Franquias de educação retomam crescimento e aceleram uso de tecnologia, aponta novo estudo da ABF
- Diagnóstico
Setorial ABF das Redes de Educação 2023 aponta aumento do uso de
ferramentas tecnológicas, para 88,9% das redes pesquisadas em 2022 e 63%
neste ano
- A
predominância da modalidade Presencial das aulas revela a retomada de
hábitos pré-pandemia. Entre os estabelecimentos de ensino
profissionalizante e de desenvolvimento humano, ela representa 83%. Nas
escolas de idiomas, o índice sobe para 88%, e entre os colégios bilíngues,
100% das aulas são presenciais
São
Paulo, julho de 2023 – Alta
capacidade de adaptação e aprofundamento de ações inovadoras são algumas das
principais constatações extraídas do Diagnóstico Setorial de Educação 2023,
realizado pela Associação Brasileira de Franchising. O novo estudo indica que
as franquias do segmento se adaptaram à nova realidade imposta pela pandemia e
seguem retomando sua trajetória de crescimento, que foi de 17,8%, como apontou
a Pesquisa Trimestral de Desempenho do Franchising, feita pela ABF, referente
aos três primeiros meses deste ano frente a igual período de 2022. O segmento
educacional cresceu ainda mais que o setor de franquias como um todo, cujo
faturamento foi 17,2% maior no período analisado.
De acordo com o Diagnóstico, as principais transformações observadas após as
adequações do período de pandemia em 2022 e neste ano, com foco na retenção de
estudantes, foram: Aumento dos recursos de ferramentas tecnológicas, para 88,9%
dos respondentes em 2022 e 63% neste ano, respectivamente; Redução
do custo de ocupação (53,3% e 45%) e Ganhos de escala (26,7% e 27%).
As aulas presenciais voltaram a ter maior
predominância, também de acordo com o estudo, revelando a retomada de hábitos
pré-pandemia por parte dos estudantes. Entre os estabelecimentos de ensino
profissionalizante e de desenvolvimento humano, elas representam 83% do total.
Nas escolas de idiomas, o índice sobe para 88%, e entre os colégios bilíngues,
100% das aulas são presenciais. O segundo formato de aula com maior
participação é o Digital Síncrono – ou seja, aulas online ao vivo, em que
professor e aluno interagem em tempo real – com 16% e 8% de participação entre
as escolas profissionalizantes e de desenvolvimento humano, e as de ensino de
idiomas, respectivamente.
De acordo com Bruno Gagliardi, coordenador da Comissão de Educação da ABF,
responsável pelo estudo, “a pandemia
mostrou o quanto as franquias de Educação de fato são resilientes, têm grande
capacidade de adaptação e são propositivas no desenvolvimento dos negócios dos
seus franqueados. Observamos que houve avanços consideráveis na digitalização
dos processos, na oferta de cursos híbridos e/ou online”. Ainda segundo
Gagliardi, a retomada dos hábitos pré-pandemia fez com que os estudantes
voltassem a valorizar as aulas presenciais, o que enriquece o aprendizado com
maior interação, troca de ideias e conhecimento. “Contudo, um novo nicho passou
a ser atendido: aqueles alunos que não tinham acesso geográfico às unidades
passaram a procurar por cursos online, que devem crescer nos próximos anos e
ser parte importante do mix de serviços das franquias de Educação”, ressalta.
O Diagnóstico trouxe também alguns outros importantes dados indicativos do grau
de maturidade e maior segurança no investimento relacionados às franquias de
Educação. Um deles é o tempo médio de permanência dos estudantes na rede. Os
dados apontam que os maiores índices estão entre os alunos que permanecem em
média de 13 a 24 meses – 60% dos alunos das escolas de idiomas. Já entre os
colégios bilíngues, 50% dos estudantes permanecem na média entre 25 e 36 meses,
e acima deste mesmo período o índice se repete.
Outro dado relevante nesse sentido é o tempo
médio dos franqueados na rede. Segundo o levantamento, 53% dos parceiros de
negócios estão, em média, há mais de cinco anos à frente de suas franquias e as
empresas
franqueadoras de Educação têm, igualmente na média, mais de oito anos de
atuação no mercado.
