Apostas esportivas: mercado em ascensão
Marcelo Vazão*
O recente anúncio do
governo federal da possível criação de uma nova secretaria para o setor de
apostas online dá uma dimensão precisa do que o segmento representa hoje no
mercado brasileiro. A pasta comandada por Fernando Haddad anunciou que pretende
que essa nova secretaria cuide da questão de arrecadação de comércio digital e
das apostas online, indicando o potencial do mercado de apostas esportivas no
Brasil e dando sinais de que a tributação do setor de apostas online deve se
tornar realidade em breve a partir do lançamento de uma medida provisória (MP)
para esse setor, legislando sobre a entrada em vigor imediata das novas normas.
De acordo com o texto
da MP das apostas esportivas, a taxação deve ficar em torno de 16% da receita
de empresas do setor. Além disso, a medida provisória também contará com ações
tanto de controle quanto de prevenção de esquemas fraudulentos no esporte, como
a identificação dos apostadores, o que beneficiará muito as empresas que hoje
operam no País.
Número publicados
recentemente na imprensa nacional, especificamente no site Aposta Hub1, indicam
que o mercado brasileiro de apostas movimentou R$7 bilhões em 2020, e estima-se
que em 2023 alcance a marca de R$12 bilhões. Outro site, o Gente2, afirma que
entre 2018 e 2020, o setor cresceu de R$ 2 bilhões para R$ 7 bilhões. Além
disso, o Brasil possui uma grande população de fãs de esportes, especialmente
de futebol, e uma forte cultura de uso da internet, o que favorece o potencial
do mercado, indicando claramente a necessidade de regulamentação do setor.
Outro dado
significativo, que indica o potencial de mercado do setor no Brasil foi a
recente pesquisa divulgada pelo jornal Meio e Mensagem mostrando a ampliação da
presença das casas de apostas entre os grandes anunciantes do Brasil. As casas
de apostas tiveram um aumento no investimento publicitário. O ranking Agências
& Anunciantes divulgado no último mês de maio apontou 12 empresas do
segmento figurando entre os 300 maiores anunciantes do Brasil, sendo que a
publicação, elaborada anualmente por Meio & Mensagem com dados da Kantar
Ibope Media, reflete os investimentos em compra de mídia feitos em 2022.
Ainda de acordo com o
veículo, quatro anos e meio antes, em 2018 – ano em que foi legalizada a
presença dessas empresas no Brasil – o mesmo ranking trazia apenas uma empresa
do segmento entre os 300 maiores anunciantes.
Todos esses dados
indicam a real e efetiva necessidade de regulamentação do setor. Espera-se
inclusive que o texto da medida provisória que regulamenta o setor seja
publicado até o final de junho, ajudando o governo inclusive na sua necessidade
arrecadatória para poder cumprir as metas fiscais prometidas.
*Marcelo Vazão é consultor especializado em sites de apostas esportivas
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