Saiba quem são os profissionais que não escolhem a profissão por dinheiro, mas porque querem um mundo melhor
Carreiras com impacto social atraem cada vez
menos jovens, que encaram o trabalho como missão de vida
Bruna Padilha
Crédito: Divulgação
“Quer ganhar dinheiro? Invista em
carreiras ligadas à tecnologia”, alertam todas as tendências do mundo do
trabalho. A cada nova lista de profissões do futuro, mais e mais estudantes
reavaliam suas opções de carreira para ter mais chances de sucesso financeiro.
Mas nem todos os jovens escolhem seu futuro pensando nisso. Embora raros, há
aqueles que encaram a profissão como missão de vida, ou seja, uma forma de
ajudar a tornar o mundo um lugar melhor.
Quando decidiu cursar Pedagogia, Bruno
Firme Padilha, 24 anos, sabia que essa não seria uma carreira que o deixaria
milionário. Mesmo assim, persistiu na decisão e, hoje, atua como professor em
um instituto de aprendizagem para menores carentes e como administrador de
plataforma de aprendizagem em uma faculdade. “Escolhi a Pedagogia para fazer
diferença no meio em que cresci. Sempre desejei ser uma ‘pontinha’ do que meus
professores foram para mim. O pedagogo pode ser esse instrumento de revolução
na vida de um aluno”. De acordo com o Ministério da Educação, baseado no Censo
Escolar da Educação Básica, realizado em 2019 pelo Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Brasil tem ao menos
1,4 milhão de docentes. Desses, 83,2% atuam na Educação Básica e possuem nível
superior completo com licenciatura. Pode parecer muito, mas, ainda segundo o
Inep, o número de jovens que ingressam em cursos de licenciatura diminui ano
após ano.
E, se há menos pessoas se licenciando,
naturalmente há menos profissionais chegando capacitados ao mercado de
trabalho. Nas escolas, já há dificuldades para preencher todas as vagas
abertas. De acordo com levantamento realizado pela LCA Consultores, com base em
dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), em fevereiro
deste ano, por exemplo, mais de 66 mil postos de trabalho foram criados nas
instituições de ensino do Brasil. Dois meses depois, em abril, muitas dessas
vagas ainda não tinham sido ocupadas.
Para a doutora em Educação Valéria
Brasil, coordenadora do curso de Pedagogia da Universidade Positivo (UP), está
cada vez mais difícil encontrar profissionais que atuam em sua área de
formação. “Temos pedagogos dando aulas de Matemática, professores de Matemática
dando aulas de Química, professores de Química dando aulas de Ciências e por aí
vai.” Essa característica afeta qualitativamente o sistema educacional,
precarizando o ensino e afetando, inclusive, os professores, que não conseguem
desenvolver o trabalho de forma adequada.
Educar é uma missão
Quem escolhe ensinar, o faz por profunda
vocação. Bruno, por exemplo, diz enxergar o trabalho como mais que uma forma de
pagar as contas. “A Pedagogia é uma missão e uma paixão de vida. Saber a forma
com que posso transformar a vida das pessoas que passam por mim não tem preço.
A missão de fazer a diferença na educação é um ato de coragem e precisamos
eternizar valores e momentos em cada ser que educamos”, ressalta. Uma pesquisa
feita entre estudantes de Pedagogia da Universidade Positivo, em Curitiba,
aponta que a maior parte deles é a primeira pessoa da família a cursar o Ensino
Superior. “Cerca de 75% dos nossos alunos trabalham, têm renda familiar de até
três salários mínimos e ajudam nas despesas de casa; 89,5% estudaram em escola
pública e pagam o curso com o dinheiro que ganham nos estágios remunerados que
conseguiram assim que ingressaram na graduação”, detalha Valéria. A pesquisa
foi realizada com 115 estudantes, em setembro de 2022.
A coordenadora conta que, entre esses
estudantes, a vontade de conquistar um diploma é patente e funciona como o
grande elemento motivador para superar os desafios do dia a dia. Assim como
Bruno, esses futuros profissionais veem a si mesmos como agentes de
transformação da sociedade. “Quem cursa Pedagogia não procura status ou
reconhecimento social imediato. Quem cursa Pedagogia quer transformar o mundo
por meio da educação, e sabe que isso leva tempo”, finaliza a professora.
Reconhecimento
No último Enade, divulgado em setembro
de 2022, os estudantes de Pedagogia da UP que concluíram o curso em 2021
obtiveram nota máxima (5) no exame. Dos 1.278 cursos avaliados no Brasil,
apenas 3,9% (50) obtiveram a nota 5, sendo apenas quatro no Paraná e oito
cursos na Região Sul. Com isso, o curso de Pedagogia da UP é o 20.º melhor do
Brasil, entre as instituições públicas e privadas, e o 8.º curso com melhor
desempenho entre as instituições privadas do país. O exame é um dos principais
instrumentos de avaliação do Ensino Superior que verifica a qualidade e avalia
a formação geral e os conhecimentos específicos dos cursos.
Sobre a Universidade
Positivo
A Universidade Positivo é referência em Ensino Superior entre as IES do Estado do Paraná e é uma marca de reconhecimento nacional. Com salas de aula modernas, laboratórios com tecnologia de ponta e mais de 400 mil metros quadrados de área verde no campus sede, a Universidade Positivo é reconhecida pela experiência educacional de mais de três décadas. A Instituição conta com três unidades em Curitiba (PR), uma em Londrina (PR), uma em Ponta Grossa (PR) e mais de 70 polos de EAD no Brasil. Atualmente, oferece mais de 60 cursos de graduação, centenas de programas de especialização e MBA, seis programas de mestrado e doutorado, além de cursos de educação continuada, programas de extensão e parcerias internacionais para intercâmbios, cursos e visitas. Além disso, tem sete clínicas de atendimento gratuito à comunidade, que totalizam cerca de 3.500 metros quadrados. Em 2019, a Universidade Positivo foi classificada entre as 100 instituições mais bem colocadas no ranking mundial de sustentabilidade da UI GreenMetric. Desde março de 2020 integra o Grupo Cruzeiro do Sul Educacional. Mais informações em up.edu.br/
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