Michelle Obama e sua luta contra a Síndrome da Impostora
Psicanalista explica que A Síndrome do Impostor
não é doença mental e pode afetar homens e mulheres
A única primeira dama negra da história
dos Estados Unidos, Michelle Obama, não tem medo de expor suas fragilidades e
demonstrar os percalços sofridos ao longo de sua trajetória de vida. Tanto que,
em um de seus livros lançado este ano, a esposa do ex-presidente Barack Obama
abriu o coração ao expor um drama pessoal: a superação e a luta contra desafios
emocionais, como a Síndrome da Impostora.
Ela relata na obra “Nossa luz interior –
superação em tempos incertos” como desacreditava de sua própria capacidade como
mulher e como profissional. No fundo, Michele sentia que ela era uma fraude,
sofria com uma inferioridade ilusória. Mas do que se trata essa Síndrome?
A Síndrome da impostora não é uma doença
mental. Afeta homens e mulheres e é um típico padrão de comportamento que
descreve uma sensação e uma mistura de sentimentos que ocorrem quando não
acreditamos que somos merecedores de algo. Quando, de forma inconsciente,
ignoramos nossos méritos e questionamos insistentemente, nossas competências.
Se não for tratado pode até se associar a outros distúrbios mentais, tais como:
depressão, fobias, irritabilidade, alterações de humor, elevação do complexo de
inferioridade, entre outros.
Ela se manifesta quando eu acredito
estar ocupando um lugar que não mereço e me sinto enganando pessoas. O
indivíduo se coloca como um verdadeiro impostor, evita falar sobre suas
conquistas e se coloca no papel de errado ou culpado pelo que possuí. Apresenta
uma autoestima muito baixa e pode ser facilmente manipulado. Sente muito medo
do que as pessoas pensam, por medo de ser julgado e descoberto em suas farsas.
Tanto que está sempre em busca de
aprovação, além de se autodepreciar e demonstrar enorme instabilidade emocional
e insegurança sobre as capacidades e o merecimento daquilo que se conquistou
e/ou o lugar que se ocupa.
Assim como aconteceu com a Sra. Obama,
quem sofre com a Síndrome da Impostora(o) tem uma tendência a alimentar sentimentos
de negatividade e a valorizar demais as conquistas do outro, sem perceber seu
próprio valor.
Frases como: “eu não sou inteligente”,
“não tenho talento”, são típicas de quem recebe o diagnóstico. E podemos
destacar ainda, como principais sintomas os discursos autodepreciativos, a
necessidade constante de reavaliar o próprio trabalho, a fuga de situações que
possam colocar o indivíduo no centro das atenções, o trabalho além do
necessário e o medo de ser “descoberto”. Além disso, sentimentos como medo,
insegurança, fobia social, alterações de humor, timidez são frequentes.
O tratamento para essa síndrome é a
psicoterapia, no qual o profissional de saúde mental irá trabalhar, com
técnicas específicas para neutralizar todos os gatilhos que disparam essas
sensações destrutivas, auxiliando no reconhecimento das potencialidades para
que a pessoa possa assumir seu crescimento pessoal.
Portanto, se você se identificou com
esses sintomas ou reconhece que alguém próximo possa estar sofrendo com eles, é
preciso agir como Michelle Obama que, através de ajuda psicanalítica, buscou
fortalecer a autoestima e as emoções, valorizando cada pequena vitória e
olhando, cautelosamente, para todas as dificuldades e o empenho empregado para
se alcançar algo.
É preciso ter a consciência de que a
cura está dentro de si, eliminando os pensamentos ilusórios que impedem seu
próprio crescimento pessoal e limita seus passos.
Dra. Andréa Ladislau / Psicanalista
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