Educação orientada a dados
Por José Roberto Reche
Gabarito Educação
O mundo vem mudando e
se transformou muito no último século, porém a educação, aquela… da lousa,
carteiras enfileiradas, os professores em sala, as aulas, o intervalo, dever de
casa, cadernos, chamada, prova, notas, não mudou o suficiente para fazer frente
a este mundo, que está em um ritmo alucinante de mudanças.
A educação necessita
estar conectada com o mundo atual, e, acima de tudo, em constante aprendizado.
As inovações acontecem a uma velocidade incrível, e, para adicionar um pouco
mais de dificuldade, essas inovações são cada vez mais disruptivas, ou seja,
quando uma começa a ser assimilada, outra já está surgindo e impactando diretamente
as pessoas. A ideia daquela vida A,B,C simplesmente não existe mais. Mas,
afinal, o que é essa tal vida A,B,C?
A - Entrar na Escola
na idade certa;
B - Formar-se na
Faculdade;
C - Ir trabalhar.
As pessoas devem
excluir de seu repertório a expressão “sou especialista nesse assunto”. Não!!
Você não é mais especialista nesse assunto, porque terá que aprender a
desaprender, e aprender novamente! Nós estudaremos, muitas vezes,
diversificados temas a vida toda, e isso pode nos fazer especialistas em “determinadas”
épocas de nossas vidas, entretanto seremos estudantes o tempo todo.
Conforme explana o
blog estantemagica.com.br, “a Competência 1 da BNCC, que versa sobre o
CONHECIMENTO, aborda o tema da introdução acima. Essa competência será
trabalhada junto aos alunos para valorizar e utilizar os conhecimentos sobre o
mundo físico, social, cultural e digital, para entender e explicar a realidade,
CONTINUAR APRENDENDO e colaborar com a sociedade. Fazendo escolhas a partir
desse conhecimento”, essa competência orienta todos os professores a colocarem
seus alunos "up to date", com aquilo que o mundo está vivendo e
conversando sobre.
Mas, para isso, a
escola tem de entender seu aluno e tratá-lo de maneira individualizada, não
como se todos eles fossem um só, pois não são todos iguais. Por exemplo,
determinado aluno pode ter um ritmo duas vezes mais rápido para aprender sobre
um determinado assunto, em relação a um outro aluno que está dentro da mesma
sala de aula, tendo o mesmo conteúdo, ministrado pelo mesmo professor.
O que acontece muito
nos dias de hoje, em nosso país, é que a esmagadora maioria das escolas não
encontra espaço no sistema educacional tradicional para realizar um trabalho
individualizado. Para que isso aconteça, as escolas necessitam implementar uma
EDUCAÇÃO ORIENTADA A DADOS, a escola é uma usina de dados.
Com base na
compreensão de dados confiáveis, utilizando a INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL para
interpretar os padrões e, assim, evidenciar as particularidades no processo de
aprendizagem do aluno, os docentes necessitam ter a capacidade de elaborar um
diagnóstico de suas turmas e de seus alunos individualmente, para,
posteriormente, preservarem ou reorganizarem os itinerários pedagógicos
anteriormente objetivados. Fazendo desse modo, os docentes utilizariam seu
valioso tempo e capacidade de trabalho na conversão de dados em informações.
Nesse sentido,
implementar uma EDUCAÇÃO ORIENTADA A DADOS é muito diferente do que acontece
hoje, na maioria das escolas espalhadas pelo Brasil, onde geralmente o cotidiano
dos docentes é o de, no momento em que for possível fazer, planejar sua aula,
depois ensinar, eventualmente esclarecer alguma dúvida do aluno, preparar,
revisar e corrigir avaliações. Dessa maneira, este ciclo interminável o
consome, em duas ou três jornadas de trabalho, durante um mesmo dia.
Os docentes gastam
tempo demais na rotina descrita acima, e tempo de menos produzindo diagnósticos
e sugerindo ações para correção de rotas.
As instituições de
ensino e docentes que ambicionam trabalhar uma EDUCAÇÃO ORIENTADA A DADOS devem
praticar um comportamento pedagógico mais consolidado e profundo, menos
fundamentado em uma opinião e em ideias não concretas, ou indicações
subjetivas, mas que seja sustentado por indicadores e elementos, a partir dos
quais seja verdadeiramente exequível medir a aprendizagem do aluno e, baseado
nisso, recomendar novas práticas pedagógicas.
A inserção de um
comportamento de uso de dados, de maneira assídua e organizada nas escolas,
proporcionará uma sequência de aperfeiçoamento contínuo na instituição, durante
um bom espaço de tempo. As práticas de excelência de cada professor deverão ser
demonstradas e a partilha dessas práticas deve ser incentivada, e ocorrer em
reuniões específicas.
Essa rotina de
compartilhamento de melhores práticas aumentará o padrão de qualidade da
educação oferecida pela escola, e a tornará diferenciada em sua região de
atuação. Quem partilha internamente suas melhores práticas pedagógicas,
constrói uma cultura de BENCHMARKING interna de sucessos e colabora significativamente
para a consolidação desta cultura.
Uma
EDUCAÇÃO ORIENTADA A DADOS, conhecida mundialmente como “Data Driven –
Education”, é uma tendência que se consolida dia a dia no mundo. As
ferramentas, como plataformas de diagnósticos de desempenho individual do
aluno, só crescem no Brasil, com altos investimentos por parte das empresas que
já entregam esse tipo de serviço.
Não há dúvida de que a utilização de dados para conduzir a educação não deve se ancorar como um fim em si mesmo, mas tão somente como um meio para obter a mais satisfatória vivência de aprendizagem para os alunos, com um mínimo de subjetividade e o máximo de certeza e segurança.
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