Consolidado no mercado, PIX gera oportunidade de inovação para empresas
Por Gustavo Siuves, Diretor de Negócios e
Marketing do Bankly *
Lançado oficialmente em
novembro de 2020 pelo Banco Central, o PIX, modelo de transferência financeira
instantânea rapidamente caiu no gosto dos brasileiros. Tanto que “fazer um PIX” se tornou uma
frase tão popular quanto “dar
um google” no computador e “crédito
ou débito” no varejo.
Não à toa, tornou-se
recurso obrigatório para empresas que lidam diretamente com serviços
financeiros. Não oferecer essa possibilidade a seus clientes significa ficar
atrás de seus concorrentes e até colocar em risco a própria operação do
negócio. A questão é que, após quase dois anos de atuação na economia
brasileira, a solução começa a avançar em outros setores da
sociedade.
Os números que envolvem
o PIX realmente são impressionantes. Em agosto de 2022, por exemplo, movimentou
mais de R$ 985 bilhões, aproximando-se da marca história de R$ 1 trilhão – em
janeiro de 2022, esse índice era de quase R$ 640 bilhões. No mesmo mês, foram
mais de 2 bilhões de transações efetuadas.
Atualmente, são cerca
de 135 milhões de usuários cadastrados no sistema entre pessoas físicas e
jurídicas, quase o número da população acima de 18 anos no país. Eles criaram
aproximadamente 498 milhões de chaves, que podem ser o número do celular, CPF,
e-mail, entre outras. Poucas soluções financeiras atingiram uma popularidade
tão grande em pouco tempo.
Como era de se esperar,
as empresas que lidam diretamente com dinheiro e transferência financeira
saíram na frente e souberam aproveitar suas vantagens. Um levantamento
realizado pelo Bankly indicou que mais da metade das operações PIX acontecem em
companhias que contam com recursos de banco digital ou oferecem serviços
financeiros diversos a seus clientes por meio do Banking as a Service.
Como essas companhias
estão na linha de frente do setor, sabem exatamente quais são os desejos e as
necessidades dos clientes. Assim, graças ao surgimento de soluções digitais
como o PIX, podem oferecer alternativas que atendem a esses
interesses.
A questão é que a
análise das operações também mostrou outros setores que recorrem a esse meio de
pagamento em suas soluções. Destaque, por exemplo, para os integradores,
empresas responsáveis em conectar os serviços de Banking as a Service com o consumidor para
melhorar a experiência dele – é a terceira categoria com maior percentual de
uso.
Outras áreas
importantes envolvem companhias de contabilidade, correspondentes de
instituições financeiras, fintechs voltadas à mobilidade urbana, administração
de fundos e softwares houses,
empresas que desenvolvem sistemas e softwares diversos. Isso mostra um
ecossistema diverso que enxerga o PIX como um recurso interessante de
aproximação com seus clientes e de otimização de processos – o que exige uma
estrutura melhor para incorporar esse tipo de pagamento.
O PIX, portanto, é apenas
a face mais conhecida de um movimento maior da transformação digital que ocorre
no sistema financeiro como um todo. Trata-se de uma revolução silenciosa que
tem como pilar fundamental a proposta do Banking
as a Service. Isto é, permitir que empresas possam incorporar e
desenvolver suas próprias soluções financeiras de acordo com seus objetivos e
suas estratégias. Isso envolve, claro, a adoção de meios de pagamento bastante
populares.
A partir do momento que
empresas de contabilidade, desenvolvedores de softwares e startups de mobilidade podem criar
projetos de finanças sem depender dos bancos tradicionais, adotar o PIX se
torna um passo natural que vai ao encontro desse novo momento que vivemos na
relação com o dinheiro.
O universo relacionado
ao mercado financeiro mudou de forma considerável recentemente. Houve maior
abertura para a entrada de novos players,
o que potencializou a busca por inovação e forçou mudanças na legislação para
permitir que essas ideias saíssem do papel. Há dez anos, por exemplo, fazer uma
transferência de valores em tempo real com apoio do smartphone era algo impensável. Hoje, é visto
como uma atividade corriqueira. O PIX foi criado justamente para representar
essa transformação. Ou seja, oferecer eficiência e simplicidade aos usuários.
Essa missão já foi cumprida. Agora, é levar adiante os benefícios e vantagens
que esse recurso tem a oferecer para todos.
* Gustavo Siuves,
Diretor de Negócios e Marketing do Bankly, solução de Banking as a Service que descentraliza a oferta de serviços
financeiros no país –
e-mail: bankly@nbpress.com
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