Empatia nas escolas: o papel das iniciativas sociais na conscientização dos estudantes
Por Ir.
Lucinalva de Jesus Souza
A promoção
da empatia nas escolas desempenha um papel crucial na formação de indivíduos
mais respeitosos e compassivos com as outras pessoas, permitindo-lhes
desenvolver a capacidade de compreender e sentir as emoções do outro de maneira
objetiva e racional. Essas práticas não apenas tornam os estudantes mais
conscientes da humanização, como também fortalecem os laços entre os seres
humanos, construindo, assim, uma sociedade mais solidária.
Nesse
contexto, é crucial reconhecer a importância das instituições de ensino na transmissão de valores fundamentais para
atingir estes objetivos. Ao longo de séculos, essas organizações têm sido
capazes de ensinar a prática da empatia, bem como a importância do diálogo, da
resolução de conflitos e da cooperação. Além disso, têm o poder de destacar o
respeito pelos outros e pelos direitos humanos, promovendo o acolhimento e a
valorização da diversidade de indivíduos, culturas e potencialidades,
combatendo qualquer forma de preconceito.
Tais
atitudes devem ser integradas de forma abrangente em todo o processo de
aprendizagem escolar, envolvendo também o papel dos pais nessa jornada.
Os
benefícios de promover a empatia nas escolas
No
processo educacional, o conhecimento adquirido apenas torna-se eficaz quando é
aplicado na prática. Portanto, é crucial que as instituições de ensino promovam
a sensibilização, reconhecendo a espiritualidade como um elemento fundamental.
Acredita-se
que a educação pode ocorrer a qualquer momento, lugar e idade. Mesmo com crianças
pequenas, é
possível apresentar gradualmente a importância do cuidado uns com os outros.
Assim, a prática da empatia, do amor ao próximo e outros valores tornam-se
fundamentais para o crescimento emocional e pessoal de todo ser humano, sendo
uma forma de respeitar a própria existência, integrando todos os valores em uma
única essência.
No mesmo
sentido, ao discutir o papel das instituições de ensino na promoção de empatia,
é essencial não perder de vista sua identidade e missão, visto que as mesmas
devem ter clareza sobre sua função social, não devendo ser vistas apenas como
empresas preocupadas exclusivamente com a formação técnico-científica do
estudante. É necessário comprometer-se com uma educação que ultrapasse o
desenvolvimento de habilidades cognitivas, buscando transformar o ambiente
educacional em uma oportunidade de crescimento e promoção de uma vida digna.
Em
qualquer proposta pedagógica, é imprescindível apontar caminhos e auxiliar os
educandos na orientação de suas vidas. Além de proporcionar uma educação de
qualidade, é essencial que a escola ofereça vivências práticas, indo além de
meras palavras. Conforme afirmava o Beato Luigi Biraghi, fundador do Instituto
das Irmãs de Santa Marcelina, "educa-se mais por meio de exemplos do que
por palavras".
A parceria
entre família e escola na promoção de iniciativas sociais
Considerando
este contexto, a família é o primeiro local onde os valores são aprendidos, a
personalidade é desenvolvida e a dinâmica de comunicação e interação com a
sociedade é compreendida. Portanto, o papel da família é essencial na
construção de uma sociedade mais empática, atuando em parceria com as escolas.
Nesse sentido, os pais possuem a responsabilidade de inspirar seus filhos por
meio de exemplos fortes e edificantes.
A partir
dessa premissa, encontramos ressonância nos ensinamentos do Papa Francisco,
quando afirma as "três linguagens do amor
concreto": a linguagem da mente, a linguagem do coração e a linguagem das
ações. O Papa enfatiza a importância de haver harmonia entre essas três
linguagens, de modo que pensemos no que sentimos e fazemos, sintamos o que
pensamos e fazemos, e realizemos o que sentimos e pensamos. Isso representa o
concreto.
Nesse
sentido, a prática de iniciativas sociais, promovidas pelas escolas e
incentivadas pelos pais, é uma maneira de integrar as três formas de amor e
permitir que os estudantes coloquem em prática toda a empatia valorizada pela
escola e incentivada pela família. Ao expandir as possibilidades e a capacidade
de olhar para si, de considerar o próximo e o mundo, com o objetivo de promover
compromisso, acolhimento e cuidado, é possível crescer como pessoa e valorizar
essas dimensões com zelo. Isso, por sua vez, beneficia, sobretudo, a nós
mesmos.
Além
disso, é importante oferecer oportunidades para exercer a solidariedade, como
visitas e auxílio a pessoas necessitadas em creches, asilos e hospitais,
incentivando campanhas de doação com base nas demandas apresentadas por essas
instituições. A realização de palestras e formações sobre alteridade e empatia,
adequadas a todas as faixas etárias, juntamente com a promoção de atitudes
conscientes de cuidado com o meio ambiente, são também aspectos relevantes a
serem considerados pelas famílias e instituições de ensino.
A relação
entre amor ao próximo, gratidão e bem-estar
Ao
despertar sentimentos de gratidão, empatia e generosidade, é possível encontrar
um equilíbrio, resultando em bem-estar e proporcionando um maior sentido de
vida, autorrealização e felicidade. Essa troca de sentimentos e ações cria um
ambiente respeitoso e harmonioso, onde os indivíduos são saudáveis
emocionalmente, capazes de compreender o ponto de vista e as ações do outro,
além de gerenciarem a si mesmos e cuidarem do mundo, contribuindo para torná-lo
um lugar ainda melhor.
Pessoas
empáticas são capazes de adotar uma mudança de perspectiva em relação ao
planeta, enxergando-o como sua casa comum e valorizando tanto seu Criador
quanto cada ser que nele habita. Essa visão, que pode ser desenvolvida a partir
da promoção da empatia nas escolas, oportuniza um maior cuidado e
responsabilidade, impulsionado os direitos e a justiça para todos.
Ir. Lucinalva de Jesus Souza é Responsável da Pastoral do Colégio de São Paulo da Rede de Educação Santa Marcelina, instituição que alia tradição à uma proposta educacional disruptiva e alinhada às principais tendências do mercado de educação.
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