Por que homens subestimam fatores comportamentais na hora de cuidar da saúde?
O risco do câncer de próstata ao longo da vida
é de 16%. Estudos realizados em pacientes após recuperação revelam que eles
tendem a superestimar fatores externos como estresse e poluição e desconsiderar
excesso de peso e sedentarismo
Segundo o Instituto Nacional de Câncer
(INCA), estimam-se 65.840 novos casos de câncer de próstata por ano,
correspondendo a 29,2% dos tumores incidentes no sexo masculino. O número de
mortes anuais impressiona: 15.841. No Brasil, é o segundo mais comum entre os
homens, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. A patologia é considerada
uma doença da melhor idade, já que cerca de 75% dos casos no mundo ocorrem a
partir dos 65 anos e as chances de cura chegam a 90%, desde que o diagnóstico
seja realizado no estágio inicial.
Em novembro, o Ministério da Saúde
celebra o “Novembro Azul” e anunciou a campanha “Linha Azul”, que é uma ação de
cuidados dedicada à saúde do homem para sensibilizá-lo a respeito da
importância sobre os cuidados com a própria saúde e o diagnóstico precoce.
Dados do estudo “Attitudes and adherence to changes in nutrition and physical
activity following surgery for prostate cancer: a qualitative study”, de Luke
Robles, revelam que sobreviventes de câncer de próstata valorizam a importância
de fatores ambientais, como estresse e poluição, e minimizam fatores comportamentais,
como excesso de peso e sedentarismo. Esses resultados confirmam algumas crenças
populares de que estilo de vida não afeta a prevenção e o desenvolvimento de
patologias. “Isso é completamente equivocado, tendo em vista que uma
alimentação saudável e a prática de exercícios físicos influenciam diretamente
na saúde do homem”, alerta a nutricionista e consultora da Jasmine Alimentos,
Adriana Zanardo.
Cabe destacar que os fatores de risco
não modificáveis do câncer de próstata são: aumento da idade, etnia e histórico
familiar. Dentre os fatores modificáveis, encontram-se alimentação e prática de
atividade física. Ainda de acordo com os dados científicos, a atividade física,
seja moderada ou vigorosa, reduz o risco de mortalidade por câncer de próstata
e a recorrência da doença. “Indicamos 90 minutos de exercício físico moderado
por semana. A prática está relacionada à redução de 61% na mortalidade em
comparação com menos de 60 minutos”, explica a nutricionista. Para efeito
preventivo, recomenda-se a prática de, pelo menos, 30 minutos de atividade
física moderada a vigorosa.
Crucíferos, licopeno e vegetais: nomes
difíceis e necessários
Apesar de anatomicamente semelhantes,
homens e mulheres têm características e necessidades diferentes. Segundo o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os homens vivem 7,1 anos a menos
do que as mulheres, com taxa de mortalidade maior em praticamente todas as
faixas etárias. Por isso, a prevenção é a palavra de ordem quando abordamos a
saúde masculina. “As necessidades de cada pessoa ao nível da nutrição dependem
do gênero, da idade, do estilo de vida e até de algumas complicações ou
particularidades. Mas podemos destacar alguns alimentos globais que podem
auxiliar no fortalecimento da saúde masculina”, explica Adriana.
A maior ingestão de alimentos do grupo
crucífero, como repolho, couve-flor e couve estão relacionados com redução de
incidência e progressão do câncer de próstata, segundo o mesmo estudo de
Robles. Já o licopeno é um carotenóide presente em frutas e hortaliças de cores
vivas, que também tem sido associado à diminuição do risco de evolução da
doença após o diagnóstico. “A literatura também recomenda que a alimentação
diária tenha vegetais; grãos integrais, como aveia, quinoa, amaranto, arroz
integral; sementes, como linhaça, chia, gergelim; feijões e frutas in natura e desidratadas”,
complementa.
Impactos negativos de determinados
alimentos não escolhem gênero
Segundo dados da literatura científica,
o consumo excessivo de laticínios pode estar relacionado ao aumento do risco de
câncer de próstata. As carnes processadas, como presunto, peito de peru,
salsicha, linguiça, bacon e derivados estão repletas de gorduras maléficas para
a saúde, sódio, nitratos e conservantes. A união desses ingredientes pode levar
ao desenvolvimento de doenças de diferentes graus. O excesso de gordura
corporal também pode aumentar o risco de câncer de próstata avançado.
Infelizmente, a crença de que homens são
mais negligentes nos cuidados relacionados à saúde é sustentada por pesquisas.
A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) revelou que, durante a pandemia, 55%
dos entrevistados acima de 40 anos deixaram de fazer alguma consulta ou
tratamento médico. E, pelo menos, 81% dos entrevistados têm a impressão de que
as pessoas estão indo menos ao médico ou fazendo menos tratamentos.
Mesmo com as orientações acima, é
importante destacar que não existe alimento que seja totalmente bom ou ruim por
si só. “Caso você tenha ou desconfie ter um problema de próstata, é de suma
importância realizar o acompanhamento médico para iniciar os cuidados o mais
rápido possível. A evolução de métodos dos exames e melhoria na qualidade dos
sistemas de informação auxiliam nessa questão”, esclarece a
nutricionista.
Sobre a Jasmine Alimentos
A Jasmine Alimentos é uma empresa referência em alimentação saudável. Com produtos categorizados em orgânicos, zero açúcar, integrais e sem glúten, a marca visa atingir o público que busca alimentos verdadeiramente saudáveis, práticos e saborosos. A operação da Jasmine começou de forma artesanal há 30 anos, no Paraná. A Jasmine está consolidada em todo Brasil e ampliando sua atuação para a América Latina. Desde setembro de 2022, a marca pertence à M. Dias Branco - líder nacional em massas e biscoitos. A empresa possui mais de 17 indústrias e 28 centros de distribuição instalados em diferentes estados brasileiros, assim como processos de exportação para mais de 40 países. Mais informações: www.jasminealimentos.com.
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