5 principais benefícios e avanços previdenciários a famílias multiparentais e comunidade LGBTQIAP+
Nos
últimos anos, os temas de reconhecimento legal da diversidade familiar e os
direitos da comunidade LGBTQIAP+ têm orientação sexual ou composição familiar.
As famílias multiparentais
representam uma realidade crescente em nossa sociedade, caracterizadas por
crianças que contam com mais de dois pais ou mães legais. Essas famílias podem
se formar de diferentes maneiras, incluindo adoção, coparentalidade intencional
ou outras configurações familiares. No entanto, até recentemente, muitos
sistemas previdenciários não contemplavam plenamente esta diversidade. Uma
mudança notável tem sido o reconhecimento legal de famílias multiparentais em
diversas jurisdições, ou seja, filhos que possuem este núcleo familiar agora
podem ter acesso a uma gama mais ampla de benefícios previdenciários
Outro avanço está
relacionado à igualdade de direitos aos membros LGBTQIAP+. Atualmente, muitos
países reconhecem o casamento entre pessoas do mesmo sexo e parcerias civis,
garantindo que estes casais possam desfrutar dos mesmos direitos que parceiros
heterossexuais.
“Essas legalidades
representam um passo importante em direção ao reconhecimento da diversidade de
estruturas familiares modernas e garantem que as crianças tenham acesso à
segurança financeira e ao cuidado que tanto merecem”, ressalta a advogada e
sócia do escritório Bosquê Advocacia, Carmem Lilian Calvo Bosquê.
Desta forma, confira a seguir
os 5 principais benefícios previdenciários que contemplam estes núcleos
familiares e comunidades:
1.
Pensão por morte
Para famílias
multiparentais, ocorre quando um dos pais legais falece. Neste caso, os
benefícios de pensão por morte podem se estender a todos os pais legais,
proporcionando apoio financeiro à família em tempos difíceis. No caso da
comunidade LGBTQIAP+, com o falecimento do cônjuge, o companheiro sobrevivente
deve receber a pensão da mesma forma como em uma relação heteroafetiva.
2. Salário-família
Além disso, os benefícios
também englobam o salário-família, no qual, a fim de apoiar no sustento e no
bem-estar dos filhos, alguns sistemas previdenciários dispõem deste direito
tanto às famílias multiparentais quanto aos membros LGBTQIAP+, especialmente
aos dependentes de baixa renda.
3.
Aposentadoria Programada
Da mesma forma, os
benefícios também se estendem à aposentadoria, sejam elas por idade ou por
tempo de contribuição.
4.
Salário-maternidade
O salário-maternidade e
licenças e proteção à gestação, ocorrem quando há necessidade de se afastar do
trabalho devido à gravidez ou ao parto, de maneira a apoiar os pais e cônjuges
neste momento tão importante de suas vidas, e possam focar no que realmente
importa, sua família.
5.
Auxílios por incapacidade temporária e/ou permanente
No
caso dos auxílios por incapacidade, o segurado pode ficar temporariamente incapaz
de trabalhar em determinada função devido a uma doença ou acidente. Ou quando o
beneficiário sofre um acidente e, como resultado, tem uma sequela permanente
que reduz sua capacidade de trabalho, são os chamados auxílios-acidentários.
Desafios a serem superados
Apesar destes avanços
significativos, estas comunidades ainda enfrentam desafios. Segundo a Trans
Murder Monitoring, o Brasil é o país que mais mata pessoas transexuais e
travestis no mundo. Da mesma forma, de acordo com a Pesquisa do Orgulho,
realizada pelo Datafolha com a Havaianas e a organização All Out, 37% da
população LGBTQIAP+ têm dificuldade de acesso à educação e quase 40% sofrem
diariamente com preconceitos em serviços de saúde.
Na questão jurídica, os
direitos previdenciários ainda podem variar significativamente de país a país,
criando disparidades na proteção legal. E ainda há uma estigmatização e
discriminação com relação a seus direitos previdenciários, o que pode
prejudicar o acesso a benefícios essenciais.
“Estes avanços
legais são passos importantes em direção à igualdade de direitos. No entanto,
ainda existem batalhas a serem enfrentadas, a fim de garantir que todas as
famílias e indivíduos tenham um acesso justo a estes benefícios. A educação, o
ativismo e o apoio contínuo são essenciais, para que seja promovida a igualdade
e a justiça previdenciária a todos”, finaliza a advogada.
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