“Ter mais de 50% dos franqueados em média há
mais de cinco anos nas redes, e empresas franqueadoras também na média com mais
de oito anos de mercado, mostra o grau de maturidade, tanto dos franqueados
quanto das franqueadoras do segmento de Educação e, numa visão ampliada, do
franchising brasileiro. Além disso, creio que esses dados reforçam a segurança
do investimento, que tem recorrência e é item de primeira necessidade em nosso
país”, avalia Gagliardi.
Destacamos também a forte presença de franqueados multiunidades nas franquias
de Educação como um outro relevante indicativo de sua maturidade e segurança de
investimento. O Diagnóstico apontou que esses franqueados com duas ou mais
unidades correspondem até 10% do total, respectivamente, de 50% dos colégios
bilíngues, 40% das escolas de idiomas e 38% das franquias profissionalizantes e
de desenvolvimento humano. Os investidores multiunidades se destacam também na
faixa de 11% a 20% do número total dos franqueados das redes pesquisadas, sendo
50% nas franquias bilíngues e 30% nas de idiomas, e acima de 31% do total de
franqueados multiunidades, abrangendo 50% das escolas profissionalizantes e de
desenvolvimento humano.
Segundo o coordenador da Comissão de Educação
da ABF, os multifranqueados são peças-chave na velocidade de expansão das
redes, além de contribuírem na evolução da operação delas.
O Diagnóstico identificou também a predominância dos estudantes público-alvo
das franquias, de acordo com sua classe econômica. O maior índice se concentra
nas escolas de idiomas, com 91% dos alunos pertencentes à classe B2 (salário
médio de cerca de R$ 4.852/mês). Um segundo destaque é a classe A (renda média
em torno de R$ 20.800/mês), em que há um equilíbrio entre as escolas de ensino
profissionalizante e desenvolvimento humano, e os colégios bilíngues, cada qual
com 50% do seu público-alvo nessa faixa de renda. Contudo,é interessante notar
também que há uma participação de estudantes em todas as classes econômicas, da
A à E.
Ainda de acordo com o estudo da ABF, 29,6%
das franqueadoras respondentes esperam faturar até 10% mais em 2023 frente a
2022; 25,9%, de 21% a 30%, e 18,5% delas entre 10% e 20%. Essa mesma expectativa
com referência às unidades franqueadas em igual período demonstra estar em
equilíbrio com as franqueadoras. Uma receita maior até 10% e de 16% a 20% é o
que esperam 26% das redes pesquisadas. Para 22% delas, o crescimento ficará na
faixa entre 21% e 30%, e 11% acreditam que será de 11% a 15%.
Na visão de Gagliardi, o segmento de Educação é atrativo para se empreender nos
quesitos segurança, recorrência, propósito e resiliência. “No
segmento e na ABF temos escolas que vão desde o berçário à ginástica para o
cérebro, para a melhor idade, e esse ‘lifelong
learning ’ [aprendizado ao longo
da vida] existente nas franquias de Educação é um fator muito positivo para
quem deseja empreender. As pessoas estão sempre aprendendo, não há idade para
aprender, a educação transforma vidas e nos faz viver em plenitude”, conclui.
Sobre
a ABF
A ABF – Associação Brasileira de Franchising é uma entidade sem fins
lucrativos, fundada em 1987, que representa oficialmente o sistema de franquias
brasileiro. O setor registra um faturamento anual superior a R$ 211,488 bilhões
em 2022, mais de 184 mil operações e cerca de 3.000 marcas de franquias
espalhadas por todo o Brasil. Além disso, o franchising brasileiro responde por
aproximadamente 2,7% do PIB e emprega diretamente mais de 1,5 milhão de
pessoas. Atualmente com cerca de 1.650 associados e cobrindo todo o território
nacional por meio da seccional Rio de Janeiro e de regionais (Centro-Oeste,
Interior de São Paulo, Minas Gerais, Nordeste e Sul), a entidade reúne
franqueadores, franqueados, advogados, consultores e demais fornecedores e
stakeholders do setor. Não sendo um órgão regulador, o propósito da ABF é
fomentar o franchising brasileiro, nacional e internacionalmente, para que ele
se mantenha próspero, sustentável, inovador, inclusivo, íntegro e ético. A
Associação dedica-se a aperfeiçoar o sistema de franquias brasileiro por meio
da capacitação de pessoas em diversos cursos presenciais e on-line, do estímulo
à inovação, da disseminação das melhores práticas, da representação junto às
diversas instâncias públicas e divulgação dos resultados do setor.
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