A importância da preservação florestal: a conscientização é o caminho
Cícero Mário*
O Dia de
Proteção às Florestas, celebrado no dia 17 de julho é, sem dúvida, uma das
datas mais memoráveis em nosso calendário. Dito isso, mesmo com todos os
esforços em conscientização em prol da preservação florestal, ainda há muitos
hectares para se avançar, ou melhor, para se preservar.
Somente nos
cinco primeiros meses de 2022, a Amazônia perdeu mais de dois mil campos de
futebol por dia de mata nativa – a maior devastação dos últimos 15 anos para o
período – de acordo com o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia
(Imazon).
Segundo o
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a partir de
2004, com a implementação de políticas públicas, a taxa de desmatamento na
Amazônia brasileira desacelerou em mais de 80%. De 27,8 mil km², registrados em
2004, para 4,6 mil km², conferidos em 2012, de acordo com o Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais (INPE).
No entanto,
a preservação florestal é histórica, com evidências de iniciativas para
proteger florestas e recursos naturais que remontam a civilizações antigas.
Assim, a proteção das florestas, como uma abordagem mais organizada e
sistemática, começou a ganhar força em diferentes partes do mundo em períodos
variados.
Alguns
marcos importantes na história da preservação florestal começam no século XIII,
na Europa, com o rei Eduardo I, da Inglaterra, que emitiu um conjunto de leis
conhecidas como "Carta da Floresta" em 1217. Essa carta foi um
complemento da Carta Magna e estabeleceu regras para a gestão dos recursos
florestais e a proteção dos direitos das comunidades locais.
Seis
décadas após, no século XIX, durante a era industrial, a exploração intensiva
das florestas para suprir as crescentes demandas de madeira e carvão levou a
uma preocupação crescente com a degradação ambiental. Surgiram movimentos de conservação
e proteção florestal em países como os Estados Unidos e a Alemanha.
Já no final
do século XIX e início do século XX, foram estabelecidos os primeiros parques
nacionais em várias partes do mundo, incluindo o Parque Nacional de Yellowstone
nos Estados Unidos (1872), o Parque Nacional de Banff no Canadá (1885) e o
Parque Nacional de Royal em Queensland, Austrália (1879). Esses parques foram
criados com o objetivo de proteger a vida selvagem e as belezas naturais,
incluindo extensas áreas florestais.
Na década
de 1970, com o crescente reconhecimento dos problemas ambientais globais, como
a degradação ambiental, a poluição e o desmatamento, houve um aumento
significativo no ativismo ambiental e nas iniciativas de preservação florestal
em todo o mundo. A década de 1970 marcou um período-chave para o
desenvolvimento de políticas e tratados internacionais voltados para a proteção
do meio ambiente.
Desde
então, a preservação florestal tem sido uma preocupação constante em muitos
países e tem sido parte de esforços globais para combater a perda de
biodiversidade e mitigar as mudanças climáticas. Essa conscientização continua
a crescer à medida que mais pessoas e governos reconhecem a importância das
florestas para o equilíbrio ecológico do planeta.
Trazendo
esse contexto para o mundo corporativo, em especial, as indústrias de caixas de
papelão, a preservação florestal é requisito obrigatório na cadeia de produção
de caixas, considerando que o papelão é um dos principais produtos derivados da
celulose, que é obtida através do processamento de madeira proveniente de
árvores.
Existem
várias razões pelas quais a preservação florestal é fundamental, que vão além
da produção industrial, como a conservação dos ecossistemas; a regulação
climática; o ciclo hidrológico; a prevenção da erosão do solo; a qualidade do
ar; os recursos renováveis; além da responsabilidade socioambiental. Este
último, por sinal, é de extrema relevância no segmento industrial, visto que as
empresas que demonstram compromisso com a preservação florestal tendem a ser
bem vistas pelos consumidores e pela sociedade em geral, pois mostram
preocupação com a sustentabilidade e o equilíbrio ambiental.
Para
garantir que a produção de caixas de papelão seja mais sustentável, é essencial
que a indústria de caixas de papelão utilize fontes de matéria-prima
certificadas como provenientes de manejo florestal responsável ou opte por
materiais reciclados. Além disso, as empresas podem adotar práticas de produção
mais eficientes para reduzir o consumo de recursos naturais e minimizar o
desperdício.
A adoção de
tecnologias limpas e a reciclagem de papelão também são formas importantes de
mitigar o impacto ambiental dessa indústria. Entretanto, o homem, protagonista
das ações de evolução, é também ator principal da destruição. Preservar é um
papel de todos. A conscientização é o caminho.
*Cícero Mário é diretor comercial da Delta Indústria de Caixas de Papelão Ondulado. deltacaixaspapelao.com.br
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