenas para dentro de salas de aula é cada vez mais
defasada. Pelo contrário: as crianças precisam de espaços para atividades ao ar
livre, práticas de atividades físicas variadas, salas de leitura, ambientes
interativos com uso da tecnologia, refeitório que siga as melhores condições
sanitárias etc. Afinal, quando os/as alunos/as estão em uma boa infraestrutura,
isso melhora sua capacidade intelectual e, ao mesmo tempo, facilita a criação
de laços sociais com os/as colegas.
Para os
pais e mães de primeira viagem, é interessante explicar que existe uma base de
ensino obrigatória que as escolas devem seguir, chamada BNCC (Base Nacional
Comum Curricular). Por isso, é bacana escolher uma escola que vá além desse
básico e promova atividades, como aulas de teatro, aulas de música, clubes de
leitura etc. Isso é importante para que a criança possa descobrir melhor seus
interesses. Nessa mesma linha, procure escolas que façam passeios em locais
como parques, museus, sítios etc. Tudo isso se transforma em experiências
positivas para as crianças e mostram que a escola pode ser um ambiente dinâmico
e atrativo.
Saindo um
pouco da visita direta à instituição, outra boa dica é conversar com familiares
e responsáveis que já matricularam os/as filhos/as naquelas escolas que te
interessaram. Esse contato pode ser iniciado por meio de redes sociais, mas se
possível estendido para um café pessoalmente onde se possam trocar experiências
daquela instituição, os pontos fortes e fracos, o atendimento de professores/as
e funcionários etc.
Por fim,
quando a decisão for tomada e as aulas tiverem início, é importante conversar
com seu filho ou filha para saber o que estão achando da experiência naquela
escola, dos/as professores/as, dos ambientes, dos colegas etc. Afinal, qualquer
mudança de rumo sobre a escolha da escola pode ser corrigida há tempo.
Importante
lembrar que o melhor horário para visitar as escolas é justamente nos horários
das aulas. É a oportunidade ideal de ver se o discurso da instituição é
verídico, já que os pais e mães podem ver ao vivo a interação dos/as alunos/as
entre si e com os/as profissionais que lá atuam.
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